O futebol em Ribeirão Preto – Parte 1: O Estádio Palma Travassos

Aproveitamos o feriado da consciência negra (20 de novembro) de 2025 para refletir sobre o quanto o racismo ainda atrapalha uma vida de qualidade para todos em nosso país.
E, infelizmente, é fácil concluir que o racismo ainda é um grande problema social, e que por isso, não basta se dizer “não racista” é imprescindível que sejamos todos antirracistas em todos os ambientes que a gente vive: escola, trabalho, amigos e futebol.
Só pra reforçar o tema, vale assistir o vídeo do Eduardo Bueno que relembra quem foi e o que simboliza Zumbi dos Palmares e a data de 20 de novembro.

Também aproveitamos o feriado para pegar a estrada.
Fomos até Ribeirão Preto!

Devido à sua ascensão como grande centro produtor de café no final do século XIX, houve extensivo uso de mão de obra escravizada, e mesmo com a abolição, muitas lavouras da região ofereceram resistência ao fim da escravidão.
Encontrei alguns levantamentos quantitativos realizados por Luciana Suarez que destaca a população da cidade em 1874 como: 4.695 livres e 857 cativos. Dados de 1887 mostram que a população livre somava 9.041 e a escravizada 1.379.
Por isso, é importante entender a realidade dos dias de hoje com base nessa história recente, porque se você acha que isso é coisa do passado, leia esta notícia de 2022 sobre idosa que era mantida em condições análogas à escravidão.

Nosso principal objetivo na cidade era registrar o Estádio Palma Travassos, o único das 5 divisões do Estado de São Paulo de 2025 que a gente ainda não conhecia.

E, felizmente, deu tudo certo! Da bilheteria até a parte interna do Estádio, conseguimos passar uma boa tarde vivenciando o Palma Travassos!

Faltou apenas ver a loja “Garra do leão” e aproveitar algum desconto, mas como diz um grande economista, melhor do que um desconto é não gastar.

Gostaria de agradecer todo o pessoal do estádio e da assessoria de imprensa que possibilitaram a visita e nos deixaram super a vontade para registrar cada detalhe.

Na parte interna ainda, existe uma série de itens históricos, como esta camisa linda:

Aliás, já escrevemos sobre a camisa e história do Comercial, veja aqui.
Faltava mesmo o registro do Estádio e antes de adentrá-lo dei uma boa volta em seu entorno e muito interessante ver que existe uma vida própria ali com bares e restaurantes.

Voltando a falar sobre os objetos históricos dispostos ali internamente, vale citar os troféus, os quadros com os presidentes e fotos históricas, muito bonitas, como a do antigo estádio!

Mas,já era hora de, finalmente, entrarmos ao campo, vamos lá?

Como mostrei no vídeo, achei legal também esses painéis homenageando figuras importantes da história do Comercial FC.

É mesmo um estádio muito bonito, e sem dúvidas que estar ali em dia de jogo é uma experiência que ainda quero passar!

Olha que linda a parte coberta da arquibancada:

E aí está o distintivo gigante no próprio campo:

No dia da visita, estavam acontecendo melhorias no estádio e no campo, mas nada que atrapalhasse o nosso registro.

A arquibancada possui cadeiras um pouco diferentes das atuais tradicionais:

Uma honra estar em um estádio com tanta história e uma torcida tão apaixonada…

Olha o placar que bacana:

Aqui, um olhar no lado direito do campo:

O meio campo:

E o gol do lado esquerdo:

Enfim, foi muito emocionante poder caminhar ali pela parte de baixo, bem ao lado do gramado e imaginar quanta coisa já passou por aí.

Esses são os meus sonhos de criança… Estar em cada um dos estádios que povoaram minha imaginação ou mesmo o acompanhamento dos campeonatos nestes 48 anos de vida… Só tenho que agradecer a oportunidade…

E que o Comercial tenha um ano bacana em 2026.

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O União dos Operários Futebol Clube

Com tantos roles pelo interior, as vezes sinto que registro pouco o futebol da capital, que, sem dúvida, tem uma história única no futebol brasileiro.
Assim, aproveitei um deslocamento pela cidade para registrar o Estádio e um pouco da centenária história do União dos Operários FC.

O União dos Operários FC foi inaugurado em 1º de maio de 1917, uma data cheia de significados para a cidade de São Paulo.
Pra entender o “caldo cultural” da sua fundação, precisamos voltar ao fim do século XIX, quando São Paulo passa a se industrializar e a receber milhares de operários vindos especialmente da Itália, Espanha e Portugal.
A foto abaixo registra a hospedaria dos imigrantes da época e onde funciona atualmente o Museu da Imigração / Memorial do Imigrante:

Muitos deles trouxeram consigo uma formação anarquista, com influência de pensadores como Bakunin, Kropotkin e Malatesta, que defendiam conceitos como a autogestão dos trabalhadores, ação direta (greves, boicotes, ocupações) como forma legítima de luta e a solidariedade de classe, sem depender de partidos políticos ou do Estado.

