Em julho de 2025 tivemos a oportunidade de viajar até o Piauí e foi incrível.

Visitamos várias cidades e aprendemos muito com cada pessoa que conversamos. Obrigado por isso, futebol…
Tudo começou na capital do estado: Teresina!

Única capital nordestina fora do litoral, Teresina tem sua realidade ambientada por 2 importantes rios: o Poty (esse abaixo) e o Parnaíba.


Fomos apresentados ao abacaxi temperado (alguém já conhecia de outro lugar?) que é a metade de um abacaxi servido na casca mesmo, coberta com pimenta, sal e leite condensado.


Além disso, só posso dizer que Cajuína é vida.

Essa é a Ponte Estaiada do Sesquicentenário Mestre João Isidoro França, um marco para celebrar os 150 anos da cidade, inaugurada em 2010. Mas não rola mais visitas à parte superior (a vista deve ser linda).

Abaixo da ponte, uma rica cena esportiva e cultural com uma das faixas de trânsito fechada aos carros para que a população possa aproveitar.

É muito difícil tentar resumir uma cidade tão linda e tão importante como Teresina em um mero post…
O que posso fazer é enumerar alguns pontos como a Central de Artesanato Mestre Dezinho.

Um suco de Tamarindo combina bem com tanta arte.

Além da grande riqueza artística e artesanal, o espaço guarda uma parte triste da nossa história como país: ainda há no local um porão que foi utilizado como sala de tortura, durante o período da Ditadura Militar.
Também fomos até o mercado central pra sentir um pouco da vibe do centro da cidade. E adoramos!

Esse é o nosso país. E é bom ver um montão de frutas, verduras e legumes produzidos no nosso próprio território e que poderiam gerar um Brasil ainda mais igual e com menos fome.


Nossa passagem por Teresina foi uma aula viva sobre o Brasil que muitos ainda não conhecem.
A arquitetura, a culinária, o sotaque, os mercados e a força do povo piauiense.

Cada conversa que tivemos, cada sorriso que recebemos e cada rua que caminhamos foi uma confirmação de que viajar é também um ato de escuta e aprendizado.


E tem também uma série de produtos ligados à cultura nordestina que também tem que ser visto como motivo de orgulho para o piauiense e para o brasileiro em geral.

A literatura de cordel sobrevive!!

Ali bem próximo do mercado está o outro rio tão importante: o Parnaíba.
A outra margem já é área do Maranhão (cidade de Timón).

O primeiro Estádio que fomos registrar nesse rolê foi o Governador Alberto Tavares Silva, o “Albertão“. E olha a fachada que te recebe logo na chegada!

Arquitetura muito bonita e moderna pra um estádio que em 2023 completou 50 anos!

O pessoal que trabalha lá no estádio foi bastante receptivo e permitiu que a gente desse uma volta na parte interna para registrar o chamado “Gigante da Redenção”.

Esse busto do Governador Alberto Tavares Silva está na parte interna do estádio.

Tem até uma foto dele batendo um penalty na inauguração do estádio.

Então é hora de finalmente conhecer mais este templo do futebol, o mais importante do estado do Piauí! Vem com a gente!
O estádio tem capacidade para 44.200 torcedores, mas atualmente a Federação tem liberado apenas metade desse número.

Mas é bonito demais não?

Aí eu te pergunto…
Aí no seu estado é “cadeira cativa” ou “cadeira perpétua” que se fala?

Essa marquise imponente chama a atenção…

Tem uma história pesadona do dia da inauguração do estádio (26 de agosto de 1973), quando jogavam o Tiradentes local contra o Fluminense do RJ.
Uma histeria coletiva causada por alguém que gritou que o estádio estava cedendo tirou a vida de ao menos 5 torcedores, além de ferir quase uma centena de pessoas.
É triste. Sempre penso na família e nos amigos que ficaram e realmente é uma situação muito difícil…

Espero que as muitas tardes de alegria que o futebol proporcionou neste lugar tenha ajudado a diminuir essa “bad vibe” que marcou a estreia.

Aí está o astro rei do nosso futebol: o gol!


Uma pena não ter conseguido assistir nenhum jogo nessa arquibancada…



Mas só de estar presente ali já foi uma experiência incrível!!
Estar ali dentro do Albertão foi como entrar num território sagrado.
Mesmo vazio, o estádio pulsa.
Dava pra ouvir o eco dos nossos passos nas arquibancadas ressoando como se carregasse vozes antigas, gritos de gol, vaias, aplausos…
É fechar os olhos e ouvir a torcida cantando (será que tomei muita cajuína??)

O concreto envelhecido, os assentos gastos, as curvas da marquise, os bancos de reserva… tudo conta uma história.
É como se o estádio estivesse dormindo, à espera do próximo domingo, do próximo hino, do próximo gol.
E mesmo assim, sem jogo, ele já nos entrega um espetáculo.

A cada passo, tentava imaginar como seria ver um jogo ali de verdade.
A bateria das torcidas, a tensão de uma cobrança de falta, a alegria de um gol aos 46 do segundo tempo…

É sempre legal pensar que um monte de gente viveu momentos inesquecíveis nesse lugar, pais com filhos, amigos de infância, jogadores que realizaram sonhos.

Vamos embora?
Antes, parei no meio da arquibancada, respirei fundo e só agradeci.
Por estar ali. Por poder ver com meus olhos algo que tantas vezes só vemos pela televisão ou em registros antigos.
Foi um encontro com o futebol em seu estado mais puro: concreto, sol, silêncio, memória. E foi lindo. Muito obrigado, Albertão.

Fizemos esse montão de foto pra pelo menos guardar bastante lembrança desse momento incrível!


Ao sair do Albertão, carregávamos um misto de respeito e admiração por tudo que ele representa para o futebol do Piauí. Não é apenas um estádio: é um palco onde milhares de histórias se cruzaram, de gols incríveis a momentos difíceis como aquele da inauguração, que marcou tantas vidas.

Nos próximos posts vamos mostrar outras 3 aventuras boleiras em Teresina e depois estádios de outras cidades piauienses que nos acolheram com o mesmo carinho: Altos, Piripiri, Piracuruca, Luis Correia, Parnaíba, Buriti dos Lopes e Campo Maior.
Seguimos com nossa missão de documentar estádios, clubes, histórias, cores, rostos e realidades que não cabem nos grandes centros e que merecem ser lembradas com o mesmo entusiasmo. Porque o futebol está em todo canto, e a cultura que o envolve é sempre maior do que o próprio jogo.
Ah, fizemos 7 vídeos sobre o rolê misturando música, fotos e vídeos dos estádios visitados, confira o primeiro deles que mostra um pouco mais do Estádio Albertão: