O futebol em São João del Rei (MG) – parte 4: o América RF e o Estádio Ely Araújo

No feriado de Corpus Christi de 2023, tivemos a oportunidade de acompanhar uma partida do EC Santo André em São João del Rei contra o time do Athletic Club.

Claro que aproveitamos para registrar o Estádio Joaquim Portugal e você encontra maiores detalhes no post que fizemos só sobre isso (veja aqui):

Mas a história do futebol em São João Del Rei é muito rica e acabamos indo atrás de maiores detalhes de outros times da cidade.

No segundo post sobre o futebol em São João del Rei, falamos sobre o Estádio João Lombardi, a casa do Minas FC (confira aqui o post)

No terceiro post sobre o futebol em São João del Rei, falamos sobre o Estádio Paulo Campos, a casa do Social FC e do Figuerense EC (confira aqui o post)

Nesse quarto e último post vamos falar sobre o América Recreativo e Futebol, time fundado em 14 de abril de 1939 e o seu incrível Estádio Ely Araújo.

O América Recreativo e Futebol foi fundado por apaixonados pelo futebol, entre eles João Veríssimo da Silva, pai de Telê Santana e um apaixonado pelo América da capital mineira (provavelmente o nome é uma homenagem). Em 1948, o próprio Telê jogou pelo time de São João del Rei!

O América RF participou de diversas competições amadoras envolvendo os times da região, até que em 1967 se profissionalizou e disputou o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão, terminando em 3º lugar no seu grupo.

Em 1968, nova disputa e dessa vez a 7ª colocação.

Em 1969, foi criada mais uma divisão no Campeonato Mineiro, e assim, o América RF passou a jogar a Terceira Divisão, mas apenas 2 equipes toparam participar no grupo: o próprio América e o Athletic, que venceu os dois jogos: 2×0 e 2×1 e fez a final com o Nacional de Muriaé.

O time se licenciou e só voltou a uma competição oficial em 2006, disputando o Campeonato Mineiro Feminino da 1ª Divisão em 2006, ficando na 3ª colocação do seu grupo e depois disputando o Campeonato Mineiro Feminino regional.

Atualmente está de volta às disputas amadoras:

E por isso fomos até o Estádio Ely Araújo, registrar o local onde o América vem escrevendo sua história.

O Estádio fica na Avenida Leite de Castro, e atrás dele passa um braço do Rio das Mortes. Essa é a entrada do Estádio, bem singela, eu diria, mas é um graaaande corredor até chegar no estádio (veja no mapa abaixo que vai entender).

Há uma pequena placa indicando o nome do Estádio: Ely Araújo!

Uma placa menor indica que em 99 houve a inauguração de uma parte das arquibancadas.

Entrando por esse corredor chegamos ao Estádio. Vamos dar uma olhada:

O distintivo do América está presente em várias as paredes do clube! Aliás, tem um lindo ginásio, mas acabei não fotografando 🙁

O futebol e a religiosidade sempre andaram meio juntos… E no caso do América e do Estádio Ely Araújo não é diferente: olha o pequeno altar que existe na entrada do campo:

Chegando ao campo, olha que bacana… O time veterano do América está se preparando para um amistoso! Só não entendi porque o uniforme do time agora é verde 🙁

E olha que louca a arquibancada coberta, logo do lado da entrada do Estádio:

Do outro lado, também existe um outro lance de arquibancadas cobertas:

Vamos curtir um pouco do clima do pré jogo:

E olha aí o time posando para a foto:

E pra finalizar, o nosso tradicional registro do gol do lado direito:

Aqui, o gol do lado esquerdo:

E aqui, o meio campo:

Foram apenas 2 dias pela cidade de São João del Rei , mas deu pra ter ideia da importância e da grandeza do futebol local para a cidade!

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O futebol em São João del Rei (MG) – parte 3: o Social FC, o Figuerense EC e o Estádio Paulo Campos

No feriado de Corpus Christi de 2023, tivemos a oportunidade de acompanhar uma partida do EC Santo André em São João del Rei contra o time do Athletic Club.

Claro que aproveitamos para registrar o Estádio Joaquim Portugal e você encontra maiores detalhes no post que fizemos só sobre isso (veja aqui):

Mas a história do futebol em São João Del Rei é muito rica e acabamos indo atrás de maiores detalhes de outros times da cidade.

No segundo post sobre o futebol em São João del Rei, falamos sobre o Estádio João Lombardi, a casa do Minas FC (confira aqui o post)

Nesse terceiro post vamos falar sobre o Social Futebol Clube, time fundado em 15 de setembro de 1939 e o seu lindo Estádio.

O Social FC nasceu no bairro humilde de Matosinhos, e teve como grande benfeitora a “Dona Cotinha” que doou o terreno para que fosse construído o clube. Seu primeiro presidente foi Joaquim Zito de Souza, que dividia a atenção do cargo sendo também o fanático chefe de torcida.

Conhecido como “O Xavante de Matosinhos”, remetendo à bravura dos indígenas que por tanto persistiram à invasão portuguesa e bandeirante, iniciou sua vida disputando competições e amistosos locais, e em 1948 conquistou seu primeiro título da Liga Municipal de São João del Rei.

Em 1951 veio e segundo título, e em 1955, o terceiro com o time abaixo:

O time passou a sofrer baixas entre seus atletas que acabaram “comprados” pelos times rivais, que tentavam não apenas se fortalecer, mas abalar o time socialino.
Como solução à crise, a diretoria decide profissionalizar o time e em 1966 o Social FC disputa a “Zona Metalúrgica” da segunda divisão:

Em 1967, mais uma disputa da segundona:

Aqui, a tabela de 1968, quando termina em 8º lugar da sua chave, terminando sua participação no futebol profissional:

Em 1968, o Social FC passa por uma nova crise: sem os documentos que comprovassem a posse, perdem seu campo para os herdeiros de Dona Cotinha, e o terreno acaba loteado. Como última ideia sugere-se a troca da sede social por um terreno para se construir o estádio, obtendo a escritura oficial no ano seguinte.
Mas de 1969 a 1975, o Social FC permanece inativo.
Em 1975, tendo como presidente Octávio de Almeida Neves, irmão de Tancredo de Almeida Neves, começa a construção do atual estádio.