Tradicionalmente, no feriado de 1º de maio, sindicatos e associações operárias organizavam atos e comícios em São Paulo para reivindicar melhores condições de trabalho. Com a Primeira Guerra, houve um o aumento do custo de vida e do número de pessoas passando fome pelas periferias da capital, fazendo com que a manifestação de 1º de maio de 1917 não fosse apenas uma comemoração, mas um verdadeiro ato político, organizado em boa parte pelos sindicatos libertários e pelos grupos autônomos de trabalhadores. Foto do site do PCB:

Como sempre, o Estado reagiu e a forte repressão policial assassinou o operário Antonio Martinez.
Com isso, as reivindicações se transformaram em uma greve geral autogerida, levando mais de 50 mil pessoas às ruas da cidade.
Comitês de bairro, cozinhas coletivas e decisões tomadas em assembleias abertas tornaram-se parte do cotidiano da cidade.

Embora a greve tenha sido duramente reprimida, ela deixou marcas profundas, consolidando o 1º de maio como dia de luta, reforçando a presença do anarquismo no imaginário político brasileiro mostrando que era possível organizar trabalhadores sem partidos ou líderes hierárquicos.
Com a chegada do governo de Getúlio Vargas, e uma série de ações populistas, como a legislação sindical corporativa, o anarquismo perdeu espaço institucional.
Mas, o próprio União dos Operários fica como legado até os dias atuais.

A sede do clube e seu estádio ficam localizados no Belenzinho, próximo da Ponte de Vila Maria e nasceu idealizado por operários da região.

Com tanta história, dá até emoção de pisar em um campo que há mais de 100 anos está dedicado não só ao futebol como ao futebol operariado, oferecendo abertura aos trabalhadores que muitas vezes não tem essa oportunidade.

Além do campo, existe uma estrutura dedicada a outros esportes e ao social no clube, como se pode ver ali atrás do gol da direita:

Sua arquibancada de madeira é simples, mas muito charmosa. Me pergunto se algo dessa estrutura ainda é original…

Ao fundo do gol da esquerda, um estacionamento, item importante nos dias de hoje:

E aqui, o meio campo, com algumas belas árvores ao fundo.

Minha dúvida, ao ver o mapa de 1958, é que aparentemente não havia campo ali, mas haviam outros campos ali pra baixo:

Veja o mapa atual e perceba ue apenas o campo da Camisa 12 segue ali abaixo do Estádio do União dos Operários FC.

Um pouco do que rolou na mídia relacionado ao time, começando lá em fevereiro de 1921 quando o time se limitava aos amistosos e à várzea (detalhe importante é que o adversário AA Estrela de Ouro já disputava os campeonatos da FPD daquele ano):

Agora pra falar de sequência do time, vou usar como base as informações do livro “Esquecidos”, o velho testamento do futebol paulista.

No livro, entendi que após a fase de amistosos e disputas não oficiais, em 1927, o União dos Operários Futebol Clube passou a disputar a Série Principal da Segunda Divisão da LAF, vencendo 2 jogos (2×1 frente o CA Brasil, 2×1 no Húngaro Paulistano) e empatando em 2×2 frente o CA Tiradentes, antes de abandonar o campeonato se transferir para a APEA.

Assim, no ano seguinte, em 1928, passou a disputar a Divisão Municipal da APEA (acima dela estava a Divisão Especial, a 1ª e a 2ª divisão).

Em 1929, passa a disputar a Segunda Divisão da APEA:

Em 1930, teve uma boa participação na segunda divisão da APEA, terminando na 5ª colocação:

Em 1931, o União dos Operários foi vice campeão da segunda divisão da APEA!

Com a boa colocação, no ano seguinte em 1932, o União foi disputar a primeira divisão da APEA, que equivalia ao segundo nível do futebol paulista, não se confunda…
Ainda existia a Divisão Especial, onde o Palestra Itália sagrava-se campeão.

Campeonato de 1933:

O Campeonato de 1934 marca a despedida do União dos Operários dos campeonatos organizados pelas diferentes Federações.

Mas, fuçando um pouco pelos jornais, encontrei alguns registros de aventuras do time como aqui, em 1955, fazendo o jogo de abertura de um Portuguesa x Palmeiras:

Em 1957, o Palmeiras participou da celebração do aniversário do time:

Enfim… O mundo mudou, o time mudou, mas seu distintivo segue vivo no campo em que estivemos, que talvez nem seja o mesmo do seu início…
Mas a história dos operários segue viva no esporte!

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Especial As Mil Camisas no Piauí – parte 5: o Estádio Ytacoatiara em Piripiri

Em julho de 2025 viajamos até o Piauí e foi incrível.
Começamos o rolê pela capital Teresina, onde visitamos o Estádio Albertão, o Estádio Lindolfo Monteiro, o CT do River AC e a Loja do Clube Atlético Piauiense.
Na sequência, fomos até Altos, ver o Estádio Felipão, onde nasceu a AA Altos, aliás, olha o vídeo que fizemos dessa parte do rolê:

Agora, é hora de dividir o rolê que fizemos em uma cidade que já ocupou a cabeça de todo mundo que ama o futebol.
Falamos de Piripiri, a terra querida!

Olha aí, que bonito: Em Piripiri, cada amigo é um irmão!

Taí o antigo armazém da estação ferroviária, por onde chegavam e saiam tantas pessoas, fazendo de Piripiri uma cidade bastante movimentada.

