Após tantos quilômetros, pontes, paisagens e rios, chegamos à penúltima cidade do nosso rolê…
Minha vó, Maria José, não se cansa de nos lembrar que nasceu numa noite chuvosa em uma fazenda de São Simão. Enquanto seu irmão ajudava no parto, seu pai viria a falecer, naquele mesmo instante, tentando livrar um animal que estava sendo eletrocutado por um fio que se soltara com a ventania. Nos dias que se seguiram, a desculpa para o estranho “sumiço” era que ele estaria jogando futebol em Ribeirão Preto. Mesmo com esta triste relação com nossa família, sempre quis conhecer a cidade e obviamente seu Estádio. Assim, bem vindo à São Simão!
Em São Simão vivem pouco mais de 14 mil pessoas, e embora as atividades agrícolas sejam muito importante para a cidade, também existe uma parte urbana bem bacana.
Tem um parque / bosque municipal bem cuidado…
E uma cidade bem interessante!
A cultura de se estar nas ruas ainda é forte no interior. Uma pena que os condomínios e milhares de prédios tenham tomado as ruas da maioria das pessoas nas grandes cidades… A elas restou os shoppings 🙁
Os diversos clubes (não só os de futebol) ainda resistem pelo interior, sendo importante rede social fora dos computadores e celulares.
A antiga estação de trem se transformou na rodoviária municipal.
Fora que as ruas de paralelepípedos e arborizados são um charme especial!
Mesmo as construções antigas despertam um monte de sentimento e um certo questionamento sobre o caminho que a sociedade tem seguido nas grandes cidades.
Até por isso, nós que nem somos religiosos, gostamos de fotografar as igrejas destas cidades.
Espero que a cidade ofereça um mínimo de condições de emprego e saúde pra quem vive lá, porque tudo isso que percebemos como “visitantes”, nem sempre se materializa numa boa condição de dia-a-dia.
Mas, deixando as divagações de lado, vamos para o motivo que nos levou até São Simão: o Estádio da Associação Esportiva São Simão.
Um estádio que não tem nome oficial, é apenas o Campo da Associação, na Av. Simão da Silva Teixeira, 1962 onde está também a graciosa sede do time.
O time a que nos referimos é a Associação Esportiva São Simão, fundada em 25 de janeiro de 1920.
A Associação Esportiva São Simão, também conhecida como “A hiena da Mogiana”disputou muitos amistosos e competições amadoras, como o Campeonato do Interior. Aqui, notícia de desafio ao Corinthians em 1957:
Graças a uma matéria da Globo local (vale assistir) sobre o time, consegui algumas fotos, aqui, o time de 1964:
Mas o time também se desafiou no Profissionalismo e jogou 6 edições do Campeonato Paulista de Futebol (em 1986, 91, 92 e 93 pela série A3, e 1988 e 89 pela 4ª divisão). Atualmente limita-se ao futebol amador, mas para quem quer saber como era a camisa do time, aí está ela com aqueles que fizeram história no time:
Voltemos ao presente e à nossa visita ao Estádio:
Mesmo assim, mantém um charmoso campo de futebol, muito bem cuidado! Vamos dar uma olhada:
Perceba que além de uma grande arquibancada lateral (com direito alguns lugares cobertos), o campo também possui mais um lance atrás do gol (que é onde estou):
Com tudo isso, o estádio chega a ter capacidade pra mais de 2 mil torcedores, mas infelizmente é muito difícil voltar a disputar uma competição oficial.
Aqui dá pra ver a área coberta com mais detalhes:
De lá, eu fiz as fotos do gol da direita (onde chega a arquibancada que eu citei):
O meio campo com as montanhas ao fundo (lá está o pequeno prédio que vimos na entrada):
E o gol da esquerda:
A cobertura é simples mas vale lembra que o estádio do meu Santo André nem isso tem atualmente e seguimos jogando a A2-2019.
A montanha ao fundo dá um charme ainda maior:
Hora de ir embora, com o orgulho de mais um objetivo atingido!
Vale citar outro time da cidade: a Associação Esportiva Quirinense.
A AE Quirinense foi fundada em 1934 graças ao espírito de companheirismo e solidariedade que se fez sentir com a chegada da Estrada de Ferro “São Paulo & Minas” no bairro de Bento Quirino.
A AE Quirinense tem sua própria sede e o Estádio Ovídio Carramaschi, também chamado de Estádio de Bento Quirino.
E assim, nos despedimos de São Simão e nos dirigimos para a última cidade deste rolê: Casa Branca, a capital da Jaboticaba!!!
Falta pouco para concluir esse rolê que aconteceu no feriado de 7 de setembro de 2018. Nossa missão era ir até Uberaba e voltar, registrando estádios nas diversas cidades que ficam no caminho.