Em 20 de junho de 1976 é organizada a partida entre Social FC x Minas FC, para inaugurar o Estádio para a felicidade e emoção da torcida socialina, que mais uma vez veria o Social FC vencer em campo (2×0) e honrar a camisa ”xavante”. O sonho voltava a ser realidade!

De volta ao amadorismo, em 1979 o Social FC ganha outro título da Liga Municipal.

Em 30 de novembro de 1988, o Estádio Paulo Campos reabriu seus portões ao público para inauguração do lance de arquibancada e da nova iluminação, culminando com a entrega de faixas aos Campeões Invictos de 1988, contra o Tupi F. C. de Juiz de Fora.

O time ainda levantaria o caneco municipal em 1988, 19951996 e 2001. Este é o time de 2017:

E em pleno 2023, lá fomos nós conhecer o Estádio Paulo Campos

A placa interna do estádio datada de 1986deu a entender que só nessa data, foi oficializado o nome “Paulo Campos”.

Pausa para mais uma arquibancada registrada!

Mas sigamos curtindo o rolê pela área interna:

Em uma das paredes internas encontramos o hino do clube!

O estádio, embora pequeno, é super bem cuidado, veja que linda a arquibancada coberta:

Vale esclarecer que existe uma arquibancada na outra lateral, também coberta. Somadas, tem capacidade para cerca de 1.500 torcedores:

A presença em um estádio inédito é sempre emocionante…

Mas fica ainda melhor quando se tem a oportunidade de acompanhar uma partida de um time tão bacana quanto o Social Futebol Clube!

Aproveitei para registrar a foto da camisa do Social FC:

Curta aí o clima de um estádio histórico:

Olho no lanceeee!!!

Olha os bancos de reservas:

O jogo era dos times veteranos, mas mesmo assim estava bem corrido!

Nosso tradicional registro do meio campo:

O gol da direita:

O gol da esquerda:

Antes de encerrar, vale reforçar que outro time utilizou esse estádio como casa no futebol profissional: o Figuerense Esporte Clube!

O Figueirense Esporte Clube foi fundado em 19 de outubro de 1975, inicialmente como um clube amador. O nome é uma homenagem ao homônimo de Santa Catarina.

Com o sucesso nas disputas amadoras, a partir de 2005, o Figuerense EC decidiu se profissionalizar e disputou a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro (o terceiro nível do campeonato), fazendo uma campanha fraca em sua estreia:

Em 2006, nova disputa, e uma sensível melhora:

Em 2007, se licencia e abandona o profissionalismo, retorna para disputar a edição de 2015, quando sagra-se campeão do seu grupo, mas acaba eliminado no hexagonal final.

Volta em 2019.

Em 2020 desiste da disputa da Segunda Divisão, mas retorna em 2021, sendo eliminado na primeira fase:

Em 2022, mais uma vez eliminado na primeira fase:

O Figuerense EC não disputará a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro, tampouco o Social FC, o que significa que o Estádio Paulo Campos não terá futebol profissional neste ano…

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O futebol em São João del Rei (MG) – parte 2: o Minas FC e o Estádio João Lombardi

No feriado de Corpus Christi de 2023, tivemos a oportunidade de acompanhar uma partida do EC Santo André em São João del Rei contra o time do Athletic Club.

Claro que aproveitamos para registrar o Estádio Joaquim Portugal e você encontra maiores detalhes no post que fizemos só sobre isso (veja aqui):

Mas a história do futebol em São João Del Rei é muito rica e acabamos indo atrás de maiores detalhes de outros times da cidade.

Nesse segundo post vamos falar sobre o Minas Futebol Clube, fundado em 15 de agosto de 1916. O distintivo, que veio do site História do futebol, tem suas cores (azul e branco) em homenagem à Nossa Senhora da Glória.

O time do bairro Tejuco é conhecido como o “Leão da biquinha“, por conta de um circo que ficou muito tempo nas cercanias e tinha um leão como principal atração e pela bica d’água que existia por ali (eu nã.
Olha o leão eternizado em frente ao Estádio João Lombardi!

O Minas FC iniciou sua vida disputando partidas e torneios locais, entre eles amistosos com grandes potências, como o Botafogo-RJ.

Quem fez história pelo clube foi Tancredo Neves, que além de atleta, foi presidente entre 1942 e 1946.
Aqui, o time de 1960:

Em 1961 foi a vez do Fluminense visitar o Minas FC e os visitantes venceram por 3×0. Olha o Telê Santana com a camisa do Flu:

Em 1966, o Minas FC aderiu ao futebol profissional, classificando-se para as finais do Campeonato da Segunda Divisão.
Na fase semifinal acabou eliminado para o USIDA.

Em 1967, novamente disputou a segunda divisão, mas terminando na 6ª colocação.

Aqui, a classificação do Campeonato Mineiro da segunda divisão de 1968:

Em 1969, o time acabou desistindo antes do início do campeonato e limitou-se a seguir nas disputas da Liga Municipal de Desportos de São João del Rei, vencendo-a por 14 vezes.

E para ajudar a eternizar tanta história, lá fomos nós conhecer o Estádio João Lombardi!

Então, vamos lá para mais um estádio de futebol que recebeu o futebol profissional!

E olha o distintivo do Minas FC aí na entrada do Estádio João Lombardi:

Lá dentro, o estádio segue muito bem cuidado e fizemos o nosso tradicional olhar no meio campo…

O gol da direita:

E o gol da esquerda:

Olha aí o banco de reservas:

Foi aqui que o Minas FC fez suas disputas que marcaram a história do time! Curta mais um momento lá dentro!

Existe uma singela arquibancada atrás do gol de entrada:

E tem arquibancadas também em ambas as laterais:

O Estádio João Lombardi é mais um que sobrevive bem em meio ao centro da cidade, mas o ponto positivo é que fiquei com a impressão que ele é bastante movimentado!

Bom ver que a molecada tem participado com entusiasmo dos dias atuas do Estádio João Lombardi!