E o motivo dessa cidade fazer parte do imaginário de todo apaixonado por futebol é a data que comemora a emancipação política da cidade: 4 de julho.
Ela dá nome à uma importante avenida na cidade…

Mas também deu nome a um verdadeiro patrimônio da cidade, o CA 4 de julho!

O 4 de Julho Esporte Clube é também chamado de Colorado de Piripiri e foi fundado em…. 4 de julho de 1987 e tem 4 títulos estaduais: 1992, 1993, 2011 e 2020, além de ser campeão da Copa Piauí em 2017.
Para saber mais sobre a história do time, vale a pena visitar o post que fizemos sobre a camisa do time.

O grande momento do time foi quando derrotou o São Paulo pela Copa do Brasil de 2021, mas este jogo não foi em Piripiri e sim em Teresina.

A casa do 4 de julho em Piripiri é o Estádio Ytacoatiara, a Arena Colorada!

O Estádio fica bem no meio da cidade, então deu pra ver um pouco do dia-a-dia de Piripiri antes de chegar na Arena Colorada!

Pena que a loja oficial do time estava fechada, ela fica ali ao lado da entrada do estádio.

A parte alta do rolê foi entrar dentro do estádio e poder registrar o campo!

Olha que arquibancada, embaixo de um céu lindo desse nosso nordeste…

Pô, fiquei feliz de poder estar neste estádio tão importante!

Vem dar um rolê com a gente pra conhecer o estádio por dentro:

Aqui, o registro do meio campo:

O gol da esquerda:

E o gol da direita:

O Estádio tem arquibancadas dos dois lados e é muito charmoso!

Parece que essa área antes era coberta. O que terá acontecido?

E é quente a cidade…

Mesmo com tanto calor, o gramado está super bem cuidado. Recebe irrigação diariamente.

Junto às arquibancadas tem uma grande área para a imprensa.

Achei legal essa cerca viva formada por flores entre o gramado e a arquibancada.

Olha como fica diferente da área que não a tem:

Fizemos um vídeo que registra esse nosso rolê:

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Especial As Mil Camisas no Piauí – parte 1: o Estádio Albertão, em Teresina

Em julho de 2025 tivemos a oportunidade de viajar até o Piauí e foi incrível.

Visitamos várias cidades e aprendemos muito com cada pessoa que conversamos. Obrigado por isso, futebol…
Tudo começou na capital do estado: Teresina!

Única capital nordestina fora do litoral, Teresina tem sua realidade ambientada por 2 importantes rios: o Poty (esse abaixo) e o Parnaíba.

Fomos apresentados ao abacaxi temperado (alguém já conhecia de outro lugar?) que é a metade de um abacaxi servido na casca mesmo, coberta com pimenta, sal e leite condensado.

Além disso, só posso dizer que Cajuína é vida.

Essa é a Ponte Estaiada do Sesquicentenário Mestre João Isidoro França, um marco para celebrar os 150 anos da cidade, inaugurada em 2010. Mas não rola mais visitas à parte superior (a vista deve ser linda).

Abaixo da ponte, uma rica cena esportiva e cultural com uma das faixas de trânsito fechada aos carros para que a população possa aproveitar.

É muito difícil tentar resumir uma cidade tão linda e tão importante como Teresina em um mero post…
O que posso fazer é enumerar alguns pontos como a Central de Artesanato Mestre Dezinho.

Um suco de Tamarindo combina bem com tanta arte.

Além da grande riqueza artística e artesanal, o espaço guarda uma parte triste da nossa história como país: ainda há no local um porão que foi utilizado como sala de tortura, durante o período da Ditadura Militar.

Também fomos até o mercado central pra sentir um pouco da vibe do centro da cidade. E adoramos!

Esse é o nosso país. E é bom ver um montão de frutas, verduras e legumes produzidos no nosso próprio território e que poderiam gerar um Brasil ainda mais igual e com menos fome.

Nossa passagem por Teresina foi uma aula viva sobre o Brasil que muitos ainda não conhecem.
A arquitetura, a culinária, o sotaque, os mercados e a força do povo piauiense.

Cada conversa que tivemos, cada sorriso que recebemos e cada rua que caminhamos foi uma confirmação de que viajar é também um ato de escuta e aprendizado.

E tem também uma série de produtos ligados à cultura nordestina que também tem que ser visto como motivo de orgulho para o piauiense e para o brasileiro em geral.

A literatura de cordel sobrevive!!

Ali bem próximo do mercado está o outro rio tão importante: o Parnaíba.
A outra margem já é área do Maranhão (cidade de Timón).

O primeiro Estádio que fomos registrar nesse rolê foi o Governador Alberto Tavares Silva, o “Albertão“.
E olha a fachada que te recebe logo na chegada!

Arquitetura muito bonita e moderna pra um estádio que em 2023 completou 50 anos!

O pessoal que trabalha lá no estádio foi bastante receptivo e permitiu que a gente desse uma volta na parte interna para registrar o chamado “Gigante da Redenção“.

Para quem acha que o futebol do Piauí não tem representatividade, se liga nesse mapa dos times só de Teresina:

Esse busto do Governador Alberto Tavares Silva está na parte interna do estádio.

Tem até uma foto dele batendo um penalty na inauguração do estádio.

