Em 2009, estivemos em São João da Boa Vista e graças a um amigo (Pagliuca) pudemos bater um papo com um craque único: Paulinho Mclaren. que marcou época para diversas torcidas, principalmente do Santos, Cruzeiro e Portuguesa, no Brasil e do Porto, em Portugal. Trata-se de Paulinho McLaren.
O encontro com Paulinho foi na cidade onde ele mora atualmente, São João da Boa Vista. Foi um bate papo bem legal e seguem algumas das perguntas que fiz a ele:
1- Paulinho, quais foram as equipes que você jogou?
2- Aproveita pra tirar uma dúvida que me persegue há tempos. Na minha cabeça, quando você jogava no Santos, parece que toda segunda feira tinha jogo de vocês, isso realmente aconteceu ou eu que inventei essa história?
3- Por quê mesmo o apelido “McLaren” ?
4- Onde você encerrou sua carreira como jogador e quantos gols você fez como profissional?
5- Nesse meio tempo, em 1991, você chegou a ganhar a Bola de Prata da Placar. Por que só em 2008 você foi buscá-la?
6- E como começou sua atual carreira como treinador? Qual seu time hoje em dia?
Ah, o Paulinho curtiu a idéia do blog e acabou me dando uma forcinha:
Vale lembrar da irreverência do craque, se liga no que ele aprontou no clássico Cruzeiro x Atlético MG:
Valeu Paulinho, além de craque você mostrou que é um cara muito gente boa e humilde.
Ah, e agradecimentos a Mariana (meu amor), e ao amigo Pagliuca e sua família, afinal, foi ele quem me apresentou a cidade de São João da Boa Vista, o Paulinho e ainda nos abrigou por lá!
Abraços a todos e aguardem novas camisas, novas entrevistas e muito mais!
Bem vindo a mais um registro sobre estádios. O post de hoje aproveita o rolê feito em 2018, em um jogo do São Bento realizado em Sorocaba, pela série A1 do Campeonato Paulista e fala sobre os primeiros times e Estádios da cidade.
A cidade de Sorocaba tem papel fundamental na história do Brasil e isso também se refletiu no futebol.
Por um bom tempo, o local foi ocupado pelo povo Tupiniquim, grupo que ocupa terras capixabas atualmente. Foram vários séculos de tranquilidade, se levarmos em conta que a chegada dos indígenas no Brasil aconteceu há cerca de 15 mil anos atrás…Por isso são mesmo os povos originários desta terra.
Mas, a paz ficou para trás com a chegada dos europeus, no século XVI. O peabiru, caminho utilizado pelos indígenas que ia do litoral brasileiro até o Perú, cruzando as terras da atual Sorocaba, passou a ser utilizado nas viagens realizadas pelos europeus sedentos por ouro.
Na região de Sorocaba não se encontrou ouro, mas o “morro Araçoiba” estava repleto de minério de ferro, que acabou colaborando para o povoamento da cidade, recebendo a primeira fundição do Brasil.
O caminho passou a ser percorrido por bandeirantes caçadores de indígenas, entre eles o capitão Baltazar Fernades, filho de indígenas e portugueses que ganhou terras na região onde viria nascer a “Fazenda Sorocaba“, que em Tupi-guarani significa “terra rasgada”. As terras iam de Santana de Parnaíba até o Paraná!!!
Os tropeiros começaram a trazer mulas do Rio Grande do Sul para vender aos mineradores, nas feiras que se organizavam em Sorocaba.
Quando o Brasil inteiro passou a vender mulas, começaram a plantar algodão para a produção de tecidos. Assim, nasceram grandes fábricas têxteis e as ferrovias para transportar o que elas produziam. A estação local foi inaugurada em 10 de julho de 1875 pela Estrada de Ferro Sorocabana, como sede da companhia.
Em 1929, a estação foi reformada e ficou linda assim:
Demos uma passada no mercado municipal!
Sorocaba é uma ótima representação do interior paulista: se desenvolveu econômica e socialmente, apresenta grandes desigualdades sociais e aos poucos tem perdido os traços culturais bastante específicos, que possuía. O surgimento do futebol foi fruto dessa cultura própria da cidade, desde muito cedo, principalmente relacionado às indústrias!
Não vamos falar dos times que representam o que hoje é a cidade de Votorantim (o Votorantim Athletic Club e o Sport Club Savoia), isso fica para um post futuro. Mas, pra começar, falemos do time mais antigo da cidade: o Sport Club Sorocabano!!!
O SC Sorocabano foi fundado em 7 de setembro de 1903 e teve até mesmo seu próprio campo próprio, o Estádio do Velódromo de Sorocaba, com capacidade para 6 mil torcedores! Em 1930, devido à dificuldade do S.C. Sorocabano em pagar o aluguel do campo, Manoel Ferreira Leão decide lotear o terreno.
Pelas informações que encontramos, essa é a provável localização do estádio naquela época, com entrada na atual Av Moreira César tendo a sua frente a Rua da Penha:
Em 1918, filiou-se à APSA (Associação Paulista de Sports Athleticos) e passou a disputar os campeonatos do interior, na Zona Sorocabana.
Ainda em 1918 disputou um amistoso contra o Corinthians em Sorocaba, com vitória do time da capital por 8×1. O time seguiu disputando o Campeonato do Interior em 1919, 20, 21, 23 e 25. Aqui, o time de 1921:
Destaque para a campanha de 1923, quando classifica-se em 1º na fase inicial:
Na 2ª fase, embora invicto, o time sagrou-se vice-campeão, perdendo o título para o Rio Branco de Americana.
Em 1925, mais um vice campeonato, dessa vez perdendo para o Velo Clube.
Infelizmente, o Sorocabano entrou em decadência e abandonou o futebol, e acabando extinto no início dos anos 1950. O segundo time a surgir na cidade foi o Sport Club São Paulo Athlético, fundado em 10 de agosto de 1913:
O SC São Paulo Athlético disputou o Campeonato do Interior da APEA de 1921, 23 e 25. O time também ocupou o Estádio do Velódromo. Esse é o grupo de 1921:
Esse, de 1925:
O time também acabou extinto, entretanto, em 14 de setembro de 1913, surgiu o Sorocaba Athletic Club. O time foi fundado por integrantes do Club Athletico Chapeleiros, de 1905 da empresa de chapéus Souza Pereira.
Um desentendimento entre os sócios e diretores do time acabou determinando a mudança do nome do time para Sport Club São Bento no dia 13 de outubro de 1914. O nome é uma alusão à Associação Atlética São Bento, campeã paulista daquele ano.
O EC São Bento passa a disputar o Campeonato Regional Amador e logo o Campeonato do Interior. Aqui, o grupo de 1923:
Em 1943:
Em 1944:
Em 1953 passa a disputar o profissionalismo jogando o Campeonato Paulista da Segunda Divisão.
Em 1962, sagrou-se campeão do Campeonato Paulista da Primeira Divisão, subindo, para a Divisão Especial (o primeiro nível do estadual). A decisão contra o América de São José do Rio Preto se deu no terceiro jogo, no Pacaembu.
Em 1963, na sua primeira participação no Campeonato Paulista da Divisão Especial (A1), ficou com a honrosa 4ª colocação à frente de Corinthians e Portuguesa. Foto do site Arquivos do Futebol do Brasil:
Permaneceu por 29 anos na primeira divisão do Campeonato Paulista (A1), até sua queda, em 1991. Aqui, o time de 1982 (foto do site Anotando Futbol):
Disputou a divisão intermediária (A2), em 1992 e 93, mas devido a mudanças no regulamento da Federação Paulista em 1994, passou a disputar a Série A3. Em 1998, foi rebaixado à quarta divisão do Campeonato Paulista, entretanto, o Novorizontino desistiu de disputar a Série A3 de 1999 e o São Bento se manteve lá! Em 2001, conquistou a Série A3. Foto do site Anotando Futbol:
Em 2002, disputou a Série A2 e foi campeão da Copa Paulista. Em 2005, o São Bento volta para a principal divisão e disputa o Campeonato Paulista Série A1 de 2006. Em 2007, novo rebaixamento para a A2. 2011, o clube terminou a trágica campanha sendo derrotado, em casa, para o Red Bull, amargando a sua queda à Série A3 de 2012. Em 2013, sagrou-se Campeão da Série A3, no ano de seu centenário.