No dia em que estivemos por lá, ia rolar um jogo contra a AA São Caetano, local, um time cujo estádio não visitamos, mas que também tem sua importância.

Uma imagem retirada do Google Maps para registrar sua sede:

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O futebol em São João del Rei (MG) – parte 1: o Athletic Club e o Estádio Joaquim Portugal

Quarta Feira, 7 de junho de 2023.
A série D do Campeonato Brasileiro tem um jogão nessa rodada: Athletic Club x EC Santo André.
Sendo véspera de feriado pudemos viajar até São João del Rei para conhecer novos estádios, em especial o Estádio Joaquim Portugal, a casa do Athletic Club.

Mas antes de falarmos sobre o riquíssimo futebol de São João del Rei, vamos relembrar um pouco da história da cidade.

Muito antes da presença europeia, a região era ocupada pelos incríveis Puris, indígenas do tronco linguístico macro-jê, registrados no século XIX pelo alemão Johann Moritz Rugendas:

Aqui, outro quadro histórico (“Dança dos puris” de Johann Baptist von Spix) que retrata os puris, já com a presença de forasteiros europeus:

A chegada dos portugueses e bandeirantes à região se deu no início do século XVIII, como consequência do ouro descoberto na região na serra do lenheiro.
O povoado começa a se formar em torno da Capela de Nossa Senhora do Pilar, incendiada em 1709 durante a Guerra dos Emboabas.
Como você não lembra deste tema, o Eduardo Bueno te lembra:

A Capela incendiada deu lugar à Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar concluída em 1750:

Aliás, São João del Rei é uma das cidades históricas da Estrada Real, o que significa a possibilidade de visitar várias igrejas e casarões dessa época.

A região também mantém boas lembranças da ferrovia, incluindo um museu!

Vale uma passada pelo mercado municipal também, afinal, quem não gosta de queijo, bom sujeito não é!

Enfim, lindos visuais históricos é o que não faltam nesta linda cidade!

Espero que você tenha a possibilidade de visitar a cidade um dia, porque além de tudo isso, São João del Rei conta ainda com vários times que fizeram história no futebol local, dos quais escolhemos 5 para conhecer mais.

Comecemos com o mais antigo deles, fundado em 27 de junho de 1909 com o nome de o Atlético Futebol Clube.

O nome atual, Athletic Club, só foi adotado a partir de 10 de agosto de 1913.
Aqui, foto do incrível site História do Futebol:

Esse é o time de 1969:

E esse, o de 1970:

O Athletic Club é o terceiro time da sua região com mais participações na primeira divisão do Campeonato Mineiro, atrás do Olympic Club e do Villa do Carmo, ambos de Barbacena.

Em junho de 2009, o clube comemorou seu centenário, mas apenas em 2018, após 48 temporadas, retornou ao profissionalismo disputando o terceiro nível do Campeonato Mineiro, conquistando o acesso ao Campeonato Mineiro Módulo II de 2019.

Em 2020, o Athletic conquistou o vice-campeonato do Módulo II e o acesso ao Módulo I de 2021.

Assim, em 2021, o Athletic disputou o principal nível do estadual, o “Campeonato Mineiro Módulo I”, pela segunda vez em sua história, terminando em 8º lugar.
Em 2022, foi eliminado pelo Cruzeiro, na semi final, mas sagrou-se Campeão do Interior e da Recopa.

Em 2023, mais uma vez chegou às semi finais, perdendo para o Atlético em um jogo bastante polêmico. Acabou mais uma vez Campeão do Interior.
E ainda este ano está disputando a série D do Campeonato Brasileiro, e foi para um destes jogos que comparecemos a Estádio Joaquim Portugal.

Para registrar melhor o Estádio Joaquim Portugal fui até lá um pouco antes do jogo para aproveitar a luz do sol!

E consegui até chegar ao campo!

E à nossa bancada!

Dá uma olhada como é a vista:

Após um role pela cidade, era hora de voltar pro jogo, vamos lá!

Lá vem os times e a pirotecnia rola solta!

O Estádio é também chamado de Arena Unimed e fica no bairro de Matosinhos. Olha que bacana o placar eletrônico:

A nossa torcida se fez presente!

A capacidade do Estádio Joaquim Portugal é de 3.500 torcedores. E a torcida local fez uma verdadeira festa!

Durante o jogo eu parei pra pensar no que significa para a população local que ficou décadas sem ver o time em campo, vivenciar uma fase como a atual do Athletic

Espero que os investimentos que foram feitos para este retorno sejam sustentáveis a longo prazo e que São João del Rei possa vivenciar outras noites como esta!

Os bancos de reserva ficam bem abaixo do espaço da torcida visitante.

Deu pra acompanhar o treinador do Santo André trabalhar desde o princípio.

O EC Santo André começou jogando bem, marcando alto e abriu o placar com um gol de penalty, mas após o gol, o time mudou a postura e se limitou a ficar na defesa.

E antes do final do primeiro tempo, o Athletic empatou!

Festa nas bancadas locais!

No intervalo é hora de conhecer e registrar detalhes do estádio.

Olha que bacana a cabine da imprensa:

Vem o segundo tempo e o time local aumenta a pressão…

E um penalty para o time local, traz a virada!

O Estádio vira um caldeirão, e dá pra sentir o quanto a cidade está abraçando a ideia de ter um time pra chamar de seu!

Pra nós… Resta acompanhar o término da partida e respeitar a vitória do adversário…

Nem o Ovídio no VAR pode evitar a derrota… A partida terminou 4×2 para os locais.

Embora o resultado tenha me deixado chateado, a oportunidade de registrar o Estádio Joaquim Portugal ajudou a minimizar a tristeza.

Segue aí um resumão do jogo:

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O futebol em São João da Boa Vista parte 2: o Palmeiras FC

Este post é a segunda parte das nossas aventuras por São João da Boa Vista, em 2023.
A primeira parte falou sobre a Sociedade Esportiva Sanjoanense (veja aqui como foi).

Mas hoje, é hora de falarmos sobre a história, a sede e o Estádio do Palmeiras FC.