Então é hora de finalmente conhecer mais este templo do futebol, o mais importante do estado do Piauí! Vem com a gente!

O estádio tem capacidade para 44.200 torcedores, mas atualmente a Federação tem liberado apenas metade desse número.

Mas é bonito demais não?

Aí eu te pergunto…
Aí no seu estado é “cadeira cativa” ou “cadeira perpétua” que se fala?

Essa marquise imponente chama a atenção…

Tem uma história pesadona do dia da inauguração do estádio (26 de agosto de 1973), quando jogavam o Tiradentes local contra o Fluminense do RJ.
Uma histeria coletiva causada por alguém que gritou que o estádio estava cedendo tirou a vida de ao menos 5 torcedores, além de ferir quase uma centena de pessoas.
É triste. Sempre penso na família e nos amigos que ficaram e realmente é uma situação muito difícil…

Espero que as muitas tardes de alegria que o futebol proporcionou neste lugar tenha ajudado a diminuir essa “bad vibe” que marcou a estreia.

Aí está o astro rei do nosso futebol: o gol!

Uma pena não ter conseguido assistir nenhum jogo nessa arquibancada…

Mas só de estar presente ali já foi uma experiência incrível!!
Estar ali dentro do Albertão foi como entrar num território sagrado.
Mesmo vazio, o estádio pulsa.
Dava pra ouvir o eco dos nossos passos nas arquibancadas ressoando como se carregasse vozes antigas, gritos de gol, vaias, aplausos…
É fechar os olhos e ouvir a torcida cantando (será que tomei muita cajuína??)

O concreto envelhecido, os assentos gastos, as curvas da marquise, os bancos de reserva… tudo conta uma história.
É como se o estádio estivesse dormindo, à espera do próximo domingo, do próximo hino, do próximo gol.
E mesmo assim, sem jogo, ele já nos entrega um espetáculo.

A cada passo, tentava imaginar como seria ver um jogo ali de verdade.
A bateria das torcidas, a tensão de uma cobrança de falta, a alegria de um gol aos 46 do segundo tempo…

É sempre legal pensar que um monte de gente viveu momentos inesquecíveis nesse lugar, pais com filhos, amigos de infância, jogadores que realizaram sonhos.

Vamos embora?
Antes, parei no meio da arquibancada, respirei fundo e só agradeci.
Por estar ali. Por poder ver com meus olhos algo que tantas vezes só vemos pela televisão ou em registros antigos.
Foi um encontro com o futebol em seu estado mais puro: concreto, sol, silêncio, memória. E foi lindo. Muito obrigado, Albertão.

Fizemos esse montão de foto pra pelo menos guardar bastante lembrança desse momento incrível!

Ao sair do Albertão, carregávamos um misto de respeito e admiração por tudo que ele representa para o futebol do Piauí. Não é apenas um estádio: é um palco onde milhares de histórias se cruzaram, de gols incríveis a momentos difíceis como aquele da inauguração, que marcou tantas vidas.

Nos próximos posts vamos mostrar outras 3 aventuras boleiras em Teresina e depois estádios de outras cidades piauienses que nos acolheram com o mesmo carinho: Altos, Piripiri, Piracuruca, Luis Correia, Parnaíba, Buriti dos Lopes e Campo Maior.

Seguimos com nossa missão de documentar estádios, clubes, histórias, cores, rostos e realidades que não cabem nos grandes centros e que merecem ser lembradas com o mesmo entusiasmo. Porque o futebol está em todo canto, e a cultura que o envolve é sempre maior do que o próprio jogo.

Ah, fizemos 7 vídeos sobre o rolê misturando música, fotos e vídeos dos estádios visitados, confira o primeiro deles que mostra um pouco mais do Estádio Albertão:

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Local do antigo Estádio Antônio Alonso, 2º campo do São Paulo FC

É aí que ficava o Estádio Antônio Alonso, também conhecido como Estádio Antarctica Paulista, um marco histórico do futebol paulista.

Inaugurado em 1920 pela Companhia Antarctica Paulista, com capacidade para cerca de 5.000 torcedores, o campo foi o segundo estádio do São Paulo FC, mas antes, sediou o Antarctica FC .

Em 1915, o grêmio formado pelos trabalhadores da Companhia Antartica Paulista de Bebidas fundou o Antarctica FC. Foto do Site História do Futebol:

O time logo passou a disputar as divisões inferiores da APSA (Associação Paulista de Sports Athleticos) e a partir de 1926, filiou-se à LAF (Liga dos Amadores de Football), disputando a primeira divisão dessa liga até 1929.
Com a extinção da LAF, o clube reintegrou-se a APSA, participando da Segunda Divisão da APEA tornando-se campeão da edição de 1930.
Em 1933, fundiu-se com o Sport Club Internacional, dando origem ao Clube Atlético Paulista que passou a mandar aí os seus jogos.

O Atlético Paulista jogou três temporadas na primeira divisão estadual, e fundiu-se com o Clube Atlético Estudantes de São Paulo e depois CA Estudantes Paulista para formar Clube Atlético Estudantes Paulista.

Em 1938, o CA Estudantes acabou sendo incorporado pelo São Paulo FC.