Vivem cerca de 15 mil pessoas em Altinópolis, e a cidade diz produzir o melhor café do Brasil!
A cidade parece muito bem cuidada, tem até o tradicional pórtico de boas vindas!
Embora os bairros mantenham sua característica de cidade do interior, tranquilo e com pouco movimento, a cidade é cruzada por largas e arborizadas avenidas.
Nosso objetivo na cidade de Altinópolis era conhecer e registrar o Estádio Municipal Sileno Crivelente.
E aí estamos nós! Em mais um estádio desse interior tão futebolístico!
Uma bilheteria a mais registrada.
O Estádio Sileno Crivelente foi a casa do Altinópolis FC em suas disputas amadoras e em sua única aventura pelo profissional da Federação Paulista de Futebol, a terceira divisão de 1958.
O clube foi fundado em uma primeiro de maio, em 1917. E desde cedo, brilhou no amadorismo. Esse era o time de 1937:
Esse, o time de 1949, campeão Amador do interior do Estado de São Paulo:
E olha que vídeo sensacional sobre essa conquista:
Não encontrei nenhuma placa indicativa da inauguração do estádio, apenas uma de “condições de uso”.
Vamos dar uma olhada por dentro?
Demos sorte de estar rolando uma partida amadora (mas não era do Altinópolis FC).
Esse é o gol do lado esquerdo (pra quem olha da lateral principal):
Esse, o gol do lado direito (perceba a arquibancada lá atrás):
É bonito ver o distintivo do clube ainda nas paredes.
Esse é o lado “da arquibancada”:
E aqui está a própria arquibancada atrás do gol:
Aqui, uma vista de traz do gol, olha que linda a serra lá atrás:
Aqui, o pessoal que apoia o time local:
Olha que linda fonte, dentro do estádio.
Muito orgulho em estarmos presente em mais um templo do futebol paulista! E sigamos em frente!
Igarapava significa “Porto de canoas”, e era um dos locais onde os bandeirantes faziam suas paradas rumo às minas dos índios goiazes.
Atualmente, cerca de 32 mil pessoas vivem nestas terras, onde outrora viveram os bandeirantes Bartolomeu Bueno da Silva (o Anhanguera), João Leite da Silva Ortiz e o capitão Anselmo Ferreira de Barcelos, entre outras figuras da sangrenta história paulista.
Outrora chamada de Comarca de Santa Rita do Paraíso, em 1906, foi elevada à categoria de município e em 1907 teve seu nome mudado para Igarapava.
A cidade tem o orgulho de possuir a Usina Hidrelétrica de Igarapava, no Rio Grande, na divisa entre SP e MG.
Olha ali onde ficam a cidade e a própria usina:
Fomos até Igarapava conhecer o Estádio Garibaldi Pereira, casa do Igarapava EC!
A fachada do estádio não possui mais nenhuma identificação 🙁
Uma pena… A casa do alvi rubro Igarapava Esporte Clube merecia maior reconhecimento já que recebeu vários times do estado de São Paulo, desde a fundação do time em 21 de agosto de 1919.
Assim como muitos times do interior, o IgarapavaEC encontra-se afastado das competições oficiais.
Como todo time do futebol paulista, o Igarapava EC começou no amador, principalmente no Campeonato do Interior. Aqui, matéria de 1948:
Mas sua história é muito rica; participou em 11 edições das divisões de acesso do Campeonato Paulista, pela 3ª divisão (de 1961 a 1964, 1976, 1980 e 1986), pela 4ª divisão (de 1977 a 1979) e pela 5ª divisão em 1994.
Aqui, o Diário da Noite de 1962, declarava que o Igarapava EC faria parte da Segunda Divisão, o terceiro nível do futebol àquela época:
Este era o time de 1962:
Olha aí o esquadrão já nos anos 90:
E cá estamos nós, rodeando o estádio em busca de um lugar para fotografá-lo, mas os muros parecem inimigos…
A menos que… Sim, a famosa escada do seo Osvaldo nos salvou mais uma vez e garantiu o nosso registro!
O Estádio Garibaldi Pereira perdeu mais do que a presença dos torcedores em disputas profissionais… Sua arquibancada coberta já não está assim tãããão coberta…
A arquibancada ao fundo do gol de entrada lembra um pouco o eco estádio em Curitiba.
Mas o campo está bem cuidado, mesmo enfrentando um longo período sem chuvas.
A arquibancada lateral é o bom e velho cimentão, dando ao estádio a capacidade para 4 mil torcedores.
Aqui, o outro gol, ao fundo, onde não há arquibancada.