Em 2014, termina em 3º lugar voltando à série A1!
Em 2016, chega na quarta de final, sendo derrotado pelo Santos por 2×0. Mas em 2019, volta à série A2. Em 2020, é vice campeão (perde o título nos penaltys para o São Caetano) e volta para a série A1.
Em 2021, os dois times que haviam subido da A2, voltam pra ela. Em 2022, mais um vice campeonato conquistado, dessa vez, perdendo a final para a Portuguesa. Chega 2023 e … novo rebaixamento. E vejamos o que o Bentão fará na A2 de 2024!
Mas… Vejamos as imagens de 2014, quando fomos até Sorocaba pra ver o Ramalhão jogar a série A1 do Paulista contra a equipe local do EC São Bento, no Estádio Centro de Integração Comunitário Walter Ribeiro mais conhecido como CIC ou Estádio Municipal Walter Ribeiro.
O estádio foi inaugurado no dia 14 de outubro de 1978, em jogo contra o São Paulo pelo Paulistão. Vamos aproveitar nossa presença e dar uma olhada no visual do Estádio Municipal Walter Ribeiro:
Em campo, dois times aguerridos que terminariam empatando em 2×2 uma partida bastante movimentada!
O jogo foi numa 6a feira e veja que houve boa presença de público por parte da torcida do São Bento (lá do outro lado):
O Estádio tem capacidade para mais de 13 mil torcedores.
Sempre um grande prazer visitar um estádio do interior paulista, principalmente em dia de jogo.
Dá pra ver que atrás do gol dos fundos também existe uma arquibancada.
Já atrás do gol de entrada, um espaço onde ficam as ambulâncias e podem ser ocupados de acordo com a estrutura exigida.
A Sangue azul é quem comanda a festa!
Mas vale lembrar que o primeiro campo do São Bento foi o Estádio Humberto Reale.
Até Pelé esteve neste campo jogando pelo Santos Futebol Clube, em 1963, sendo derrotado pelo São Bento por 3×2. Esta e as demais fotos abaixos são do site do Jornal Cruzeiro
O jogo de despedida ocorreu em 1978, um 0x0 contra a Ponte Preta.
Porém em 1979, realizou-se um último jogo noturno no Estádio Humberto Reale: São Bento 1×2 América, válido pelo 2º turno do Campeonato Paulista da Divisão Especial.
Mais algumas fotos para que você possa conhecer como era esse lindo estádio:
O São Bento chegou a realizar alguns jogos amistosos no Humberto Reale e até meados dos anos 2000, foi usado pelo futebol Amador de Sorocaba, e depois transformado em CT, o “Complexo Humberto Reale”:
A 202ª camisa de futebol retratada no site estreia o futebol acreano aqui no As Mil Camisas!!!!
A camisa representa o Plácido de Castro Futebol Club, clube sediado na cidade de Plácido de Castro, no estado do Acre.
Recentemente, o time reformulou seu distintivo tornando imediatamente minha camisa obsoleta. Dane-se. Eu gosto dela.
Plácido de Castro é um município há cerca de 100 Km da capital Rio Branco, criado em 1976 e que homenageia o militar que comandou os seringueiros locais em uma luta pela independência local, frente à Bolívia.
A região tinha grande potencial seringueiro e por isso era tão cobiçada que chegou a ter o próprio presidente da Bolívia, o general José Manuel Pando, participando no enfrentamento a Plácido, sem sucesso. Depois de diversas batalhas, a “revolução do Acre” venceu as tropas bolivianas, proclamando, o Estado Independente do Acre, ou a “República do Acre” e que teve Plácido de Castro como presidente até 1903, quando o Tratado de Petrópolis, anexou o Acre ao Brasil dissolvendo o Estado Independente.
Plácido foi morto em uma emboscada aos 35 anos, por “jagunços” a mando de um ex companheiro de armas da revolução, que se sentia menosprezado e desvalorizado após tanta dedicação. Esta é uma ilustração de José Plácido de Castro:
Vale reforçar que antes da ocupação por seringueiros, a região onde atualmente está a cidade foi ocupada por várias etnias indígenas e que atualmente ainda se fazem presente por lá. Destaque para os HuniKuin também conhecidos como Kaxinawá, pertencentes à família linguística Pano.
Mas, falando do futebol local, o Plácido de Castro FC foi fundado no dia 3 de agosto de 1979, começando como quase todos os clubes: disputando campeonatos e torneios amadores. O Plácido de Castro FC se tornou conhecido como o Tigre do Abunã.
Em 1983, disputou um amistoso pela primeira vez contra um clube de futebol profissional e empatou em 1×1 com o ADESG. A partir daí o time passou a se desafiar cada dia mais e disputar amistosos contra outras equipes profissionais. Em 1987 e 1988, participou das duas únicas edições da Liga Independente do Norte, colocando-se, respectivamente, em quarto e terceiro lugar. O Plácido de Castro FC se profissionalizou somente em 2008, disputando o Campeonato Acriano, ficando em terceiro lugar. Veja a tabela do site Bola na área:
Em 2009, terminou na última colocação. Em 2010, perdeu 6 pontos por inscrição irregular de um atleta, o que o tirou das semifinais.
Em 2011, o clube conquistou o vice-campeonato estadual, enfrentando os dois times de maior hegemonia no estado, batendo o Atlético na semifinal e perdendo o título para o Rio Branco, com um empate e uma derrota! Na segunda partida, quase um quarto da população de Plácido de Castro (que tinha na época pouco mais de 17 mil habitantes) se moveu para apoiar o clube: mais de 4 mil placidianos viajaram 100km até Rio Branco para assistir a grande decisão
Em 2012, terminou em 4º lugar, mas em 2013, fez uma campanha muito boa na primeira fase, terminando em 3º lugar e se classificando para a semifinal!
Na semifinal, venceu o primeiro jogo contra o Atlético por 1×0 e empatou o segundo jogo por 0x0, chegando à final, contra o Rio Branco. Perdeu o primeiro jogo por 2×0, mas ganhou o segundo por 3×0, levando a decisão por penaltys onde saiu como grande campeão!
Em 2014, perdeu a vaga para a final para o Rio Branco (uma derrota por 1×0 e um empate por 1×1), terminando em 4º lugar. Em 2015, novamente perde a semifinal parao Rio Branco, terminando na 4ª colocação. Em 2016, acaba na 6ª colocação. Mas neste ano, tem como grande destaque sua nova presidente: Rafaela Escalante, que era a líder da torcida organizada “Fanáticos Plácido”.
Seu maior feito foi liberar o Estádio local, o Estádio José Ferreira Lima para o uso no Campeonato Estadual, já que até então o time mandava seus jogos na Arena da Floresta.
Em 2017, volta a ficar entre os melhores ocupando a 3ª colocação.
O time mantém-se entre os melhores em 2018:
Em 2019, chega à semifinal do primeiro turno, mas é eliminado. Em 2020, chega à semifinal contra o time do Galvez e é eliminado nos penaltys. Em. 2021, termina em último lugar com apenas um ponto…
Em 2022, termina na 7ª colocação. Em 2023, mais uma campanha ruim, ficando em 4º do seu grupo, não se classificando para o hexagonal final. Aqui, o time de 2023:
O time manda seus jogos no Estádio José Ferreira Lima, o Ferreirão.
A história de São José dos Campos como a de todo Brasil é anterior à chegada dos europeus. Há milhares de anos, a região era habitada por diversos povos indígenas, como os Guayanases, Guainás, Aimorés e Puris (retratados abaixo por Van de Velden), entre outros. Cada um com sua cultura, língua e modo de vida em harmonia com a natureza.
A chegada dos europeus efetivou um processo de desapropriação das terras indígenas, resultando em conflitos e até mesmo no extermínio de comunidades inteiras. Os sobreviventes tiveram que aceitar a política de aldeamento implementada pelos jesuítas.