E de 1938 a 1942, o São Paulo mandou ali os seus jogos:

Atualmente, o local é ocupado por edifícios residenciais, depois de ter abrigado por anos instalações da Ambev.

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O Estádio VGD, a casa do Londrina EC

No carnaval de 2025 fomos até Presidente Prudente assistir Grêmio Prudente x Santo André pela série A2.

Na volta, demos um rolê pelo norte do estado do Paraná, começando por Alvorada do Sul, …

Depois paramos em Londrina, e já contamos como foi nosso rolê para registar o Estádio Uady Chaiben, a casa da Portuguesa Londrinense (PR)

Mas, ainda em Londrina, deu tempo de conhecer a incrível loja oficial do LEC!

Olha que camisa incrível com estampa homenageando Carlos Alberto Garcia, o “Bem-amado”:

Aproveitamos nosso segundo dia na cidade para rever o tradicionalíssimo Estádio Vitorino Gonçalves Dias, o VGD“:

Vitorino Gonçalves Dias foi um professor de educação física que marcou a história da cidade impulsionando a prática esportiva na cidade.

Olha o Carlos Alberto Garcia aí de novo, é sua estátua que dá as boas vindas ao Estádio que em 24 de junho de 2026 completará 70 anos de sua inauguração.

Na verdade o local já recebia partidas de futebol desde os anos 40, quando era a casa do Esporte Clube Recreativo Operário da Vila Nova, e era chamado de “Estádio Aquiles Pimpão Ferreira.

O jogo inaugural do VGD foi em 24 de junho de 1956 entre o Londrina Futebol Clube (antecessor do Londrina Esporte Clube) e o Corinthians de Presidente Prudente-SP, que terminou em 1×1 frente a 18 mil torcedores.

O Estádio Vitorino Gonçalves Dias foi a casa do Londrina até a construção do Estádio do Café em agosto de 1976, quando o LEC estreia na série A do Brasileirão.
Estivemos lá em 2015:

Em 1958, o VGD recebeu um incrível amistoso com o Gimnasia y Esgrima, de La Plata, na Argentina.

Em 1959, o VGD também foi o primeiro estádio do interior a receber uma decisão do Estadual entre Londrina e Coritiba, com vitória do time visitante que sagrou-se campeão.

Na época, suas arquibancadas comportavam quase 20 mil lugares.
Hoje, apenas 8 mil lugares são liberados pela Federação Paranaense.

Em 1971, o VGD foi a casa do Londrina na Série B do Campeonato Brasileiro.

O estádio foi concedido para uso do LEC ininterruptamente desde 1990.

Entretanto nos últimos anos, o VGD acabou sendo substituído pelo Estádio do Café por falta de laudos. Por isso, o estádio está passando por obras que o garantirão como palco na série C de 2025.

O azul bem característico do Londrina faz o estádio parecer um desdobramento do céu na terra!
Nosso tradicional registro do meio campo:

Gol da direita:

Gol da esquerda:

Compartilho um último olhar para este belo palco do futebol paranaense:

Uma pena só ter percebido que nunca subi para o site as fotos que fizemos do Estádio do Café. Podia ter feito novas imagens, mas isso fica para uma próxima viagem!

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O Estádio Sausalito e o futebol em Viña del Mar (Rolê pelo Chile – parte 1 de 9)

Janeiro de 2025.
Começo o ano me sentindo muito agradecido pela oportunidade desse rolê, em uma realidade onde tanta gente sequer garante grana para a nutrição básica…
Fizemos de tudo para que a viagem ao Chile fosse inesquecível e vamos compartilhar um pouco das aventuras futebolísticas desse rolê, começando com a histórica e badalada Viña del Mar e o Estádio Sausalito, a casa do Everton!

Saímos de Santiago e uma ótima estrada nos levou à Viña del Mar em pouco mais de uma hora.

Interessante como as manifestações políticas seguem presentes pelas cidades que visitamos…

Logo, estávamos pelas ruas e praias, curtindo a cidade!

Poucas vezes falamos da história do outro lado do nosso continente, e óbvio que não dá pra resumir isso em um post sobre o futebol…

O Chile se divide em 16 regiões e Viña del Mar fica na região de Valparaíso.
Sua história moderna começa com a chegada dos espanhóis no Valle de Peuco, nome original da região.
Há mais de 7 mil anos, o lugar já era habitado pelos Changos, povo que vivia da pesca, caça, mariscos e dos benefícios do litoral, fabricando balsas com o couro de lobo marinho. 

Os Changos não enfrentaram um extermínio direto como aconteceu com outras civilizações mas os espanhóis causaram seu declínio invadindo seu território, trazendo doenças como varíola, sarampo e gripe, além de desestruturar sua organização social, usando-os como mão de obra e acabando com sua cultura local, sendo forçados a adotar a religião cristã, entre outras deturpações.
E claro, também houve conflitos e mortes nesta relação.
Somente no século XXI os Changos foram reconhecidos como povo originário Chileno.