Enfim, mais uma missão cumprida!
Hora de voltar para a estrada, mas antes, um rápido passeio por dentro da cidade…
Duartina é uma cidade próxima de Marília, onde vivem pouco mais de 12.500 pessoas.
É uma cidade pequena e que mantém nas suas ruas e praças um gostoso sentimento de tranquilidade.
Ainda é possível encontrar casas construídas em madeira. Lembro que ouvi uma história bonita sobre esse tipo de construção, de que normalmente ela era resultado de obras coletivas feitas pela família que ali iria morar além de trabalhadores da mesma empresa. Espero que esta também assim o seja. É bom poder continuar acreditando no poder da solidariedade.
Duartina soube manter suas áreas verdes, tem até um pequeno lago na cidade.
Na saída da cidade deu até pra conferir um pouco da fauna da região, caminhando tranquilamente pelas rodovias movimentadas.
Era domingo, então não pudemos conferir a força do comércio local…
Mas, nosso objetivo na cidade era conhecer e registrar o Estádio Municipal Teófilo Cordovil.
Foi neste estádio que o Duartina FC mandou seus jogos nas disputas do Campeonato Paulista na terceira e quarta divisão.
O Duartina Futebol Clube foi fundado em dezembro de 1930 e disputou duas edições do campeonato paulista da terceira divisão (1954 e 1955) e quatro da quarta divisão (1966, 67, 68 e 77). Aqui algumas fotos antigas do time:
O time viveu seu apogeu nas décadas de 60 e 70, quando passou a ser chamado na região como o “Leão da Alta Paulista’’. É curioso, mas o time chegou a ter um rival local, o EC Vila Duartina, com quem fez alguns derbis no futebol amador, levando até 6 mil pessoas ao Estádio Municipal Teófilo Cordovil. Nos anos 50, o time contou com um goleiro chamado Toninho Lozano, que ficou conhecido como o goleiro voador.
Mas, voltemos ao Estádio Municipal Teófilo Cordovil, em dias atuais…
Temos aí a tradicional bilheteria do estádio que já teve muito trabalho em dias de jogos…
Vamos dar um rolê por dentro do estádio:
O Estádio tem sido a casa do futebol amador na cidade, mas pelo que ouvimos o Duartina FC já não existe mais nem como time amador.
Olha aí o setor das “cadeiras descobertas”:
Estava rolando uma partida no momento da nossa visita.
O banco de reservas parece ter sido pintado em cima de um quadro. A vista é muito bonita.
Essa é a parte do fundo do estádio.
Juizão tava mandando bem na partida hehehehe.
Olhando do fundo, pode se ver o lance de arquibancadas em meio ao gramado.
Do outro lado, a tradicional e charmosa arquibancada coberta.
E o feioso aqui pra marcar presença!
Grama do gol é sempre sagrada!
Nossa visita foi chegando ao fim, embora a bola ainda rolasse, e confesso que chegou a dar um pouco de tristeza por confirmar que o rolê que fizemos por 4 dias também chegava ao fim.
Os nossos dois principais objetivos com esse registro dos estádios das 27 cidades visitadas eram oficializar como memória imagética alguns dos campos que foram palco de partidas do Campeonato Paulista, independente de qual divisão, e ao mesmo tempo reforçar o sentimento de orgulho que a população de cada uma dessas cidade merece ter em relação a isso.
Embora em Duartina, a estrutura do estádio até permita sonhar com a disputa de uma série Bezinha (4a divisão) no futuro, sabemos que outros estádios estão muito mais perto de serem destruídos em nome da especulação imobiliária do que de voltar a receber jogos profissionais.
É triste, porque na nossa visão, o futebol é como a música, a dança, a poesia… É uma forma de expressão do ser humano, seja jogando ou torcendo. É um espaço que pode e merece ser ocupado pelas pessoas. Felizmente a vida melhorou pra quase todas as cidades, nos últimos 30 anos, no que se tange a opções de diversão, lazer e cultura. As cidades já não tem no futebol sua única possibilidade de extravasar depois de tanto stress. O lado triste, é que em muitas destas cidades, o futebol acabou minguando, ou não tendo a força necessária para ao menos aventurar-se em disputas semi profissionais. Resta nos a paixão do futebol amador, com a esperança de que seja uma semente de crescimento para tempos futuros.
Que mais times do interior retornem ao profissionalismo, como fez o Andradina, esse ano. Pois nós e muitas outras pessoas estaremos aqui, pronto para apoiar, torcer, acompanhar e se emocionar com mais uma cidade representada pelo futebol.