A primeira coisa interessante é que o Palmeiras de São João da Boa Vista não é uma homenagem ao homônimo da capital.
O time foi fundado em 12 de janeiro de 1924, quando o alviverde paulista ainda era o “Palestra Itália”.
Outra curiosidade é que seu distintivo tem as cores menos esperadas para um “Palmeiras“: preto e branco.

Uma das origens do nome do time é o antigo Largo das Palmeiras (atual Praça Coronel José Pires), onde se reuniram os atletas que não se encaixavam em nenhum dos times da cidade e decidiram fundar o Palmeiras FC, tendo sua sede construída na mesma avenida.

Até hoje mantém duas palmeiras em frente o lindo prédio (só o tempo estava com uma carona de chuva kkkk).

Sua sede é imponente e chama a atenção até os dias de hoje.
Segundo o amigo Dawison Rodrigues Romeiro o clube tem uma cessão de comodato com a Unifeob (uma universidade da cidade) e mantém uma diretoria eleita com sócios patrimoniais do clube, ou seja, o patrimônio ainda é do clube.

Assim, o Palmeiras FC começa a disputar as competições locais, amistosos e torneios, tornando-se cada dia mais conhecido.
Aqui, o time de 1938, ainda no campo da Vila Manoel Cecílio:

A partir de 1942, passa a disputar o Campeonato do Interior, competição de grande prestígio e importância. Utilizamos o livro “Os Esquecidos – Arquivos do Futebol Paulista” para levantar os dados dessa competição de 1942 a 1947.

O livro apresenta o grupo da 7ª região, onde estava o Palmeiras FC.

Em 1943, mais uma vez participou da disputa.
O que eu mais amo nesse livro é a possibilidade de conhecer outras equipes que em alguns casos sequer chegaram a participar de edições do Campeonato Paulista (com direito a conhecer seus escudos).

O Campeonato de 1944 traz como novidades outros times de São João da Boa Vista: o Clube Atlético Prata e o Comercial EC.

Aqui, o grupo de 1945:

Em 1946, mais uma disputa!

Em 1947, esse foi o grupo do Campeonato do Interior:

Sua rotina de fazer história no Campeonato do Interior segue, até que em 1950 sagra-se campeão! Pena que no poster abaixo não dá pra ler a campanha…

Em 1955 inaugura seu estádio contra o Guarani, mas após empatar em 1×1 no primeiro tempo, acaba derrotado pelo onze campineiro por 5×1.

O time segue evoluindo e em 1955 novamente sai campeão do seu setor no Campeonato do Interior!

Em 1956, disputa um amistoso com o SC Corinthians da capital (o alvinegro paulistano vence por 4×2) em 13 de maio. O público é considerado recorde do estádio!
Ainda em 1956, faz sua estreia na Terceira Divisão do futebol paulista, classificando-se em primeiro no seu grupo, a “série C”:

Na segunda fase, acabou caindo de produção e o Elvira chegou à final.

O time abandona o Paulista mas em 1957 faz incrível campanha no Campeonato do Interior, conquistando o título do seu setor:

Aqui, uma linda imagem do derby contra a Sanjoanense, válido pelo 1º turno.

Em 1958, inaugura as arquibancadas do seu estádio:

No mesmo ano (1958) vence o setor 36 da zona 23 do Campeonato do Interior tornando-se tetra campeão.

Em 7 de janeiro de 1961, o Palmeiras FC inaugura os refletores do Estádio Getúlio Vargas Filho novamente contra o Guarani. Outra vitória dos campineiros (2×0).

Em 1962, retorna ao profissionalismo disputando a Segunda Divisão Profissional (o terceiro nível do futebol paulista), terminando na 6ª colocação da série João Havelange.

Em 1963, apresenta-se como um adversário difícil de ser batido! E assim, classifica-se em 2º lugar do grupo.

Na segunda fase, novamente classifica-se em 2º, dessa vez para a fase final.

Na fase final, termina em um honroso 4º lugar.

Em 1964, termina em 3º lugar e não se classifica para a fase seguinte.

Em 1965, termina em 2º no seu grupo (apenas a AA Orlândia se classifica para a fase final).
Em 1966 vence o seu grupo, na primeira fase.

Na segunda fase acabou desclassificado, ainda que tenha terminado em 3º lugar.

Em 1967 foi convidado a disputar o segundo nível do Campeonato Paulista, mas vai mal na competição, terminando a primeira fase em 6º lugar.
Ao fim do campeonato, o Palmeiras FC abandona o profissionalismo, retornando apenas em 1971, ainda na segunda divisão, terminando em 4º e não se classificando para as fases finais.

Em 1972, novamente não disputa, mas mantém-se na segunda divisão de 1973 quando também não avança à fase seguinte.
Em 1974, desiste da competição antes do seu início, retornando em 1975, quando classifica-se para a segunda fase, mas não chega à final.

Em 1976 faz uma má campanha e passa a jogar o terceiro nível do futebol paulista a partir de 1977.
Em 1978, joga a Primeira Divisão Profissional (o equivalente à terceira divisão do Campeonato Paulista), classificando-se para a segunda fase.

Na segunda fase, consegue se impor frente a difíceis adversários e classifica-se para a terceira fase, quando é eliminado da final.

Em 1979, faz história! Classifica-se para a segunda fase com uma campanha um pouco irregular…

Mas na fase final, vence 11 dos 12 jogos e torna-se campeão da 3ª divisão!!!

O Facebook do amigo Manolinho Gonzales (grande pesquisador do futebol do interior paulista) apresenta uma incrível foto do time que garantiu o acesso à segunda divisão!

Na foto abaixo, o capitão Gaúcho Lima e o presidente Dr. Antenor José Bernardes recebem o troféu!

Aí a foto do time com a faixa de campeão:

Naquele ano, o Palmeiras F.C. enfrentou a Ponte Preta celebrando a transferência do atacante Mirandinha Newcastle para São João da Boa Vista.