Após a ocupação dos territórios, os espanhóis dividiram a regi˜ão em duas grandes propriedades: as “Sete Irmãs” e “La Viña del Mar“.
As terras acabaram nas mãos de uma única herdeira (Mercedes Álvarez), casada com José Francisco Vergara, que elaborou o projeto de fundação da cidade de Viña del Mar, em 1874.
Logo algumas famílias começaram a construir ali suas casas de campo, e durante o verão, a elite de Santiago se mudava para Viña del Mar para curtir o clima da praia.
E que clima gostoso…

O sol quente na cabeça, e a água chegando para refrescar nossos pés…

Que água geladaaaa!!!! Bem vindo ao Oceano Pacífico…

Acabei aprendendo a curtir a praia de um jeito diferente. Eu que sou acostumado a ficar no mar o tempo todo, aprendi a caminhar e a curtir o visual…

Durante nossa estadia, a mãe natureza nos presenteou com uma ressaca monstra, chamada localmente de “Marejada”, que deu uns visuais incríveis mas um pouco assustadores kkk.

A vida noturna da cidade é bem animada, e o frio da noite é compensado por estas mantas distribuídas em um dos restaurantes que fomos beira mar…

Ah, e tem também o tradicionalíssimo relógio de flores, que traz milhares de turistas à cidade ano após ano.

Outra diversão da galera é essa: empilhar pedras!

Encontramos algumas feirinhas pra ficar naquele clima de Nordeste que todo brasileiro ama!

Viña del Mar também está repleta de… abelhas gigantes, do tamanho de besouros!

Ah, e passamos a virada do ano na beira da praia, com direito a um belo show de fogos de artifício silenciosos, só não deu pra pular as ondinhas…

Pô, e ainda tem o incrível Museu Fonck, dedicado à arqueologia e à história, inaugurado em 1937, com peças de culturas originárias do Chile, como os Mapuches, Diaguitas, Atacamños, Rapanui entre outros.
Ah, e desde 1951 existe uma estátua monolítica de pedra Moai da Ilha de Páscoa.

Um pouco do que você verá por lá:

Esse mapa me roubou o coração, ele mostra a geografia dos povos originários do Chile:

Mas deixemos um pouco de lado os atrativos naturais e culturais de Viña para mergulhar no nosso principal tema: o futebol na cidade, materializado pelo principal time, o Everton de Viña!

O Everton de Viña del Mar foi fundado por imigrantes ingleses, em 24 de junho de 1909, na cidade vizinha de Valparaíso. O nome é uma homenagem ao time homônimo inglês que em janeiro daquele ano esteve excursionando pela América do Sul:

Em 1922, se constitui como equipe de futebol (Foto do site Equipos de futbol):

Em 1935, uma decisão polêmica: o time transfere-se para a cidade vizinha de Viña del Mar o que acirrou ainda mais a rivalidade com o Santiago Wanderers (que se mantém de 1916 até hoje em Valparaíso).
O dérbi ficou conhecido como Clásico Porteño.

O Everton esteve em recesso entre 1936 e 1943, e só então passou a disputar a liga profissional. Na década seguinte teve suas maiores conquistas, começando com o Campeonato Nacional de 1950 (foto da revista Estadio, disponível no site EverForever).

Logo depois, veio o bicampeonato em 1952 (fotos da revista Estadio e do Centenário Everton). Claro que o que vem à cabeça vendo as fotos é “como a camisa parece a do Boca!”.

Durante os anos 1960 e princípios dos 1970, o clube viveu uma crise que acabou se materializando em um rebaixamento em 1972 (foto do canal Centenário Everton).

Mas com tamanho sucesso junto aos torcedores locais, o time acabou recebendo o apoio do cassino de Viña del Mar, e por isso são conhecidos como Los ruleteros.
Assim, já no ano seguinte, o time volta à primeira divisão.
E, em 1976, veio o terceiro campeonato chileno (foto do site Footballkitarchive):

Com o título, veio a oportunidade de participar da Libertadores de 1977, primeira vez em um torneio internacional, com uma campanha abaixo do esperado:

Depois de um período mediano, em 2000 vem um novo rebaixamento. Em 2003, sagra-se campeão da 2ª divisão e retorna à elite.

Foi novamente campeão chileno em 2008 (Apertura).

Em 2009, fez uma campanha na Libertadores melhor do que a de 1977, mas ainda assim não se classificou.

Em junho de 2016, o Everton teve 80% de suas ações compradas pelo Grupo Pachuca (dono do Pachuca Club de Fútbol e do Club León), mas o clube não conseguiu adquirir um protagonismo no futebol chileno, terminando 2024 na 7ª colocação.

O Everton manda seus jogos no Estádio Sausalito, localizado em Viña del Mar, e aproveitamos para fazer uma visita!

O Estádio Sausalito foi construído em 8 de setembro de 1929.

É bem curioso a forma com que eles utilizam os morros, com construções diferentes das que temos acostumado a ver e que tem como resultado um visual mais bonito. Essa fica bem na entrada do Estádio:

Além de ser a casa do Everton, o Sausalito foi sede do Grupo C da Copa do Mundo de 1952, que contava com Thechoslováqui, México, Espanha e o time que entraria pra história ao conquistar o bicampeonato mundial: Brasil, il il.

Sem mais demora, é hora de adentrar a mais um lugar sagrado do futebol sulamericano. Bem vindo ao Estádio Sausalito!

O Sausalito tem capacidade para cerca de 25 mil torcedores, mas já recebeu mais de 30 mil em algumas partidas do passado.