Com a chegada da ferrovia (olha aí a estação), em 1876 potencializou-se a expansão da cafeicultura no Vale do Paraíba, e São José dos Campos se desenvolveu economicamente.
Curiosamente, o futebol não se desenvolveu junto da Ferrovia como estamos acostumados a ver, mas sim, junto às indústrias. Entre os anos de 1920 e 40, São José dos Campos recebeu indústrias de cerâmica (como a Cerâmica Weiss) e tecelagem (Tecelagem Parahyba e a Cia. Rhodosá de Rayon, do grupo Rhodia, fabricante de fios sintéticos). A cidade ainda iria passar por outras fases mais modernas de industrialização (lembre-se que aí fica a sede da EMBRAER), mas foram as fábricas do início do século que movimentaram o futebol local.
A cidade teve nada menos que 9 times disputando as competições profissionais do futebol paulista:
Vamos relembrá-los por ordem cronológica de fundação. O mais antigo deles é a Associação Esportiva de São José, fundada em 15 de agosto de 1913 com o nome de “São José Futebol Clube“, rebatizada como Associação Esportiva São José em 23 de maio de 1918.
Seu campo ficava no local onde hoje está o Ginásio Poliesportivo Linneu de Moura.
Sua estreia no profissionalismo se deu em 1922 quando disputou a Divisão do Interior da APSA (Associação Paulista de Sports Athléticos) e terminou em último lugar, as se torna o primeiro time de São José a figurar nas competições oficiais.
A Esportiva de São José termina na mesma colocação em 1923, mas segue fazendo história no futebol paulista.
Em 1927, disputa o Campeonato do Interior da LAF (Liga dos Amadores de Futebol) jogando a Seção Sul da Zona Central do Brasil. Em 1930 e 31 disputa o Campeonato do Interior da APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos). Aqui, o time de 1942 que também jogou o Campeonato do Interior:
A Esportiva de São José disputou ainda os campeonatos de 1943, 44 e 1946 quando foi campeão da 1ª Zona do Campeonato do Interior (grupo com os times abaixo), perdendo o título da região para o Cruzeiro FC:
Em 1957, a Associação Esportiva São José decidiu extinguir seu departamento de futebol. Mas o clube social segue vivo!
A Associação Atlética Santana do Paraíba é o segundo time mais antigo, tendo sido fundada em 10 de outubro de 1913, poucos meses depois da AE São José.
O campo da AA Santana do Paraíba ainda está de pé, mas acabamos não o visitando desta vez, até porque atualmente o time manda seus jogos no AD Parahyba (que vamos mostrar mais abaixo):
O time disputou uma única edição oficial do futebol paulista: o Campeonato do Interior da LAF, em 1928, jogando a Seção Sul da Região Central do Brasil. Naquele ano, o time era denominado Sant’Anna FC.
Aqui, a AA Santana do Paraíba nos anos 40. Em 1942, 43 e 44 disputou o Campeonato do Interior.
Na sequência, foi fundado o Esporte Clube São José em 13 de agosto de 1933.
Até por levar o nome da cidade, o time logo ganhou o carinho dos torcedores, ainda que tenha se mantido por décadas disputando apenas as competições amadoras. Como São José dos Campos tinha muitas formigas, o time ficou conhecido como “Formigão“.
Duas equipes da cidade, o Klaxon Clube e o Internacional FC, se fundiram para fortalecer ainda mais o São José, o que acabou aumentando a rivalidade com o outro time da cidade, a Associação Esportiva São José. Na foto abaixo, um encontro entre os dois times.
Em 1943, estreou no Campeonato do Interior, jogando até 47. Em 1957, o time faz a estreia no futebol profissional, jogando a 3ª divisão, com o time abaixo:
Após aquela aventura, o EC São José se licenciou e só retornou ao profissionalismo em 1964, desta vez na 4ª divisão, da qual foi campeão, obtendo o acesso para a Terceira Divisão do ano seguinte.
Em 1965, o Formigão do Vale brilhou na fase inicial da Terceira Divisão, liderando a sua série:
Mas o time foi mais longe, sagrando-se Campeão da Terceira Divisão de 1965, garantindo o acesso para a segunda divisão do Campeonato Paulista. Aqui, a fase final do Campeonato:
Esse é o time de 1965:
Assim, em 1966 disputa a 2ª divisão do Campeonato Paulista.
Aqui, o time de 1967 que disputa a segunda divisão:
Foi nesse período que o clube revelou o goleiro Emerson Leão, que veio das categorias de base.
De 1970 a 76 disputou a 2ª divisão, sendo que em 1972, conquistou o título do Campeonato, classificando-se em 2º na primeira fase, atrás do SAAD…
Na segunda fase, vingou-se do time de São Caetano chegando à final contra o Garça FC:
O Formigão venceu por 3×0 em casa e empatou por 0x0 em Garça mas não subiu pra primeira, porque o acesso estava suspenso pela Federação Paulista.
Infelizmente, o time custava mais do que arrecadava e passou a se afundar em dúvidas. O time permaneceu jogando a segunda divisão até 1976, quando para vencer as dívidas encerrou sua existência, mudando seu nome e dando origem ao atual São José EC (já já falaremos dele).
O EC São José mandava seus jogos no antigo “Estádio da Rua Antonio Saes“, que desde 1942 era oficialmente denominado Estádio Martins Pereira, que viria a ser também o nome do Estádio atual.
Tentei fazer uma sobreposição imaginando onde seria o Estádio nos dias atuais…
Não resistimos e fomos até a atual Igreja que ocupa o espaço imortalizado pelo futebol, pra imaginar como era…
Antes que crucifiquem a Igreja Universal (que trocadilho hein?), vale dizer que a área foi ocupada por um supermercado Jumbo Eletro depois do Estádio.
No site do Museu do Futebol encontrei essa foto da torcida do Esporte Clube São José no 0 X 0 contra o Fernandópolis, em 1960:
Sua capacidade era de apenas 5 mil torcedores, motivo pelo qual a cidade se organizou para a construção do novo Martins Pereira. O Museu do Futebol tem também uma foto que registra a última partida disputada no Estádio da Rua Antonio Saes: o amistoso EC São José 2X0 DERAC, de Itapetininga.
O time seguinte a ser fundado foi o Rhodosá Atlético Clube, em 13 de fevereiro de 1948.
O time foi formado por trabalhadores da Companhia Rhodosá de Rayon SA, indústria química, instalada no bairro de Santana.
O time se filiou à Federação Paulista de Futebol (FPF) e passou a disputar o Campeonato Amador pela Zona de Lorena. Aqui, o time de 1949 que disputou competições e torneios amadores e com outras indústrias.
O Rhodosá Atlético Clube se tornou bicampeão amador em 1959 e 1960, levando o time a se tornar o 1º time profissional de São José dos Campos, disputando a 4ª divisão em 1965, ainda que sem conseguir realizar uma grande campanha:
De qualquer forma, o time fez história no futebol e isso não se apaga jamais!
O Rhodosá AC teve até um time feminino!
Mandava seus jogos no Estádio Dr Roberto Moreira (nome do presidente da Rhódia na época) construído junto à fábrica, no bairro de Santana, e inaugurado em 1956.
Como o endereço em mãos fomos até lá para ver se o Estádio ainda existe, mesmo com o fechamento da indústria. Próximo do local, encontramos esta linda e gigantesca árvore:
Olha aí a frente do Estádio:
Olhando do lado de fora, deu pra ver que o que encontraríamos não era mais um estádio de futebol…
A entrada para o antigo estádio é esse portão:
Pedimos permissão para o “caseiro” da atual área e fomos tentar encontrar algo do antigo estádio. Olhando assim, parecia apenas uma casa, mas… o que parece aquilo no andar de cima?
Subi essa escada, sabendo onde chegaria…
Aí está a arquibancada do Estádio Dr Roberto Moreira, o Campo do Rhodosá!
Presença registrada em mais uma arquibancada histórica!