Em 1980 volta à segunda divisão e faz uma campanha mediana, terminando em 6º lugar na primeira fase e em 3º na segunda fase.
Em 1981, um campeonato longo viu um Palmeiras FC bastante maduro, terminando a 1ª etapa da 1ª fase em 2º lugar.

Na 2ª etapa da 1ª fase, termina em 5º lugar.

Na 2ª fase, termina um honroso 3º lugar.

Assim, classifica-se para a fase final, quando termina em último do seu grupo.

Em 82, 83 e 84 consegue bons resultados mas o Palmeiras FC não chega na fase final.
Em 1985 tem uma campanha mais fraca, terminando a fase inicial em 7º lugar.
Em 1986 e 87, volta a apresentar bons resultados mas sem chegar à fase final.
O time de 1988 acabou se tornando emblemático porque vários daqueles jogadores vieram para o Santo André no ano seguinte, casos de Luciano, Rizza, Chaléu, Preta e Rildo. Mas na prática o time foi mal e não passou da 1ª fase…

Em 1989, embora tenha sido eliminado na primeira fase da chamada “Divisão Especial”, disputou em 3 de setembro de 1989 um amistoso contra o Corinthians no Estádio Octávio da Silva Bastos (CIC).

Não disputa o paulista de 1990, mas em 91 mantém se na segunda divisão, terminando a primeira fase em 5º lugar.
Em 92, uma campanha ruim, terminando na última posição de seu grupo.
Em 93, novamente termina em último. Com a reorganização do campeonato paulista, o Palmeiras FC joga a 4ª divisão, mas o time perdera sua força e termina em penúltimo.
Em 1995, joga a série B1B e termina em 6º lugar, licenciando-se do futebol.
Volta para o último suspiro, na 5ª divisão de 98, quando abandona o profissionalismo até os dias atuais.

Com tanta história, ficamos animados de poder conhecer e registrar o Estádio Getúlio Vargas Filho!

Em meio à tradicional arquibancada, existe uma cabine de imprensa que homenageia o narrador Luis Roberto de Múcio, natural da cidade de São João da Boa Vista.

Quem será o atleta retratado na parede ao fundo da arquibancada?

O estádio conta com sistema de iluminação até os dias de hoje.

Um olhar mais de perto da arquibancada…

O estádio fica literalmente colado à estrada de ferro.

Olha aí o portão 2:

Aqui, dá pra ter uma ideia geral do estádio e do campo:

É um verdadeiro alçapão!

Dá pra sentir no ar uma certa nostalgia de dias em que milhares de torcedores ocupavam suas arquibancadas para vibrar com o Palmeiras local!

Até uma pequena arquibancada coberta existe ali do outro lado:

E claro, registro minha presença em mais um templo do futebol!

Alguns degraus de cimento em torno de um gramado… Tem algo mais simples e mais romântico?

Lá ao fundo, é onde passa a linha do trem.

Achou que faltava o nome do Estádio? Aí está ele!

Até ali atrás do gol existe um pequeno espaço para torcedores.

Agradeço a vizinha que permitiu fotografar o estádio de cima do seu quintal!

Encontrei essa linda camisa exposta em um bar local!

E assim como a ferrovia coloca tudo em movimento, sigamos em busca de novas aventuras!

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Série B do Campeonato Paulista 2023: Independente FC 0x2 Mogi Mirim EC

Domingo, 14 de maio, dia das mães, mas elas sabem que podem esperar, afinal é dia de dar um rolê até Limeira, e registrar a partida entre o Independente de Limeira e o Mogi Mirim, no Estádio Comendador Agostinho Prada, o “Pradão”.

Peguei meu ingresso ali na secretaria mesmo, mas está aí a antiga bilheteria:

O Estádio é a casa do Independente FC, fundado em 19 de janeiro de 1944.

Antes de entrar, vamos dar uma olhada em dois troféus que estão ali na secretaria do clube.

Esse mais recente é do vice campeonato da série A3 de 2014:

O time começou sua história disputando amistosos e torneios regionais, mas em 1972, passou a jogar o profissional, estreando no Campeonato da Segunda Divisão (que equivale à terceira divisão).
Em 1973, foi campeão deste campeonato, conquistando direito a disputar a Divisão Intermediária (o segundo nível do campeonato), porém não pôde jogar porque seu estádio tinha limite para 2 mil torcedores.
Em 1975, houve uma mobilização da cidade para construir as arquibancadas do Estádio Municipal Agostinho Prada, o Pradão, aumentando sua capacidade para 10 mil lugares.

Então pra quem tem curiosidade de saber como é o estádio, vem comigo no caminho pra arquibancada do Pradão!

Quanto custou o ingresso? R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia entrada.

Que bela manhã para uma partida!

Ideal para encontrar os amigos, familiares e até mesmo o companheiro de quatro patas!

Sinta um pouco o clima da arquibancada:

Quem deu o tom na bancada durante a partida foi o pessoal da Galo Beer!

Sempre que alguém critica as organizadas eu lembro que se não fosse por elas, os estádios atuais estariam muito desanimados.

A arquibancada estava bem bonita e com um ótimo clima!
Ainda que o público não tenha sido dos maiores ( uma realidade do futebol brasileiro, principalmente no quarto nível do Campeonato Paulista), acompanhar o Independente FC em campo é um passeio que agrada diferentes perfis: da turma mais velha aos mais novos, meninos e meninas…
As famílias de Limeira tem no Pradão a certeza de um rolê que permite momentos de interação cada dia menos comuns nesse mundo tão corrido…

Outro ponto curioso, é que o Estádio Comendador Agostinho Prada tem uma área bacana, e permite a presença na área lateral e também atrás do gol lá próximo ao bar.
Foi de lá que eu fiz essa foto:

Na outra lateral, a área dedicada à imprensa, diretoria e demais convidados especiais.

Mais um estádio incrível com uma linda história e que merece mais apoio e maior presença do público.

O Independente é um time que mantém uma forte base de torcedores. Surpreende o número de pessoas com a camisa do time!

Aqui, o gol da direita:

O gol da esquerda:

O meio campo:

Muito bacana poder participar de um dia desses.