Olha aí o meio campo:

O gol da direita:

O gol da esquerda:

Aqui, o banco de reservas.

Aprovado pelo padrão As Mil Camisas de bancos de reserva!

O Brasil mandou os 3 jogos da primeira fase em Sausalito: Brasil 2×0 México, Brasil 0x0 Tchecoslováquia e Brasil 2×1 Espanha.

Olha que lindo esse vídeo do último jogo:

Além disso, recebeu a partida de quartas de final (Brasil 3×1 Inglaterra), e como se pode ver, o Estádio era bem diferente naquela época:

Além disso, o Estádio Sausalito foi sede da Copa América de 1991 e de 2015, bem como os Jogos Pan-americanos de 2023.

Seguindo as normas da FIFA, o Estádio todo está com cadeiras demarcando seus lugares.

Foi uma sensação curiosa, pensar que entrei praticamente pelo mesmo lugar que aquele timaço do Brasil entrou em 1962…

Na parte interna existe um mini memorial das competições que o Estádio recebeu.

Ao lado do Estádio existe um lindo lago que dá um visual único ao local!

Aqui, em foto da Fanpage Santiago do Chile para brasileiros:

Olha ele aqui na “vida real” (o sol nos prejudicou nessa última imagem kkkk 🙂
Mas enfim, concluo esse primeiro post sobre nosso rolê no Chile com a sensação de que curtimos o suficiente Viña del Mar, suas praias, museus e principalmente seu futebol… Gracias!

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O Estádio Bruno José Daniel – A casa do EC Santo André

Dando sequência aos nossos posts sobre os Estádios da região, hoje vou falar do Estádio do meu time do coração, o EC Santo André!

Mas o futebol do ABC tem outros times e outras histórias, caso queira conhecer mais, veja aqui o Mapa do Futebol no ABC, desenhado pelo Victor Nadal.

Para esse post contei com a ajuda de várias pessoas, em especial do amigo e historiador do Ramalhão, Alexandre Bachega! Valeu, Ale!

Distintivo do EC Santo André

O Estádio Municipal de Santo André foi construído pela Júlio Neves (até hoje eles citam o projeto no site deles) e inaugurado em 15 de novembro de 1969, com um amistoso entre o Santo André FC e o Palmeiras (na época, o campeão da Taça Roberto Gomes Pedrosa).

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

O Santo André FC, na época apelidade de “Canarinho” por conta de seu uniforme, prometia uma partida defensiva!

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Olha aí a cor do uniforme:

Santo André FC

O resultado não foi lá muito favorável para o time local, mas a festa valeu a pena!

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Pra quem gosta de fichas técnicas, segue a desta partida, com 3.034 pagantes, embora muitos convidados entraram sem pagar…

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Na preliminar deste jogo, houve uma partida entre duas forças do futebol amador da região: SE Humaitá 1×0 Vila Bela, com gol de João Carlos, o responsável pelo primeiro gol no Brunão.

Humaitá - inauguração do Estádio Bruno José Daniel

O Chicão já nos levou ao Estádio pra descrever o gol do Humaitá, o primeiro gol do Estádio, veja:

A primeira parte a ser entregue foram as arquibancadas cobertas.

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André
Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Ainda hoje, o bairro ao redor do estádio tem poucos prédios, mas, na foto abaixo é de uma época em que eram 100% casas!

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André
Estádio Bruno José Daniel

Nunca houve um consenso sobre a capacidade exata do setor das numeradas do Brunão, porque além das cadeiras existiam alguns espaço comuns que em épocas de pouco controle, poderiam ser ocupados…

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Mas na época da inauguração, a capacidade oficial era estimada em 6 mil torcedores.

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André
Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Somente em 10 de outubro de 1973, o estádio mudaria seu nome, como homenagem a Bruno José Daniel, que foi goleiro do Primeiro de Maio FC, depois vereador e Prefeito de Santo André e que faleceu jovem, aos 51 anos, menos de um mês após a inauguração do estádio.

Bruno José Daniel

O passo seguinte para a ampliação do Estádio Municipal Bruno José Daniel foi a construção da imponente arquibancada descoberta!

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Começaram a ser construídas em 1976 e foram inauguradas em 1977 em um amistoso entre o Santo André e a Seleção da Bulgária, que terminou em 0x0.

EC Santo André 0x0 Bulgária
EC Santo André 0x0 Bulgária - Inauguração da arquibancada do Estádio Bruno José Daniel

Um resumo das atuações na partida:

EC Santo André 0x0 Bulgária - Inauguração da arquibancada do Estádio Bruno José Daniel
EC Santo André 0x0 Bulgária - Inauguração da arquibancada do Estádio Bruno José Daniel

Mais do que o resultado dentro do campo, o que foi bom mesmo foia arquibancada…. Veja, que linda!

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André
Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Não tive acesso a nenhum documneto oficial que comprove a capacidade da arquibancada descoberta, mas estima-se que suportava 16 mil pessoas na época. Dessa forma, a capacidade total do Estádio Bruno José Daniel era de 22 mil torcedores.

Um “recorte” de uma edição da Placar de 1994 sobre a capacidade do estádio ser de 21.740:

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Mas, essa informação varia para mais (há quem diga em 24 mil) e para menos. Fato é que o recorde de público presente aconteceria em setembro de 1983, num 0x0 contra o Corinthians (último jogo de Zé Maria pelo alvinegro).