Agora, olhando da arquibancada, aqui está (está ???) o gol da esquerda:
O gol da direita:
E o meio campo:
Encontrei uma imagem que mostra o campo algumas décadas atrás:
Missão cumprida, ainda que os registros não sejam muito animadores…
Dando sequência, é vez de falar do Corinthians Futebol Clube de São José dos Campos, fundado em 3 de janeiro de 1954.
Lá no Mercado Municipal já havia visto (e registrado) esse poster do time, no bar em que ouvimos aquele senhor cantar.
Inicialmente, o Corinthians FC usava um campo que ficava na Praça Duque de Caxias, 48, no bairro do Jardim Paulista. Esse é o time de 1961, vice campeão local:
Em 1976, decide disputar a 3ª divisão, mas infelizmente acaba abandonando a competição ao fim do primeiro turno.
Falemos agora do Grêmio Olimpico Futebol Santanense, fundado em 5 de setembro de 1975. Distintivo direto do site Escudos Gino:
O clube surgiu por iniciativa de atletas da equipe juvenil do Esportivo Futebol Clube, que queriam levar o futebol adiante, fazendo surgir o Grêmio Olímpico de Futebol Santanense. Aqui, o time de 1981:
Depois de muitos campeonatos amadores e locais, o time decidiu se profissionalizar e disputar o Campeonato Paulista da Terceira Divisão em 1986.
De 1986 a 92 disputou a 3ª divisão.
Destaque para a campanha de 1988, quando se classificou em segundo lugar na primeira fase:
Liderou a fase 2:
E só acabou desclassificado na penúltima fase.
O Grêmio Santanense mandou seus jogos no campo da ADC Parahyba, o campo que surgiu junto à Tecelagem Parahyba presente em São José de 1925 até 1995. Hoje ainda há produção de cobertores por meio de uma cooperativa de ex- funcionários. Ficou conhecida com a marca CobertoresParahyba.
Como o Estádio ADC Parahyba, também conhecido como o “Campo da Tecelagem”, ainda está lá, fomos fazer uma visita para registrá-lo:
Diferente do estádio do Rhodosá, confira que lindo está o Campo da Tecelagem:
Então, vamos eternizar mais este lugar com nossa humilde câmera digital kkkk
Olha que charmosa a arquibancada que lembra a geral dos tradicionais estádios brasileiros:
Lä do outro lado também existe um lance de arquibancada, o que totaliza mais ou menos 5 mil lugares para a torcida.
A manutenção do local garantiu mais um momento histórico para o futebol local, ao receber jogos da Copa Libertadores de América de Futebol Feminino de 2011 a 2014.
Aqui o gol da esquerda:
Aqui, o meio campo:
Aqui, o gol da direita:
Ali ao fundo, os bancos de reserva e vestiários:
A arquibancada é única e realmente inesquecível!
Agora, é a hora de falar do time mais expressivo e tradicional da cidade: o São José Esporte Clube.
Pra isso, devemos voltar a 1976, com o antigo EC São José completamente endividado. A solução para a situação foi “encerrar” o antigo clube e realizar uma reformulação da identidade, fazendo surgir um novo São José. O Formigão deixava de existir para em seu lugar surgir a Águia do Vale. O preto e branco deram lugar ao azul, amarelo e branco, as tradicionais cores da cidade.
Assim, em 24 de dezembro de 1976, surge o São José EC e que logo no ano seguinte, passa a disputar a 2ª divisão (a Intermediária) e logo no primeiro ano, termina em 3º lugar:
Mesma posição do ano seguinte (1978):
E também a de 1979:
Finalmente em 1980, chegou a vez do São José EC realizar uma campanha quase perfeita e finalmente subir para a Primeira Divisão. Essa foi a primeira fase:
Liderou também a segunda fase:
Depois vieram as semifinais contra o Aliança de São Bernardo (0x0 no ABC e 2×1 em São José), depois as finais com o Grêmio Catanduvense (ganhando como visitantes por 1×0 e 4×0 em casa) e sagrando-se assim campeão, com o meu ídolo Tonho, no gol.
Sua estreia na 1ª divisão em 1981 foi incrível! Em um campeonato maluco, chegou à fase final, após 2 turnos, em um grupo ao lado de Palmeiras, Santos e Ponte Preta, mas não se intimidou…
Assim, fez a final do turno com o São Paulo, vencendo em São José por 1×0 e perdendo por 3×2 no Morumbi, em um jogão!
Em 1982, o São José realizou uma campanha mediana, mas em 83, acabou rebaixado, e acabou se licenciando até 1985 quando voltou a disputar a segunda divisão, mas teve uma campanha fraca, assim como em 1986. Mas, em 1987, novo bom momento: com o vice campeonato da 2ª divisão, o São José estava de volta à elite!
Assim de 1988 a 93, a Águia voou pela 1ª divisão, com campanhas interessantes, um 3º lugar em 88, um vice campeonato em 1989, com o time abaixo (olha o goleirão Rafael no time!):
Em 1990, 91e 92, novamente campanhas medianas, culminando no rebaixamento de 1993. Assim, em 1994 o São José EC jogava mais uma série A2. Mas, em 1996, um terceiro lugar devolvia a Águia à principal divisão do futebol paulista.
De volta à primeira divisão, o São José EC conseguiu se segurar até 1999 quando acaba rebaixado mais uma vez. Mas dessa vez, após 4 anos na A2, a águia foi parar na A3. Daí em diante, o time passou por muito sobe e desce, jogando a A3 em 2005 e 06, a A2, de 2007 a 2014, a A3 em 2015 e 16, a Segunda Divisão de 2017 a 2020, a A3 de 2021 a 23, quando finalmente volta à série A2.
Vale reforçar a importância e o sucesso do time feminino do São José, criada em 2001. O time foi vice campeão Paulista de 2010. Em 2011, garantiu vaga na Copa Libertadores por ser sede do torneio, do qual sagrou-se campeã!
Em 2012, conquistou seu primeiro título da Copa do Brasil e o Campeonato Paulista. Em 2013, o bicampeonato da Copa do Brasil e da Copa Libertadores.
Em 2014, além da Libertadores, o São José conquistou o Torneio Internacional de Clubes, derrotando o Arsenal.
Desde 2017, infelizmente, vive um período de declínio na modalidade.
Mas a cidade de São José dos Campos ainda tinha inspiração para mais times e em 1º de outubro de 1998 foi fundado o Clube Atlético Joseense.
O time nasce com foco nas categorias de base, participando dos campeonatos sub-20, 17 e 15, além da Copa São Paulo de Futebol Jr, a partir de 2001, quando também participa da Série B3 do Campeonato Paulista. Termina em 5º lugar e consegue o acesso para a Série B2, onde ficou até 2004, quando subiu para a Série B (a quarta divisão, na prática).
Aqui, o time de 2010:
Em 2012, garantiu acesso à Série A3 do Campeonato Paulista, a ser disputada pela primeira vez em sua história no ano de 2013. Em 2014 mudou seu nome para São José dos Campos Futebol Clube, mas a ideia não foi muito bem aceita pela população local que considerou que o time estava tentando tomar o lugar do tradicional “São José EC”.
Em 2017, decidiram voltar ao nome de origem. Em 2018, acaba rebaixado para a Segunda Divisão, onde está até os dias de hoje. Este é o time de 2022:
O último time fundado na cidade foi o Futebol Clube Primeira Camisa, fundado em 2 de março de 2007.
O time surgiu de uma iniciativa do zagueiro Roque Júnior em parceria com as categorias de base do São José.
Em 2008, o time se profissionalizou e passou a disputar a 4ª divisão, onde ficou até 2011, quando se licenciou.
Em 2007, fez uma parceria com o São José EC e os atletas do Primeira Camisa representaram a Águia do Vale na Copa São Paulo, tendo a melhor campanha de um time de São José dos Campos na Copa São Paulo, chegando nas quartas de final, quando perdeu para o Cruzeiro, em um Martins Pereira, com mais de 20 mil torcedores e com gente do lado de fora.