Olha os bancos de reservas:

O time do Independente começou o jogo nervoso e em uma falta da intermediária, o goleirão espalmou uma cabeçada para dentro da área e o atacante do Mogi Mirim não perdoou: Sapão 1×0.
Com o gol eu encontrei a torcida do Mogi, não láááá atrás do gol, mas na lateral.

Fim do primeiro tempo e é hora de conhecer o bar do Estádio Pradão.

E nem as lindas faixas da torcida local, ajudaram… Mesmo enquanto o Independente jogava melhor, o Mogi fez 2×0 e praticamente matou o jogo…

A diretoria do time local (parece que eram eles) ficou louca lá naquela área do “predinho”.

A torcida deu uma desanimada, mas manteve o apoio até o fim.

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O futebol em São João da Boa Vista parte 1: a Sociedade Esportiva Sanjoanense

São João da Boa Vista foi um dos lugares que nos incentivaram a registrar estádios, mas, quando começamos, nem sabia como fazer isso direito…

Por isso, em Abril de 2023, depois de me formar em História, voltamos à cidade para registrar com mais detalhes e metodologia, os estádios de São João da Boa Vista, que receberam jogos dos 3 times profissionais!

Segundo o livro Indígenas em São Paulo – Ontem e hoje, os povos originários que ocupavam a região eram do macro grupo Jê, conhecidos como “Tapuias”, e possivelmente Kaiapós, que acabaram expulsos ou assassinados pelos portugueses que chegavam à terra.
A cidade surge em torno da Fazenda Boa Vista, onde vivia o Padre João Ramalho, e se expandiu no terreno doado por Antônio Machado.

A cidade nasceu de modo planejado com um projeto para o progresso de toda a região, explorando atividades agropecuárias e industriais. Curiosamente não há registros de quilombos ou terras indígenas, facilitando o agronegócio.

Em 2020, se confirmou a data de fundação da cidade como 24 de junho de 1824. É bacana saber que existem diversos livros sobre a história da cidade.

Em 1853, foi inaugurada a Igreja Matriz, com uma missa celebrada pelo Padre João Ramalho, que acabou morrendo no meio da celebração, marcando de forma emotiva a data!

Em 1880, São João é elevada a Município, compreendendo as vilas de Aguaí, Águas da Prata e Vargem Grande do Sul que, com o tempo, também se emanciparam.
Em 1886, a estrada de ferro chega até a cidade, com a Companhia Mogiana, colaborando com a exportação de sua produção agrícola.

Foto antiga da estação de São João da Boa Vista, vinda do site Estações Ferroviárias.

Esta é a atual rodoviária:

O rio Jaguari-Mirim corta a cidade e dá um clima bem gostoso à cidade!

Uma das praças, há uma homenagem dos alunos da UNIFAE em homenagem ao Cachorro Zé, mascote da Instituição.

Falando do futebol local, Luiz de Freitas, ex-jogador da Esportiva Sanjoanense, diz que o esporte chegou à cidade em 1904, com as primeiras partidas disputadas no campo do Largo da Estação, usando como bola, a bexiga de um boi!

Logo, um esportista mais “moderno”, Eudálio Camargo, de Mogi Mirim, trouxe uma bola oficial para substituir a “bola” usada até então.
O primeiro clube de futebol de São João da Boa Vista foi o Sport Football Club Sanjoanense, fundado pela família Rehder.

Em 1907, entra em uso um novo campo: o da Av. Dona Gertrudes, ainda teríamos novos campos na praça Joaquim José e na Av João Osório.
Em 1915, surge a Associação Atlética São João, jogando no campo da rua Santo Antônio.

A grande dificuldade da Associação Atlética São João era a falta de um campo oficial e pra resolver isso, Oscar de Andrade Nogueira, sugeriu fundar um novo clube, com a fusão entre a AA São João e o SFC Sanjoanense unindo a cidade em torno de um clube e da construção de um estádio.
É aí que surge a Sociedade Esportiva Sanjoanense, em 1º de julho de 1916.

A SE Sanjoanense nasce com a preocupação inicial de construir uma estrutura importante para os esportes, assim, nos primeiros anos, a Associação Atlética São João ainda jogaria com seu nome, e assim conquistaria o primeiro troféu da cidade: a Taça Tulé, vencida por 2×0 em cima do Paulistano (time de Arthur Friedenreich), em 1918!

A AA São João passa a fazer parte do novo clube que logo se filia à Associação Paulista de Esportes Atléticos fazendo sua estreia nas Campeonato do Interior de 1920 (as informações dessa competição vêm do livro “Os Esquecidos – Arquivo do futebol paulista“):

O time foi vice campeão, perdendo a final para o Corinthians Jundiaiense.

Em 1921, acaba desclassificada por inscrever jogadores irregulares, mas é também nesse ano que o campo da SE Sanjoanense é inaugurado com um amistoso contra o Palestra Itália.
E veja a linda foto do estádio naquele dia:

Que lindo ver uma imagem de 102 anos atrás…

102 anos depois lá fomos nós conhecer e registrar a casa da Sociedade Esportiva Sanjoanense, que passa a ser chamada de “Esportiva“.

Atualmente, o estádio fica dentro do clube, que é uma verdadeira potência na cidade!

Existem duas entradas, uma lá pelos lados da ferrovia e outra a principal.

Vamos então conhecer o incrível estádio da Esportiva!

O nome escolhido (Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira) homenageia o idealizador do clube.

Existe ainda um espaço homenageando os campeões mundiais Mauro Ramos e Bellini, que fizeram parte do futebol local.

De todos os estádios registrados, eu diria que o Estádio da Sanjoanense é um dos que mais prestam homenagens à sua história!

Olha aí que lindo o placar!

Olhando ali do espaço em homenagem aos campeões mundiais, aqui está um registro, começando pelo meio campo:

O gol da esquerda:

O gol da direita:

Mas pudemos andar pelo campo e registrar outras vistas.

Essa arquibancada fica no antigo espaço ocupado pela “torcida do barranco”.

Um pouco mais a frente, está registrada a frase imortalizada pelo ex presidente Christiano Osório de Oliveira para incentivar seus jogadores.