Aos 41 anos, posso seguir bradando o meu ódio eterno ao futebol moderno, sabendo que boa parte da culpa das mazelas do futebol atual são dos dirigentes e empresários mal intencionados, ou que só usam o esporte pelo dinheiro fácil, mas também dos torcedores que ainda insistem em entregar seu amor a um time da capital, mesmo vivendo a mais de 500 km de lá.
O futebol precisa ser gerido com seriedade (isso não tem a ver com o conceito do “futebol moderno” que tanto critico).
É necessário ser sustentável do ponto de vista econômico e também social. E depende de cada um de nós para isso. Da nossa parte, seguimos sonhando e acreditando em um futuro melhor. Obrigado a quem leu ou ao menos deu uma olhadinha em cada um desses 27 posts, escritos e vividos por este casal que vos escreve.
Bom, ainda sobre o rolê de inverno de 2018, o outro jogo que conseguimos assistir foi no Estádio Alonso de Carvalho Braga, onde o Tupã FC enfrentou o Osvaldo Cruz FC, pela Segunda Divisão do Campeonato Paulista (a tradicional “bezinha”).
O estádio do Tupã ainda mantém sua estrutura original (ele foi construído em 1942, na época ainda com arquibancadas de madeira), o que dá um charme especial a ele! Ingressos em mãos…
Vale lembrar que em 2011 já havíamos assistido a um jogo do Tupã aqui no ABC, contra o EC São Bernardo, quando tivemos a chance até de conhecer o Tupanzinho! Veja aqui como foi.
É hora de conhecer o estádio por dentro, e um pouco da sua torcida!
Atualmente, o “Alonsão” tem uma capacidade para 5.515 torcedores, mas já chegou a ter capacidade para quase 15 mil pessoas.
Pra nós, que viemos de tão longe, é sempre um grande prazer poder conhecer um templo do futebol, principalmente em dia de jogo!
Vamos dar uma olhada para conhecer um pouco mais do estádio:
Ali, atrás de onde estávamos, encontramos o pessoal da Torcida Garra Tricolor, a organizada do Tupã.
Entre os torcedores da Garra, encontramos o amigo Edinho, que junto do Sérgio Gisoldi, que vive atualmente em Santo André, nos aguçou a curiosidade para conhecer pessoalmente o estádio, o time e a torcida do Tupã. E lá fomos nós… Valeu, Edinho!
Em campo, um jogo duro e muito truncado.
O público até que compareceu em bom número, ocupando as diversas arquibancadas do estádio (teve até um pessoal que veio de Osvaldo Cruz, mas sem faixas ou bandeiras).
O jogo contou ainda com a cobertura da imprensa local!
Mas, o time do Osvaldo Cruz não se importou com a força da torcida local e acabou vencendo a partida por 1×0, mostrando ser um visitante indigesto…
Assim como é de praxe em alguns campos, o placar se negava a mostrar o resultado desfavorável à equipe local…
E por falar em digestão, a pipoca lá é nota 10! (e custa R$ 4 apenas).
E quem gosta de lance bonito, taí a bicicleta que eu vi lá (hehehe piadinha besta…).
Além da bicicleta, você pode se divertir batendo uma bola com a molecada…
Se você é daqueles que, como a gente, gosta de acompanhar o jogo de perto, o Alonsão é daqueles campos cercados por alambrados, que permitem botar pressão no adversário.
Agradecemos a receptividade do pessoal de Tupã e na hora de ir embora ainda deu pra registrar mais uma cena atípica, do pessoal que costuma levar suas próprias almofadas pra ver o jogo com mais conforto. O futebol no interior ainda vive!
Hoje é dia de contarmos sobre nossa busca pelos Estádios da cidade de Pedreira, que fica há uma meia hora de Campinas e é conhecida por ser um centro de compras de objetos de decoração.
Lá, em março de 1939 surgiu um time chamado EC Santa Sofia.
Sua sede social e esportiva ainda permanece ativa na cidade.
O clube nasceu como amador e vive atualmente como um clube social.
O time começou com um início modesto com disputas locais, e antes que fizesse sua estreia pelas disputas da Federação Paulista, um outro clube local chamou atenção e disputou o Campeonato do Interior de 1943: o Corinthians EC (distintivo do site Escudos Gino).
Em 1944, o EC Santa Sofia estreia no Campeonato do Interior:
Em 1945 mais uma vez disputa o acirrado grupo da 6ª região ao lado de times como Ponte Preta, Guarani, Bragantino, Rio Branco entre outros…
Aqui um lindo registro do time de 1946 que mais uma vez disputou o Campeonato do Interior:
Em 1947, mais uma vez os dois times de Pedreira estavam presentes:
O grande destaque local vai para o EC Santa Sofia que levanta o título de campeão do interior de 1953.