Sábado, 5 de agosto de 2023. Depois de curtir uma praia no Gonzaga, onde em 1982 (41 anos atrás !!!) Raul Seixas fez um showzaço (clique aqui e relembre!), subimos o morro da Nova Cintra até o bairro Jabaquara, também conhecido por “Caneleira” para mais uma partida pela Segunda Divisão do Campeonato Paulista.
O nome Nova Cintra foi dado por Luís de Mattos, português que viu semelhança com a “Sintra“, portuguesa. O caminho para o Estádio Espanha é tranquilo e permite conhecer uma parte de Santos pouco divulgada, mas com seu charme, seja pela Paroquia de São João Batista, que alguns dizem ter sido construída ainda no século XIX…
Seja pela Lagoa da Saudade, que teria se formado na cratera de um vulcão e abrigado diversos jacarés…
Pelas características da natureza, é certo que antes da chegada dos portugueses, havia ocupação indígena para aproveitar a abundância de água e demais recursos. O nome Jabaquara seria uma versão aportuguesada de Yab’a’kwara, algo como “o buraquento”, por causa do antigo riozinho cheio de buracos que por ali passava. O bairro ficou mais conhecido por conta do famoso quilombo de mesmo nome: Jabaquara.
Até 1922, havia um elevador hidráulico, atendendo à população, quando um grave desastre veio dar fim a ele.
A ocupação portuguesa se deu ainda nos tempos de Martim Afonso de Souza, quando foi criado um núcleo agrícola no alto do morro. O bairro se desenvolve e assim como na cidade surgem os canais. Aliás, bem em frente ao canal da Av. Francisco Ferreira Canto está o Estádio Espanha!
E ali já teve muita história rolando… Olha essa foto linda do Jabaquara de 1966:
O Estádio Espanha foi inaugurado em 7 de setembro de 1971, e 52 anos depois, lá vamos nós pra uma partida da Segunda Divisão!
Pelo adesivo que vi em um dos carros, sabia que ia encontrar uma das figurinhas carimbadas do Jabaquara, o sr. Hilário Garcia Carvalho, também conhecido como “Jabuca“.
E olha quem estava ali na entrada, ele mesmo, o maior torcedor do Jabaquara!
Antes de entrar, fiz questão de dar uma passada pela parte social do clube, para registrar a estátua em homenagem ao maior ídolo da história do Jabaquara, Gylmar do Santos Neves. Gylmar faleceu em agosto de 2013 e jogou pelo Jabaquara entre 1945 e 1951. Aqui, a foto da inauguração, em 2015:
E aqui, a estátua no dia do jogo:
Vale recordar, que em 1924, o clube tinha sua sede no bairro do Macuco, e mandava seus jogos no Estádio Antonio Alonso:
Ingressos em mãos, vamos lá!
Bandeiras hasteadas, e tudo pronto! O Estádio está lindo!
Até camisas do time estão disponíveis para a venda por R$ 75.
Os times entram em campo pressionados pois nenhum deles venceu nas duas primeiras rodadas da terceira fase.
Assim, é com certo nervosismo que a partida começa no tradicional “Estádio Espanha” neste embate válido pela 3ª fase do Campeonato Paulista da Segunda Divisão de 2023.
O Estádio Espanha tem capacidade para mais de 8 mil torcedores.
Existem arquibancadas nos 4 lados do campo, mas o público se concentra mesmo na arquibancada que fica junto à entrada do Estádio, principalmente porque nos jogos a tarde é onde fica a parte da sombra. E é aqui que ficamos!
Conforme a tarde foi caindo toda a bancada estava à sombra!
Do outro lado, mais uma grande arquibancada, que permanece vazia pelo baixo público, mas que está pronta para a volta dos dias de glória do Jabuca!
Este é o gol da direita, onde também se encontra uma arquibancada e que normalmente é disponibilizada aos visitantes.
Atrás do gol da esquerda é o espaço onde se coloca o pessoal das Organizadas do Jabaquara: a Fúria Rubro Amarela e a Torcida Jovem!
Ali está a faixa da Fúria Rubro Amarela:
Poder acompanhar um time como o Jabaquara Atlético Clube é uma verdadeira honra. Fico pensando até quando um time que representa um outro tempo e que não faz parte do grupo dos “gigantes” se manterá fazendo história…
O clube foi fundado em 15 de novembro de 1914 e conseguiu ultrapassar seu centenário mantendo ao seu redor uma legião de torcedores do bairro!
Mas a bola está rolando e é hora de dividir um pouco do clima de jogo no Estádio Espanha:
O gol impedido logo cedo aumentou a vontade de ganhar do time…
… e dos torcedores locais também!
Ainda que muitas das jogadas fossem de bolas paradas ou mesmo chutões desperdiçados ao acaso…
O CA Penapolense também levava perigo….
Mas o jogo não se limita ao campo, dê uma olhada nas arquibancadas e curta o espírito do futebol em Caneleira!
O Jabaquara aperta e faz da entrega a sua maior arma!
E de tanto apertar, em um ataque aos 35 minutos, Gabriel Patrez marcou o gol do Jabaquara para alegria de sua torcida!
Em meio às emoções, o primeiro tempo vai terminando…
Hora de curtir um pouco o Estádio e registrar a torcida que compareceu pra apoiar o Jabuca!
São poucos os times brasileiros que adotaram as cores vermelho e amarelo em seus uniformes, lembro-me apenas do Atlético Sorocaba, existiu algum outro?
De qualquer forma, é uma combinação bem chamativa nas bancadas!
O bar local teve trabalho dobrado, já que mesmo à sombra, o dia estava quente!
Bacana ver uma molecada presente na arquibancada. Quem sabe não darão sequência a essa história toda?
Aproveito o intervalo pra lembrar o início do time, ligado a um grupo de jornaleiros espanhóis que reuniam-se no bairro do Jabaquara para praticar o futebol. Conta-se que foi um senhor negro, ex-escravizado foi quem propôs o nome e assim fez nascer o Hespanha Foot Ball Club.
O Hespanha FC estreou em competições profissionais no Campeonato Paulista de 1927, organizado pela LAF (Liga dos Amadores de Futebol), e saiu com o vice-campeonato do que equivalia à segunda divisão daquele ano.
Em 1929, seria o 3º colocado, depois disputaria o Campeonato da APEA de 1933 (novamente vice campeão) e 1935 (4º lugar), o da LPF de 1936 (7º lugar) e os campeonatos organizados pela Liga da LFESP de 1938 a 1940. Em 1941, foi um dos clubes fundadores da Federação Paulista de Futebol (FPF), e em 1942, após terminar em último lugar no campeonato, mudou seu nome de Hespanha para Jabaquara por conta da 2ª Guerra Mundial. Já nos anos seguintes, campanhas fracas, com o time terminando sempre nas últimas colocações. Nessa época, mandava suas partidas no Estádio Ulrico Mursa, da Portuguesa Santista. Aqui, o time de 1945:
Em 1952, termina em penúltimo e é rebaixado junto do Radium de Mococa para a segunda divisão. Retorna em 1955 e permanece até 1963, quando uma goleada para o Santos por 5×3 decreta novo rebaixamento. Nunca mais o Leão da Caneleira teve forças para retornar à elite. Em 1960, se estabeleceu em Caneleira, com seu Estádio Espanha. Em 1968 licencia-se do Campeonato. Em 1977, passa a disputar a “Segunda Divisão” (que equivalia ao quarto nível) até 1979. Em 1980 e 1982 joga a segunda divisão, com passagem pela 3ª em 1981, de 83 a 93. Em 1987, chegou à fase final, perdendo o acesso pra Sanjoanense, mas em 1993 sagrou-se campeão, com grande campanha!
O time acabou entrando na nova organização do futebol paulista e passou a jogar a série B1-A (o quarto nível). Entre altos e baixos, em 2002, novo título, dessa vez da série B3 do Campeonato Paulista. Confira matéria do Curioso do Futebol!
Bom, mas é hora de voltar para o segundo tempo porque lá vem o time do CA Penapolense, treinado por Oscar Souza, prometendo “botar fogo no jogo”.