Ao fundo da arquibancada coberta está o ginásio do clube, com o desenho do tigre da mogiana estampado em sua parede.

E que linda, a arquibancada do Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira!!

Fico contente de registrar um momento especial como esse. A presença em um estádio que já tem mais de 100 anos!!!

Do outro lado da arquibancada coberta, há um grande lance de arquibancada descoberta, que cobra toda a lateral do campo.

Quase na metade do campo, existe um distintivo na cobertura da saída dos vestiários!

Vale mais um rolê? Vale sim!!!

Lá do placar, essa é a vista que se tem do campo, da estrutura social ao fundo e da arquibancada no antigo barranco:

Esse é o gol da arquibancada do barranco:

Olhando da arquibancada descoberta, essa é a vista do meio campo, com vista da arquibancada coberta do Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira:

Aqui, o gol da esquerda:

E o gol da direita:

O Estádio Dr. Oscar de Andrade Nogueira tem capacidade oficial para 4.500 torcedores, mas é incrível como tem arquibancada pra todo lado que se olhar…

Olha ai a saída dos vestiários:

Lá do outro lado estão os bancos de reserva, junto à arquibancada coberta:

Ah, e lembra que eu disse que havia uma outra entrada junto à estrada de ferro, olha como os trilhos estão próximos do campo:

Antes de ir embora, uma passada no incrível Memorial Rubro Negro!

É ali que estão incríveis troféus e imagens não só ligadas ao futebol mas a outros esportes também.

Ah, se todos os times tivessem o mesmo cuidado com a preservação de sua história como a Sociedade Esportiva Sanjoanense

Mas, voltemos ao passado para conhecer as histórias que tiveram o Estádio Dr. Oscar Andrade Nogueira como palco…
No Campeonato do Interior de 1922, mais uma vez a SE Sanjoanense se classifica como líder da Zona Mogiana.

E no quadrangular final, termina como vice campeã do interior!

Segundo o livro “Esquecidos“, a SE Sanjoanense só voltaria a disputar a edição de 1927, e ainda sim desistiu da competição no segundo turno da 1a fase.

Depois disso, o time volta ao Campeonato de 1930, sem se classificar para a fase seguinte.
Isso só ocorreria em sua próxima participação, em 1942, quando venceu a 7ª região, mas perde a 1ª eliminatória para o Pirassununguense.

O time segue na disputa do Campeonato amador, com destaque para 1944, 45, 46 e 47, quando sagra-se campeão da sua série.
A fotona abaixo é do título da 2ª zona da 3ª região, de 1946:

Porém em 1947, o time decide alçar vôos mais altos e decide disputar a segunda divisão do futebol paulista, terminando em uma honrosa 5ª colocação.

A zaga desse time contava com o craque Mauro Ramos de Oliveira que acabaria vendido ao São Paulo:

Em 1948, desistiu da disputa antes do seu início.
Em 1949, termina a 1a fase em 7º no eu grupo.
Em 1950, tinha ninguém menos que Bellini (o primeiro em pé) no seu plantel:

Ainda assim, fecha a primeira fase em 3º, mas apenas os dois primeiros se classificavam para a fase final.

Em 1951, termina o grupo da Zona Leste em 2º lugar e classifica-se para o quadrangular semifinal, mas quem chega à final é o XV de Jaú e o Linense:

Em 1952, uma primeira campanha incrível! 14 jogos e apenas 2 derrotas, deixando pra traz o Bragantino, o Velo, a Inter entre outros times!

Na segunda fase, porém, um grande absurdo… Ao empatar por pontos com o Linense e o Paulista, houveram confrontos entre eles e o Linense acabou indo para a final (sagrando-se campeão contra a Ferroviária).

Vale reforçar que em 1952 aconteceu também a primeira partida de futebol feminino na cidade, no campo da Esportiva, frente à 5 mil torcedores.

Mas de 1952 a 1955, a SE Sanjoanense abandona o futebol profissional.
Em 1956, volta à 2ª divisão e faz uma campanha bastante fraca.

Também vai mal em 1957 e 58, quando novamente desistiu das disputas profissionais.

E dessa vez, foram mais de 20 anos até voltar em 1982, agora na 3ª divisão.

Com o apoio da cidade, a Esportiva Sanjoanense classificou-se para a próxima fase!

Na segunda fase, empata em pontos, mas perde no saldo de gols a classificação

No segundo turno, também se classifica mas fica de fora da fase final.

Em 1983, faz uma boa campanha: 3º lugar no primeiro turno e 1º lugar no segundo turno, perdendo a decisão do grupo para o Itapira.
Em 1984, classifica-se em 2º lugar…

Disputa a segunda fase e lidera o grupo, jogando até com a União Funilense, de Cosmópolis!

Infelizmente no triangular final, acabou ficando em último, sem vencer nenhum jogo 🙁

Na terceira divisão de 1985, nova primeira fase exemplar, terminando como líder!

Vem a segunda fase e … novamente classificado como líder!

Mas agora, foi a vez do Mauaense eliminar a Esportiva

Em 1986, mais uma primeira fase quase perfeita na Terceira Divisão, terminando como líder do grupo verde. O time contava com Paulinho McLaren!

Porém, na segunda fase, acabou desclassificado…

O Campeonato Paulista de 1987 foi bastante esquisito… Jogando a Terceira Divisão, a SE Sanjoanense mais uma vez liderou a primeira fase…

A segunda fase era composta por 2 quadrangulares, o Palmital EC liderou um deles, e a Esportiva o outro.
Por isso, muitos consideram o Palmital EC campeão da Terceira Divisão enquanto para outros, o título é da Esportiva.
O livro “125 anos de história – A enciclopédia do futebol paulista” cita a Esportiva Sanjoanense como campeã.
Ambos obtiveram o direito de jogar a repescagem da segunda divisão do mesmo ano.

Porém, em 1988, volta a jogar o terceiro nível do Campeonato Paulista, denominado a partir de então com o “Segunda Divisão”.

Em algum momento de 1988, alguns torcedores estiveram no Estádio Oscar de Andrade Nogueira para torcer pela Esportiva no Campeonato Paulista, e não sabiam que aquela seria a última vez…” Será mesmo a última vez?