Foram 19.189 pagantes oficialmente, mas houve mais de 4 mil pessoas (entre menores e outros) que não pagaram ingresso totalizando um público de mais de 23 mil pessoas. Novamente a Placar, em uma edição de 1987,  cita o tema:

Placar 1987

Em 1980, veio a inauguração dos refletores do Estádio, num amistoso que perdemos de 2×1 para o Santos. Nesse jogo o Ramalhão contou com um grande reforço: o craque Ademir da Guia disputou o início da partida com a camisa Ramalhina!

Ademir da Guia no Santo André

O jornalista e torcedor do Ramalhão, Vladimir Bianchini fez uma entrevista com o “divino” sobre o fato:

O Santo André jogou com Milton; Zé Carlos, Luiz Cesar, Alemão e Roberto; Ademir da Guia (Mazolinha), Arnaldinho e Cunha (Neco); Volnei, Zezinho e Bona.Técnico: Luiz Carlos Fescina.

Dessa forma, o Estádio passou por um longo período sem grandes obras e acabou se tornando conhecido e querido não só pela torcida local como pelos visitantes.

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Porém, nem o mais entusiasmado torcedor daqueles já distantes anos 80, iriam acreditar, mas em 2004, com a conquista da Copa do Brasil, o EC Santo André confirmava pela primeira vez na história sua participação na Copa Libertadores de América, como se pode ver nessa linda foto da Gazeta Press:

EC Santo André na libertadores de 2005

E fez se do Brunão, um caldeirão!

Estádio Bruno José Daniel - Libertadores 2005

Mas para poder receber a disputa, o “Brunão” (o Estádio Bruno José Daniel já se fazia íntimo do torcedor há tempos) ganhou, temporariamente um aumento da sua capacidade. Na época, o amigo Thiago Fabri foi até o estádio assim que as arquibancadas ficaram prontas e fez essas fotos pros Ramalhonautas.

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André - Libertadores 2005
Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André - Libertadores 2005

O cálculo da capacidade do Estádio nesse momento era difícil, porque haviam sido alterados os padrões e a capacidade inicial havia sido reduzida para 18 mil, estima-se que com as duas arquibancadas, chegou-se novamente a 20 mil lugares.

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André - Libertadores 2005

Essas arquibancadas nunca foram utilizadas. Foram feitas só pra cumprir uma obrigação.

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André - Libertadores 2005

E também pra segurar a faixa dos Ramalhonautas!

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André - Libertadores 2005
Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André - Libertadores 2005

Assim que o Santo André saiu da Libertadores, as arquibancadas tubulares foram desmontadas, voltando ao “padrão” que todos haviam se acostumado.

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Tudo estava em paz até que em 2011 um burocrata teve uma ideia: Vamos derrubar aquela marquise, porque aquilo deve estar perigo…

Estádio Bruno José Daniel - Obras PRefeito Aidan

O então Prefeito de Santo André, Dr. Aidan Ravin (PTB), anunciou uma “grande reforma do Brunão”. E assim, começou o inferno da nossa torcida.

Nunca ficou provado que era tecnicamente necessária a demolição da marquise. Estivemos lá às escondidas para registrar a demolição e recolher alguns pedaços de recordação…

O Santo André precisou atuar em cidades vizinhas como: São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo, Mauá e até em Araras e dentro de campo as coisas também foram mal… seguidos rebaixamentos no campeonato brasileiro e no estadual.

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

A resposta do torcedor foi dada nas urnas, e Aidan, que vinha com grandes chances de se reeleger viu sua carreira política ruir, como ruiram nossas arquibancadas.

Até música o Visitantes (a banda rockeira do Santo André) fez sobre esse difícil momento:

Somente em 2013, o novo  prefeito (Carlos Grana / PPT) reabre o estádio com a presença dos seus torcedores.

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Aos poucos as obras trouxeram um novo Bruno José Daniel, no lugar da antiga e vistosa marquise, em 2015 conhecemos uma nova arquibancada descoberta.

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Em abril de 2017, voltamos a ter um sistema de iluminação.

Reinauguração do sistema de iluminação do Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Agora, podemos ter jogos noturnos novamente!

Reinauguração do sistema de iluminação do Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André
Reinauguração do sistema de iluminação do Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André
Reinauguração do sistema de iluminação do Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André

Por fim, o último movimento do Estádio foi receber as tendas da Prefeitura e transformar-se em um hospital de Campanha durante a pandemia do Covid 19.

Estádio Bruno José Daniel - EC Santo André - hospital de campanha

Pode se dizer que o Estádio Municipal Bruno José Daniel fez mais do que a sua parte na vida dos andreenses…

Estádio Bruno José Daniel - hospital de campanha 2020

Atualização: após a pandemia, o Estádio Municipal Bruno José Daniel recebeu uma grande mudança: a troca do gramado natural por artificial. Dê uma olhada em como foi a época das obras:

E se você ficou curioso em ver o nosso novo gramado, agora sintético, dê uma olhada em como foi odia da inauguração, com a final da Copa Santo André 2021 (clique aqui e veja o post):

E aqui o vídeo:

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