O CA Penapolense voltou para o segundo tempo melhor arrumado e buscando o gol a todo instante!
O Jabaquara seguia tentando na bola parada…
Olha aí o estádio…
Um céu azul lindo, a natureza ao fundo…. e o Jabuca lutando para seguir existindo e quem sabe até voltar à Terceira Divisão…
O jogo entrava no tudo ou nada e o CA Penapolense se lançava ao ataque loucamente, abrindo espaços para o contra ataque. O time do Jabaquara perdeu a chance de matar o jogo dessa forma…
Esqueça as dores na canela, o jogo vale a vida para o Jabaquara!
Já nos acréscimos (o juiz deu 7 minutos) o CAP chegou ao empate para a alegria do narrador de Penápolis que foi o único a segurar o grito de gol por longos segundos…
Um triste golpe para a fiel torcida do time local…
Fim de jogo, o empate mantém um fio de esperança para ambas as equipes, mas de verdade, foi um placar ruim para os dois times. Veja como ficou a tabela de classificação do grupo (peguei lá do Futebol Interior):
E se alguém achou injusto o resultado, a revanche já tem data: no próximo sábado as duas equipes se enfrentam novamente no. “returno” desta fase, mas dessa vez no Estádio Tenente Carriço, em Penápolis.
29, de julho de 2023. Sabadão a noite. O rolê pra hoje não tem taaaanto glamour, já que a Copa Paulista não é a competição mais apreciada pelos torcedores, mas em campo, temos um encontro que há tempos não se via.
Assim, repetindo o que torcedores do Ramalhão já faziam nos anos 70, pegamos a Dutra e fomos até o belíssimo Estádio Martins Pereira para acompanhar a partida frente o São José, que vem em uma retomada dentro do cenário futebolístico.
Antes do jogo, fomos dar um rolê pela cidade e foi bacana ver a loja do São José, lá no centro da cidade:
A loja faz a diferença na “materialização” do time em pleno centro da cidade.
Uma série de cartazes espalhados pela cidade ajudam a divulgar os jogos do São José na Copa Paulista:
Refletindo o bom momento do time, a torcida local compareceu e fez uma bela festa!
Uma pena que ali do local destinado aos Visitantes, não deu pra fazer uma foto frontal.
Massacrado por uma incrível sequência de maus resultados, o Ramalhão tenta se reerguer juntando ao time de “pratas da casa” alguns nomes que chegaram para a Série D, da qual foi eliminado há uma semana. E começou o jogo indo pra cima do São José EC:
Será que bem aqui em São José dos Campos o Ramalhão iniciaria uma incrível reviravolta chegando ao título da Copa Paulista, conquistando também a Copa do Brasil 2024 e voltando à Libertadores em 2025? Olha aí outro ataque do Santo André que nos deixava esperançosos:
O São José EC respondia nos contra ataques e em bolas paradas:
Falta para o Santo André e um desvio quase “mata” o bom goleiro Ariel. Aliás, o seu reserva é o nosso amigo Luis Augusto! Seguimos na torcida pra que ele tenha uma carreira vitoriosa!
O jogo era mesmo de rivalidade! Teve cordão de policiamento separando e tudo!
O primeiro tempo virou 0x0. Mas com a chegada da Fúria Andreense, as emoções se concentraram mais na arquibancada do que no próprio campo.
Fico contente de ver a nossa turma sempre presente mesmo em um momento tão difícil do time.
É óbvio que ninguém gosta de perder, e participar diretamente do pior momento do time nos últimos anos, mas estar na arquibancada com os amigos é sempre um prazer!
Nossos sonhos de vitórias foram interrompidos aos 28 minutos do 2º tempo, quando Matheus Serafim colocou os donos da casa na frente do placar! A torcida local foi à loucura!
O que fazer do nosso lado, se não responder cantando e apoiando ainda mais…
Loucura? Inocência? Não há porque seguir apoiando? Fala isso pra Fúria, então, que canta a plenos pulmões mesmo nos piores momentos….
Mas, somos realistas. Sabíamos dos limites deste time e principalmente deste ano, com um time montado sem grandes esforços comerciais, e aos 36’ do 2º tempo, Nicholas fez 2×0 e matou o jogo…
É um momento de extrema satisfação para a torcida do São José que tem acompanhado esse novo momento do time, de volta à série A2, após chegar à Segunda Divisão, o quarto nível do futebol paulista e agora luta para conquistar uma vaga na série D do Brasileiro de 2024…
A nós? Resta a resiliência em aguardar um 2024 melhor (já que nossa principal dívida termina de ser paga em outubro-2023) e a disposição de tentar levar a frente ideias de como a diretoria pode melhorar a gestão do time…
Após o jogo, ainda pudemos celebrar o aniversário do amigo e também torcedor do Ramalhão, Furlan! Feliz aniversário, meu amigo e que os próximos jogos sejam melhores presentes kkkk
Por fim, a síntese de curtir o futebol se resume a isso: diferentes times, rivais sempre, mas inimigos nunca. Abraços aos amigos Lucas, que acabei encontrando no estádio e também na pizzaria em que fomos comemorar, e ao Castanhare, que não deu pra trombar no rolê!
30 de julho de 2023. Em uma manhã de domingo de inverno, com tempo encoberto, mas com momentos de sol que permitia nos aquecer, estivemos no Estádio Martins Pereira, para acompanhar a partida válida pelo Primeiro Turno da 3ª fase da Segunda Divisão do Campeonato Paulista.
A placa logo na entrada reforça a história do local em que estamos pisando. Seja bem vindo ao Estádio Martins Pereira!
Esta será nossa primeira partida acompanhando o Clube Atlético Joseense como mandante no Estádio Martins Pereira!
O time foi fundado em 1º de outubro de 1998, e já teve participações nas extintas Séries B3, B2, na atual Segunda Divisão do Campeonato Paulista, chegando também à A3, além de jogar a Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2001 a 2004. Essa é sua camisa:
Em 2014 em uma tentativa de se aproximar da população, mudou de nome para São José dos Campos Futebol Clube, mas a repercussão foi desastrosa, uma vez que tratava-se praticamente do mesmo nome do tradicional São José EC…
Assim, em 2017 o time voltou a se chamar Joseense, mas o estrago já estava feito: ao invés de ser adotado como segundo time da cidade, passou a ser tratado pelos torcedores locais como “genérico“.
Talvez por isso, a presença da torcida local não seja muito representativa mesmo num jogo importante como o de hoje…
Além disso, o Joseense acabou assumindo um perfil mais moderno, focado na formação de atletas, tendo mais cara de empresa e menos de “time”.
Mas, aí está a turma que tem acompanhado o Joseense nesta edição do Paulista da Segunda Divisão.
Como o time é conhecido por muitas parcerias, os camarotes acabam mais cheios que a própria arquibancada local.
Do outro lado, o XV de Jaú promete ser um visitante indesejável já que tem lutado há anos para sair da Segunda Divisão e voltar a atuar nas divisões acima.
Sua torcida sabe que representa um time bastante tradicional e se fez presente apoiando o XV de Jaú!
Pude ver diversas faixas em apoio ao Galo da Comarca, além da presença da Galunáticos, sua principal torcida organizada!
Vale citar que a gente trombou o pessoal do XV de Jaú por termos nos hospedado no mesmo hotel que eles…
O jogo segue a tradição da Segunda Divisão: muita correria e marcação, mas ambas as equipes mostram qualidade acima das que temos acompanhado nessa divisão.
Sendo o mandante, o CA Joseense começou melhor, com segurança na sua defesa…
…e com seguidas descidas principalmente pela esquerda.
Olha aí mais um escanteio para o time local, apertando os visitantes em busca do primeiro gol:
Mas os joseenses não contavam com a ousadia do treinador Marcos Campagnollo, o mesmo que conquistou o acesso à A3, pelo Grêmio Prudente, em 2022.
Sem medo de mudar o que não parecia estar certo, Campagnollo realizou duas mudanças com 20 minutos do primeiro tempo.
A torcida local até pegou no pé de Campagnollo e dos jogadores que foram substituídos, mas o XV de Jaú mudou de postura com as alterações.