Aqui, uma matéria sobre o derbi:
Em 1956, o EC Santa Sofia sagrou-se campeão do setor 13:
E fala ainda do zagueiro Arlindo, do Corinthians:
A Gazeta Esportiva registrou um amistoso do time contra o Mogiana:
Grupo do Campeonato de 1958:
Em 1966, o EC Santa Sofia faz sua estreia no Campeonato Paulista, disputando sua única edição da quarta divisão.
Com tantas histórias, lá fomos nós registrá-lo!
Como o futebol profissional não teve sequência e o clube social precisava de espaços, eles “cortaram” um pedaço do campo, e o que era a linha de fundo do passado virou a linha lateral do atual gramado.
8 de maio de 2016. O domingo fecha um fim de semana de acessos!
Um dia após acompanharmos o Santo André voltar à série A1 do Paulista, em Barretos, fomos até Sertãozinho assistir a equipe local chegar a final da A3 e consequentemente conquistar o acesso à série A2 e a festa não podia ser melhor!
O Sertãozinho manda seus jogos no Estádio Municipal Frederico Dalmaso, o “Fredericão”.
E o campo estava cheio, e todo mundo muito animado, acreditando na classificação!
A torcida lotou todo e qualquer espaço do estádio destinado ao público local!
Vem comigo dar uma volta e sentir o clima do jogo!
Tudo isso, para sua segurança!
Pudemos conhecer pessoalmente o amigo Renan! E é pra isso que o futebol serve: fortalecer as amizades!
Pra quem não sabe, o estádio tem ainda uma pequena área coberta, junto das cabines de imprensa. Tudo muito bacana!
Mas a festa estava mesmo no meio da torcida. Uma pena que a Federação não permita que as organizadas entrem com suas faixas e camisas, mas mesmo assim, o pessoal de Sertãozinho pintou de grená e branco a cancha local, com direito a tirantes e tudo!
Dá uma olhada no que tinha de gente! E esse pessoal ajudou o time a segurar um 0x0, meio morno, mas que garantiu a vaga do time local na A2 de 2017!
Outro destaque pro rolê fica para o encontro, ali nas bancadas mesmo com o amigo Nequinha, lateral direito pé quente, que acabou conquistando mais um título, desta vez da A3! Valeu, amigo!
E já que o time saiu campeão, não pode faltar a foto dos vencedores!
Pra quem andava nos cobrando mais um role pelo interior, fica esse registro! Abraços aos amigos!
No segundo dia do mês de agosto de 2015, fomos até a rua Javari para mais uma edição do clássico paulistano Juvenal!
Pra quem não sabe, o Juventus caiu no gosto popular e desde o ano passado, assistir a um jogo no Estádio Conde Rodolfo Crespi tornou-se um programa disputado e as bancadas grenás estão sempre cheias!
Mesmo sem marcar, tive a honra de trombar dois amigos, um deles, o Laércio, torcedor do Auto Esporte, veio lá da Paraíba para um passeio em terras (e estádios) paulistas!
Outro, é o Sérgio, grande figura da cena punk/hc lá do Guarujá, e que atualmente está morando em São Paulo. Grande prazer em revê-lo!
Por fim, e não menos importante, nosso amigo que esteve por tanto tempo morando em terras portenhas e agora de volta à sua Mooca querida, Traffani acompanhado na foto pelo Gui, que foi conosco ao jogo!
Do lado feminino, a Mari praticamente organizou uma seção só de pessoas chamadas Mariana…
Vamos sentir um pouco o clima do estádio:
O primeiro clássico Juvenal aconteceu em 27/9/1936 e acabou com vitória grená por 3×1. Quase 80 anos depois, os times voltaram a se enfrentar na primeira fase da Copa Paulista, onde os jogos ainda não tem muita emoção… E diga-se a verdade, o Juventus entrou em campo ainda “sonolento”…
Do lado de fora do campo, as arquibancadas, essas sim estavam mais que acordadas e acesas!
Até os reservas pareciam estar mais atentos do que os titulares.
Pra quem não tem ido à Javari ultimamente, as imagens parecem ser de décadas atrás, quando o futebol do time mooquense atraia multidões de fãs do bairro.
Do outro lado, estavam os ferroviários de azul: a torcida do Nacional! Aliás, vale lembrar que ambos os times são sócios-fundadores da Federação Paulista de Futebol.
A setor 2 puxa a festa de um lado do estádio, a Torcida Jovem, do outro. No meio dessa cantoria toda, o time grená tentava encurralar seu adversário, mas, sem sucesso.
Para desespero da torcida local, o Nacional fez 1×0.
A Mooca está mudando. Verticalizando cada dia mais.