Tanto que aos 39 minutos, veja o que aconteceu…
Gol do XV de Jaú…
Era tudo o que a torcida visitante queria!
A torcida local até tentou animar uma reação logo após o revés…
Mas o primeiro tempo terminou com os visitantes à frente do placar.
Na volta para o segundo tempo, fiz um rolê pelo estádio pra poder fazer umas fotos de outros lugares e registrar a grandeza do Estádio Martins Pereira.
A atual capacidade do Estádio Martins Pereira é de 16 mil torcedores, também, o campo possui arquibancadas em todo seu entorno. Registrei o Estádio, primeiro da arquibancada local. Aqui, o meio campo:
O gol da direita (onde fica o portão de acesso principal):
E o gol da esquerda, onde fica o portão de acesso dos visitantes.
Agora, registrando do lado oposto, aqui, a arquibancada central, onde ficam os camarotes:
O gol da direita:
E o gol da esquerda, onde está o portão de acesso principal:
Aqui, a parte que fica logo na entrada do estádio, atrás do gol:
Nossa última visita ao Estádio foi em 2010 (veja aqui como foi) e muita coisa mudou desde então. Vale comparar as imagens, começando com a de 13 anos atrás:
E a de hoje:
Em 2013, o Estádio ganhou nova fachada, além de novos vestiários (aquele prédio lá no fundo, na foto acima). Até o gramado foi reformado, atendendo as recomendações da FIFA. Hoje, vemos um estádio completamente pronto para receber jogos até mesmo da série A1.
Bom, mas o segundo tempo começou e ambas as equipes sabem da importância de se pontuar nessa primeira rodada e por isso o jogo volta com tudo!
No começo do segundo tempo, fui surpreendido por esse sobrevôo em cima do estádio…
O jogo no segundo tempo acabou ganhando em emoção porque o Joseense passou a adiantar seu time e tentar retomar o domínio do jogo. Mas mais uma vez, Campagnollo mexeu em dose dupla e, embora não tenha conseguido fechar o jogo com o segundo gol, criou mais chances que o próprio time local.
O juiz, nada menos que Vinícius Furlan deu 7 minutos de acréscimos, mas mesmo tentando com todas as suas forças, o Joseense não obteve o empate… Muito disso por conta do bom goleiro Romário!
O XV de Jaú perdeu várias chances já no finzinho da partida…
Mas não era preciso mais nada para os visitantes… A partida se encerrou com a vitória do XV de Jaú por 1×0.
Como escrevemos uma série de posts sobre o futebol mineiro, por conta do rolê que fizemos pra ver o Ramalhão jogar contra o Athletic Club em São João del Rei (vídeo abaixo), decidi reunir os materiais de outras viagens e manter o foco em Minas Gerais!
Assim, começamos falando sobre Poços de Caldas, cidade que tem importante espaço nas minhas memórias de criança, pelas visitas que lá fizemos em família.
Segundo o Mapa Native Land, antes da chegada dos portugueses o território tinha a oeste os Guaranis e a leste os Puri. Porém, o encontro de duas peças (uma panela e um machado de pedra) indicam que a etnia Cataguaz também esteve pela região, a mesma que ofereceu enorme resistência à bandeira de Lourenço Castanho, até que fossem dizimados.
Poços de Caldas foi fundada em uma região de origem vulcânica, que na verdade é um planalto cercado de montanhas que dão a ideia de ser uma “borda de vulcão”.
O povoado surge graças aos poderes de cura de suas águas termais, divulgados ao mundo no século XIX pelo naturalista francês, August Saint’Hilaire.
No início do século XX, importantes hotéis como o Palace Hotel, Palace Cassino e Thermas Antônio Carlos somaram-se aos cassinos (que seriam proibidos e fechados em 1946) e casas de diversão tornando-se mais um forte atrativo turístico na cidade.
Na páscoa de 2023, retornamos à Poços de Caldas para fazer uma coisa que estava em nossos planos há muito tempo: um bom banho nas Termas Antonio Carlos!!!
Ok, os queijos mineiros também, contaram pontos na hora de decidir o rolê…
Mas como sempre… O futebol fala mais alto e voltamos para rever os dois times que fizeram história na cidade: a AA Caldense e o Poços de Caldas FC (que mudou seu distintivo, como mostra o quadro abaixo):
Assim, começamos nosso rolê visitando apenas externamente já que mais uma vez o clube não permitiu que a gente entrasse para registrarmos a parte interna do clube. (Pô, alguém podia dar uma força pra gente. em uma próxima visita…)
O futebol chegou a Poços de Caldas em 1904 com Paulino de Souza. Nestas décadas iniciais do século XX, surgiram também os primeiros times da cidade, entre eles o Internacional FC, do qual alguns atletas e dirigentes participaram do nascimento da Associação Atlética Caldense, em 1925 (a data de 7 de setembro foi definida anos depois como data de celebração).
Os primeiros jogos foram realizados no antigo campo da Internacional FC, onde hoje é o jardim da fonte luminosa. Na sequência, a Caldense passou a mandar seus jogos no campo do “Chalé Procópio” (um brejão, na época), que pertencia à família do Coronel Cristiano Osório. Anos mais tarde, o coronel doou o terreno para a Caldense e assim nascia o Estádio Coronel Cristiano Osório, que com o tempo, ganhou melhorias, arquibancadas (já nos anos 30) e um sistema de iluminação. Foto de 1974:
Com a inauguração do Estádio Municipal em 1979, o campo da Associação Atlética Caldense foi desativado e em seu lugar foram construídas novas estruturas para o clube, que desde 1962 já estava sediado na área do estádio. Como disse, estivemos na linda sede da AA Caldense
É sempre bacana ver um brasão na parede como o que eles tem lá!
E aí alguns dos produtos que o time tem disponível para venda aos torcedores:
Em frente à sede do clube existe uma linda estátua em homenagem ao jogador Mauro Ramos de Oliveira.
Ainda que a sede social seja muito bonita e muito movimentada, quem viveu a época mais antiga, guarda muitas saudades das bancadas lotadas do Estádio Coronel Osório.
Até porque foi no Estádio Coronel Cristiano Osório que a AA Caldense fez sua estreia na chamada “Primeira Divisão de Profissionais” (o 2º nível do futebol estadual). Dê uma olhada no fantástico site da RSSSF Brasil e veja como foi o campeonato.
A AA Caldense ficou fora das disputas profissionais até 1967, quando novamente disputou o Campeonato Mineiro 1967 – Primeira Divisão de Profissionais (o segundo nível do futebol), classificando-se em 1º lugar no seu grupo:
Na segunda fase, acabou desclassificada no triangular:
O time manteve-se nesta divisão até 1969, quando o time sobe para a primeira divisão do futebol mineiro ao lado do Flamengo de Varginha.
De 1970 a 2007, a AA Caldense manteve-se na primeira divisão, com exceção de 1985 quando jogou a segunda divisão após uma fraca campanha de 1984. Destaque importantíssimo para o ano de 2002, quando uma campanha inesquecível fez a Caldense campeã mineira!
Em 2007, caiu para a segunda divisão, o “Módulo II“. Já no ano seguinte, terminou em 3º lugar, o que não garantiu o retorno à elite, que ficou para 2009, com o vice campeonato do Módulo II.
Desde então a AA Caldense vinha se mantendo na elite, mas em 2023, nova queda para o Módulo II.
O outro time da cidade, tem uma história mais recente: trata-se do Poços de Caldas FC, fundado em 1 de junho de 2007.
O clube ficou conhecido como Vulcão, e teve um início “explosivo” kkkk. Fez sua estreia no profissionalismo em 7 de setembro de 2007, contra o Santarritense, pela Segunda Divisão, o terceiro nível do Campeonato Mineiro de Futebol.
O Vulcão terminou em terceiro lugar geral e graças à desistências de alguns times, subiu para o Módulo II.
Em 2010, estivemos por lá acompanhando uma partida já que o time era treinado pelo ídolo e amigo Sandro Gaúcho e o Poços de Caldas FC terminou em 3° lugar no Módulo II, batendo na trave do acesso à Primeira Divisão!
Após passar por uma crise financeira, a equipe encerrou as suas atividades em 2013.
Voltou ao profissionalismo em 2017, mas dívidas com a Federação Mineira impediram a participação no estadual de 2018, e assim, somente em 2020 o clube voltou à Segunda Divisão.
Aqui, o time de 2021:
Olha quando estivemos no Estádio Municipal Doutor Ronaldo Junqueira em 2010:
Inaugurado em 4 de setembro de 1978, num amistoso entre a AA Caldense e o Corinthians, frente a mais de 11 mil torcedores. Olha que linda matéria lembrando da estreia:
Agora, em 2023, é hora de voltar ao Estádio e dar uma passeada pra ver como está…
Fuçando alguns espaços do estádio encontrei a bandeira de escanteio, com a simbologia da Federação Mineira.
A arquibancada descoberta do Estádio Dr Ronaldo Junqueira é linda e está toda colorida!
As cadeiras cobertas também parecem ter recebido uma pintura recente!
E aí estamos nós no lugar mais cobiçado por todos os times: o gol!
O outro gol, tem a serra de São Domingos como enquadramento… Lindo, não?
Olha lá o placar mostrando ainda o último jogo pelo Campeonato Mineiro de 2023 contra o Democrata de Sete Lagoas:
Começam também a surgir alguns prédios ao seu redor…
Vamos dar um rolê pelo estádio?
Pena que o tempo estava um pouco encoberto…
Mas ainda assim é sempre uma honra estar em um lugar desses.
Espero voltar pra pegar um jogo da Caldense por aqui um dia, como já fizemos no passado com o “Vulcão”, o Poços de Caldas FC.
23 de julho de 2023. É dia de tudo ou nada para o EC Santo André. Estando na zona de classificação, um ponto à frente do 5º colocado (o Vitória FC do Espírito Santo) bastava vencer o jogo em casa para passar ao mata mata.
Assim, mesmo com muitas críticas ao time atual, parte da torcida, encabeçada pela Fúria Andreense decidiu fazer uma recepção para o time, o que levou algumas dezenas de torcedores ao estádio 3 horas antes da partida.
Isso significa que muitos nem almoçaram pra estar aí embaixo de um sol escaldante em pleno inverno para demonstrar seu apoio a um time que infelizmente não deslanchou.
Rojões, fumaças, bandeiras… É o amor por um time, por uma cidade materializado em cores e sons…
Não faltou carinho nem dedicação por aqueles que realmente amam o time e sabem da importância da classificação para uma fase decisiva! Aliás, a torcida acompanhou o time em TODAS as partidas, dentro ou fora de casa…
Até porque todo mundo ali vivia uma certa ilusão criada em cada mente, em cada coração, onde sairíamos dali para o mata-mata, provavelmente nos obrigando a viajar até o Distrito Federal para acompanhar a sequência do campeonato…
O time demorou pra chegar… Já era mais de 13h30 quando finalmente o ônibus apontou para a festa da torcida local:
Mesmo com o time já dentro do estádio, ainda demorou pra torcida desistir de gritar reforçando aquilo que nunca faltou: apoio incondicional.
Torcer não é lógico. Muitos reclamaram do time. Do treinador. Da diretoria. Muitos reclamaram dos péssimos resultados mesmo quando viajamos centenas de kms para acompanhar o time… Mas estávamos todos ali para apoiar, para nos permitir sonhar…
Times em campo, é hora da decisão para o EC Santo André!!!
O jogo começou com forte pressão do time local frente o Democrata, que soube sofrer e se segurar…
A faixa ainda mostrava o sentimento da torcida local: EU ACREDITO!
O primeiro contra ataque já causou susto na torcida local: gol dos visitantes anulado pela arbitragem….
A tensão domina a bancada ramalhina…
Vale ressaltar a fibra que manteve o pessoal da Fúria Andreense, desde as 12hs gritando sem parar….
A Esquadrão, embora não tenha comparecido à recepção do time, também apoiou durante o jogo.
Olha aí a dupla: Valter & Gó!
Aos 28 do segundo tempo: festa na bancada local. Guilherme Liberato faz 1×0 pro Ramalhão. Mas aos 37, em uma jogada azarada, Matheus Néris levou o segundo amarelo e acabou expulso. Pra piorar… Na sequência da falta, o Democrata empata e decreta a eliminação do Santo André…
Fim de jogo… As bancadas e corações estão vazios…
Fecham-se as portas e termina o campeonato brasileiro para o Ramalhão… Não há palavras pra explicar o sentimento dos cerca de mil torcedores que acompanharam atônitos o fim da partida. É muito difícil explicar a dor pra quem não vive o dia a dia de um time como o Santo André… Ficam os bons sentimentos ao lado dos amigos de bancada, misturados ao amargor da eliminação…
Cesário Lange é uma cidade que tem se destacado em relação ao turismo graças ao Castelo Park inaugurado em 2014, e que aos poucos vai se transformando em um passeio bem legal por estar próximo de importantes cidades como Sorocaba, Itu e mesmo do ABC e da capital.
Originalmente, era provável que povos kaingangs “coroados” vivessem ali, já que se espalhavam pelo oeste paulista até chegar ao atual Mato Grosso do Sul. Pela proximidade com a região da capital, talvez existissem também tupinikins e outros povos…
A partir do século XVII a região recebe a presença dos primeiros portugueses e nos séculos seguintes, por meio das bandeiras em busca de minérios e até mesmo de indígenas, essa presença passa a ser mais forte até que por volta de 1872, algumas famílias passam a ocupar as terras e iniciam um núcleo de povoamento, que seria conhecido como “Passa Três”.
Vale ler o incrível livro de Darci Ribeiro, pra se aprofundar mais sobre o tema!
Em 1880, surge uma capela em homenagem à Santa Cruz. Em 1908, são elevados a Distrito de Paz “Cesário Lange” e a município, em 1959.
E lá fomos nós conhecer a cidade, comer um hambúrguer vegetariano no Rota 79!
Também foi bacana acordar cedo pra ver o sol nascer e pintar de rosa o céu de Cesário Lange.
Por essas e outras, é fácil gostar da visita à cidade!
Pelo menos valeu pra comemorar o aniversário do Bia!
Mas, sendo um passeio de família, não podíamos deixar de visitar o… Estádio Municipal João Cassemiro de Campos!
O Estádio nunca recebeu nenhuma partida por competições oficiais, mas tem uma estrutura de fazer inveja a muitos times profissionais! Olha que arquibancada coberta mais bonita!
Pra quem quer conhecer o campo, veja o gol do lado direito:
O gol do lado esquerdo:
E o meio campo, com direito a um alô do seo Osvaldo ali:
Vamos dar aquele tradicional rolê pra você conhecer melhor mais um templo do futebol:
É estranho imaginar que o futebol profissional ainda não estreou esse lindo campo, fica a sensação de que ainda existe algo a ser feito…
Quem sabe algum dos times amadores não cheguem a esse feito…. Ou mesmo alguma empresa não queira apoiar uma iniciativa dessa?
Ou… E se o Departamento Municipal de Esportes não crie condições para ver a cidade no mínimo receber uma edição da Copa São Paulo?
É… Talvez a capacidade do Estádio precise ser um pouco aumentada…
Mas… Aí estamos! Em mais um campo que faz a diferença para a cidade e quem sabe o que pode. servir no futuro?
Aí está a estrela principal: o gol!
Gramado natural, aparentando muita vida, é a força da natureza!
Aparentemente, temo um sistema de iluminação que garante partidas noturnas!
E linda a arquibancada não?
O futebol local, mesmo que ainda limitado ao amadorismo, tem grande força junto aos cidadãos, tendo um dos seus representantes o Ipiranga FC, fundado em 1999 e que homenageia um antigo time homônimo da cidade.
Outro time que tem destaque em dias atuais é o Passa Três FC, que homenageia o antigo nome da cidade!
E por fim, dois times que tem feito sucesso nas competições atuais: a Associação Atlética Alvorada.