O público do estádio começa a mudar também. É curioso, mas não me sinto a vontade para descrever, caso algum juventino queira se colocar, faça o nos comentários ou no nosso grupo do Facebook.
Mas, por mais que tudo venha mudando, confesso que ainda me sinto bem vendo pequenos sinais do futebol de outrora, sonhar com a nostalgia de outrora ainda nos é permitido…
E parabéns à torcida nacionalista que creditou no time e compareceu ao jogo e no final, saiu comemorando a boa vitória de 1×0.
Mais um final de semana de aventuras no mundo do futebol. Dessa vez, pegamos a Ayrton Senna / Dutra e fomos até Taubaté.
Nossa missão: acompanhar a final da série A3, entre o time local e o Votuporanguense, no tradicionalíssimo Estádio Joaquim de Morais Filho, o “Joaquinzão”.
Mesmo tendo perdido o primeiro jogo, em Votuporanga por 3×0, alguns amigos da torcida local disseram que a cidade estava confiante na reversão desse placar. Eu e a Mari acreditamos e pra poder aproveitar o rolê, fomos um dia antes pra Taubaté, pra sentir o clima da final.
Ainda no sábado, demos um pulo no Joaquinzão para comprar nossos ingressos!
O time tinha acabado de treinar e deu pra bater um papo com alguns jogadores. Encontramos também diversos torcedores do Taubaté que foram até lá pra apoiar o time, ou mesmo pra pegar autógrafos do time que poderia entrar pra história!
Vale lembrar alguns dados do Estádio Joaquinzão: atualmente sua capacidade é de 9.600 torcedores, diferente dos mais de 20 mil lugares disponibilizados desde sua fundação, em 1967.
Antes dele, o Taubaté mandava seus jogos no Estádio Praça Monsenhor Silva Barros, “O Campo do Bosque”. E para a construção do novo campo, em 1958 houve uma grande campanha de arrecadação de tijolos. A partida de estreia foi contra o São Paulo que venceu o time local por 2 a 1.
Atualmente,o time do Taubaté vem superando as dificuldades e se posicionando cada vez mais como o time da cidade, lutando contra a massificação dos jovens que cada dia mais se deixam levar pela mídia e notoriedade dos times da capital.
O recorde de público do estádio aconteceu no jogo contra o Corinthians, em 11 de junho de 1980: 21.272 torcedores, e embora a realidade atual seja diferente, o público esperado para o jogo é um dos maiores dos últimos anos.
Mas… Antes do jogo, fizemos o tradicional rolê pela cidade, conhecendo um pouco dos lugares tradicionais da cidade, de restaurante até a antiga estação de trem, sem deixar de conhecer a Feira da barganha, em frente o Mercado Municipal, nos domingos pela manhã (deu pra ir antes do jogo)…
A boa surpresa foi que ficamos no mesmo hotel que o time do Votuporanguense, o que nos permitiu vivenciar um pouco da sensação de disputar uma final, quase como parte do grupo.
Além disso, tivemos a sorte de conhecer o Émerson, que coordena o VotuNews, portal muito bacana que leva à Internet as informações sobre a cidade de Votuporanga, em especial o esporte.
O time do Votuporanguense chegou confiante graças ao placar elástico no jogo de ida, mas em momento algum, percebemos qualquer sentimento de “já ganhou”. Ao contrário, sabiam da dificuldade que seria enfrentar o Taubaté no Joaquinzão.
Eu e a Mari demos uma volta pela região e após muitas atividades, o sábado foi chegando ao fim. Chegamos ao hotel, prontos pra descansar pro dia seguinte. Por volta das 23hs quando começamos a pegar no sono… Uma surpresinha… Um barulho ensurdecedor praticamente na nossa janela do hotel…
Na mesma hora, percebemos como seria aquela noite. E assim foi até as 6 horas da manhã. De hora em hora os rojões despertavam aqueles que tentavam dormir e têm o sono mais leve. No dia seguinte, levantamos cedo, pra aproveitar o momento do café da manhã com os atletas do Votuporanguense e não se ouvia outra coisa entre eles, e também entre os demais hóspedes do hotel: a noite do sábado fora um “mini Iraque”. Aparentemente os jogadores levaram numa boa, mas alguns hóspedes estavam mesmo bravos com todo o barulho gerado pela torcida do Taubaté.
Confesso que achei engraçada aquela situação, afinal, em tempos de “futebol moderno” onde qualquer coisa é considerada radicalismo, o pessoal de Taubaté soube aproveitar uma oportunidade, sem ofender ou agredir ninguém. Saímos cedo pra conhecer a feira da barganha e quando voltamos estranhamos a presença do ônibus dos jogadores ainda no hotel. Ficamos sabendo que além dos rojões, a torcida local furou (ou murchou) alguns pneus do ônibus, atrasando a saída do time e obrigando o Votuporanguense a utilizar o ônibus dos torcedores para levar os atletas ao estádio.
É mole??? Pra quem acha que as boas histórias do futebol morreram, aí está mais uma que pode acompanhar os torcedores por alguns anos. Bom, mas vamos ao jogo, que é pra isso que estivemos em Taubaté!
A torcida local pareceu ignorar a forte garoa que molhou a cidade desde a noite do sábado e colocou quase 6 mil torcedores no Joaquinzão.
Público formado por torcedores organizados, mas também muitas famílias e torcedores comuns.
Deu orgulho de poder fazer parte dessa história, mesmo não sendo torcedor de nenhum dos dois times.
Aliás, olhando lá para o outro lado, dava pra ver que a torcida visitante também compareceu em um bom número, principalmente se considerarmos a distância entre as duas cidades.
Outro ponto que vale a pena citar é que não vimos nenhum tipo de incidente entre torcedores e olha que demos umas duas voltas em torno do estádio pra sentir o clima do jogo. Sem dúvida, a chuva reduziu em boa parte o número de torcedores presentes, com certeza em um dia sem tanta água caindo, teríamos quase 10 mil pessoas no campo.
Que fique registrado: choveu durante os 90 minutos. E isso prejudicou o público, mas também a qualidade do gramado e consequentemente o nível do jogo. Só que o time do Taubaté decidiu passar por cima de tudo isso. Das poças, do frio, do jogo truncado… E foi pra cima do Votuporanguense. Resultado? Escanteio batido e Lelo marca. Taubaté 1×0, em menos de 10 minutos.
E pra quem achava que era só um “aperto inicial” o Burrão seguiu no pique e logo aos 15 minutos, marcou o segundo gol.
Os rojões teriam conseguido efeito? O forte time do Votuporanguense sucumbiria ainda no primeiro tempo, por uma noite mal dormida? O torcedor local tinha certeza disso, mas… O primeiro tempo acabou em 2×0, mesmo, sob aplausos da torcida local.
O intervalo foi ótimo para nos permitir conhecer pessoalmente o pessoal da Comando 1914, com quem já trocávamos mensagens na Internet.
Fica aqui um grande abraço ao Ronaldo e todo mundo que fez uma linda festa na arquibancada, não somente na final, mas em cada jogo do Taubaté.
O 2º tempo começou, a chuva não deu trégua, e o time visitante apertou a marcação, mostrando que não entregaria um terceiro gol facilmente.
A torcida local seguia em seu transe quase hipnótico de apoio ao time, torcendo como se estivessem em campo, jogando junto.
Que fique claro, o Taubaté não é uma exceção entre os times do interior paulista. Acometido por dificuldades financeiras (não é fácil manter um time pagando em dia, na série A3) a diretoria conseguiu reunir a Prefeitura, as empresas locais e só assim o envolvimento entre cidade e futebol voltou a se acender.
Por volta dos 25 minutos, decidi dar uma volta pelo estádio e foi incrível perceber que não havia um único torcedor do Taubaté que parecia ter desistido do título.
Dava pra ver nos olhares, nos abraços, nos gritos e na própria postura de cada torcedor o sentimento de dedicação e amor ao time da cidade. O estádio estava feliz, pela conquista do acesso, mas queria mais. Entre tosses e espirros, os ensopados, pré-gripados torcedores queriam o título.
O grito de campeão estava preso e sufocado, por anos de convivência com os demais cidadãos que abriram mão do time da cidade para torcer pelos times da capital. Eram 6 mil pessoas que queriam gritar aos sãopaulinos, corinthianos, palmerenses e santistas nascidos na cidade um “ACORDEM, SOMOS CAMPEÕES, O TIME DA NOSSA CIDADE!!!”
Sem desmerecer, ao mesmo tempo, o excelente time e torcida da Votuporanguense. Pra nós, que assistíamos a essa verdadeira ópera como meros espectadores (Se é que era mesmo possível) doía ver o esforço de um time jovem e tão correto caindo em solo molhado.
Mas ainda não havia nada perdido, para nenhum dos times. Afinal, os 2×0 dava o título ao time visitante. Passava dos 30 minutos, mais água ainda e o placar igual. Senhores, senhoras e crianças sofriam nas arquibancadas tanto ou mais do que os atletas em campo. Havia um sentimento de estafa emocional, lágrimas sendo preparadas para o choro, de tristeza ou felicidade.
O gramado chorava da sua maneira. As chuteiras não perdoaram, arranharam, machucaram, fizeram o sangrar terra viva, mas esse foi o sacrifício feito pelo Joaquinzão para fazer parte dessa história. Times, torcidas, jornalistas, o campo, uniformes, as traves, a bola, cada pedaço de pano molhado amarrado na arquibancada. Todos sofriam por igual. Sério, parecia que em algum momento algo iria explodir e não eram os rojões da noite anterior. Foi aí que algo aconteceu. Em meio a tudo isso, um apito longo feito por um maquinista avisava… Se o trem não para, por que o Burrão iria??
Não sei se foi combinado ou não, mas o estádio começou a gritar o tradicional “EU ACREDITO”, e antes que alguém desmaiasse de tensão ou dor… Veio o fato que todos (os torcedores locais) aguardavam. Gol. Do Taubaté. E a explosão veio. De felicidade, de raiva, de amor, de orgulho…
O time da cidade estava presente de corpo e alma. Abraçad@s, vizinh@s, amig@s, namorad@s, pais e filhos, av@s…. Há tempos não víamos lágrimas tão reais e intensas em torno de uma partida. 46 do segundo tempo. Outro gol. Já não há o anormal. A certeza do título já é uma realidade. A felicidade em cada gota de chuva já pode ser ouvida dentro e for a do estádio.
Mais fogos de artifício. Esses vêm de longe. Houve quem preferisse acompanhar o jogo pela TV ou pela rádio e agora amaldiçoava o fato de perder essa festa queimando o céu. Eu a Mari saímos quietinhos. Contentes por poder vivenciar tudo isso tão de perto. Por ver os amigos do Taubaté levantarem a taça e mais uma vez colocar o nome do time na história.
Ao mesmo tempo, um pouco tristes por saber que o pessoal que havia tomado café da manhã conosco, há poucas horas, voltaria pra casa sem o troféu. Nos tranquilizamos pensando que o acesso seria um presente grande o suficiente para acalmar a cidade. Rapidamente estávamos no hotel, tomamos um banho quente pra tentar fugir da gripe e em pouco menos de uma hora estávamos deixando a cidade.
Acorde Mari, é cedo e frio nas ruas de Rotterdam, na Holanda, mas… É hora de conhecer mais um estádio de futebol, a casa do Sparta Rotterdam.
Hoje, vamos contar um pouco sobre nosso role até o “Sparta Stadion Het Kasteel” a casa do Sparta Rotterdam.
Pra chegar lá é muito fácil. Basta tomar o TRAM 21 e descer no ponto final. É exatamente em frente o Estádio, e mesmo sendo semana de natal… A loja do estádio estava aberta!
Mas, antes de dar uma olhada na loja, vamos dar uma volta e ver o estádio.
O Sparta é o time mais antigo da Holanda em atividade, foi fundado em 1888. É o rival do Feyenoord, com quem faz o dérbi de Rotterdam.
É engraçado como alguns times/estádios geram uma identificação imediata… Esse foi o caso com o Estádio do Sparta Rotterdam.
Mas, a chuva, o horário e a época do ano não ajudaram… O estádio estava fechado 🙁 . Uma pena.
Bom, deu pra fazer algumas fotos do lado de fora mesmo.
Dói o coração quando a gente gosta de um estádio, viaja alguns milhares de quilômetros e tem que ver ele desse ângulo…
Bom, sem estádio, vamos conhecer a loja do time! E pelos deuses do futebol… Quanta coisa legal!
Junto a tantos souvenirs, lembranças e uniformes, bastante memória do Sparta pendurada pelas paredes…
E quanta coisa tem na loja dos caras… Da camisa oficial…
Mas mais do que os produtos, me encantam as pessoas. E foi na loja do Sparta que conheci dois senhores: o “Art” e seu amigo, que não recordo o nome. Eles ficaram contentes em saber que antes de conhecer o estádio do Feyenoord eu preferi conhecer a casa e a história do Sparta.
Ficamos um bom tempo vendo fotos antigas e trocando histórias sobre nossos times. Experiência única.
Mas mais do que histórias, acabamos ganhando um presentão deles… Fomos enfim conhecer o lado de dentro do estádio!!!
É de ficar em choque!
Em suas arquibancadas, o Estádio Het Kasteel comporta quase 15 mil pessoas.
Mari disse que o dia estava “um pouco” frio.
A história do Sparta já teve dias de glória, sendo considerado uma das potências da Holanda até os anos 60. Porém, desde 66 segue um jejum de títulos, disputando atualmente a segunda divisão nacional neste belo estádio.
Boa parte das arquibancadas é coberta.
Enfim… Mais um sonho realizado por este andreense que se encanta pelo futebol mundo a fora…