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O Estádio Municipal Vereador José Feres, a casa do Clube Atlético Taboão da Serra, o "CATS"

30 de abril de 2023
Véspera de feriado em homenagem aos trabalhadores e trabalhadoras, decidimos dar um role pela Grande SP e registrar um importante estádio na história recente do futebol paulista: Estádio Municipal Vereador José Feres!

Assim como todo o nosso continente, Taboão da Serra recebeu ocupação há milhares de anos por indígenas de diferentes etnias, que acabaram expulsos, escravizados ou mortos pelos primeiros bandeirantes, já nos séculos XVI e XVII.

Por conta das sangrentas bandeiras, aos poucos a região foi ficando conhecida por estar na rota para o sul do país.
A região chegou a receber missões jesuíticas na tentativa de proteger os habitantes originais, mas com a expulsão dos Inacianos em 1759, os povos originários acabaram desaparecendo da região.

Por volta de 1910, surge o vilarejo Vila Poá nas margens dos córregos Poá e Pirajuçara, com foco na produção de frutas, legumes e verduras.

A então Vila Poá ficava distante de tudo e sem acesso às linhas de ônibus, obrigando seus habitantes a longas caminhadas.
No início dos anos 50 torna-se um subdistrito de Itapecerica da Serra até obter no fim da década sua emancipação e aos poucos tornar-se o município que é hoje.

As fotos históricas abaixo, começando pelo mapa dos anos 50, são do site Taboão – História e memória:

É nesta década de 50 que surgem os primeiros times amadores da cidade:

E até o fim do século XX os campos de várzea se fizeram muito presente na cidade, que ainda tinha muitas paisagens rurais, como esse, que ficava onde está o atual Shopping Taboão… Quem poderia imaginar essa transformação, hein?

A vida cultural e social de Taboão sempre esteve muito associada à da capital, uma vez que suas divisas são praticamente “invisíveis”, porém o time do CATS – Clube Atlético Taboão da Serra surgiu para fortalecer o sentimento de pertencimento da população local

Embora Taboão da Serra seja até que próxima de Santo André, é uma cidade que nunca tivemos oportunidade de pegar uma partida do CATS para registrar o Estádio Vereador José Feres.

Pena que não tem uma fachada apresentando este importante campo da história do futebol.

As bilheterias seguem por ali…

A principal identificação está na parte interna do Estádio Municipal Vereador José Feres, uma placa que informa a data da inauguração do Estádio: 20 de setembro de 1992.

Ficamos contentes em ver que o futebol amador estava ocupando o estádio no dia da nossa visita, permitindo nossa presença e o registro da parte de dentro!

O jogo da inauguração foi um amistoso entre a Seleção de Master do Brasil e a Seleção de Veteranos de Taboão da Serra. Vitória do Brasil por 14×0. Confira os melhores momento da partida:

Ao entrar pelo portão principal você terá esta visão:

Pra quem não conhece o Estádio, vamos a um rápido olhar, para quem está em sua grande arquibancada, este é o gol da esquerda (é atrás dele que está a entrada do estádio):

A arquibancada acompanha toda a lateral do campo:

Aqui, o meio campo:

E o gol da direita:

A arquibancada da direita também acompanha toda a lateral e ainda permite um espaço isolado láááá ao fundo, onde provavelmente acolhe-se a torcida visitante.

Aqui dá pra se ter ideia da arquibancada como um todo:

Do outro lado, apenas a estrutura interna do estádio e um tímido prédio para as transmissões:

O futebol amador trouxe alguns torcedores locais ao campo, em uma manhã ensolarada de domingo!

Mas, assim como o gramado sintético que já dá sinais de desgaste, a atual situação envolvendo o CATS e a Prefeitura também precisa ser renovada, afinal depois de tantas conquistas essa história não pode ser jogada fora…

Tudo começa com a fundação do CATS em 12 de dezembro de 1985 (impulsionado pelo vice campeonato do time de futsal que representava a cidade, nos Jogos Regionais de 1984) por Odair Franco Menegueti, primeiro presidente, e o professor de educação física Domênico Celestino Feligno.

O Clube Atlético Taboão da Serra passa a disputar amistosos e competições amadoras, e fica conhecido na região como o “Cão Pastor“, homenagem ao cachorro do caseiro que “residia” no interior do estádio.

Em 2003, CA Taboão da Serra decide alçar vôos mais altos e estreia no futebol profissional disputando a série B2, o sexto nível do futebol paulista.
Mas a primeira participação foi bastante fraca.

Em 2004, o futebol paulista passa por uma mudança e de 6 divisões passa a ter apenas 5 e o CATS passa a jogar o quinto nível.
O time surpreende e termina a primeira fase como líder!

Vem a segunda fase e mais uma vez, o time lidera seu grupo!

No último quadrangular que encaminhava um dos finalistas, uma campanha quase impecável, com 5 vitórias em 6 jogos.

Na final, jogando em Itararé, o time da casa fez 2×1 no CA Taboão da Serra, mas no jogo de volta: CA Taboão da Serra 3×1 Itararé.
O CATS sagra-se campeão paulista da série B2!

Em 2005 o futebol paulista passou por mais uma mudança levando o CATS à série A3, mas infelizmente em sua estreia no terceiro nível, o time acaba rebaixado.

Assim, a partir de 2006, o CATS passa a disputar a 4ª divisão – chamada de “Bezinha“-. fazendo campanhas medianas até 2009.
Em 2010, classifica-se para a segunda fase, na quarta colocação.

Na segunda fase, uma campanha melhor, classificou o time em primeiro (jogando ao lado da Inter de Limeira, que passou em 2º!!!):

Mas a Bezinha já era um verdadeiro labirinto e mandou o CATS para mais um quadrangular, do qual o Cão Pastor escapou com facilidade, em primeiro lugar!

Um último quadrangular definiu um dos finalistas daquele ano, e deste grupo saiu o CATS (assistimos o jogo deles contra o Paulínia em Paulínia, mas por alguma curiosidade não achei nenhum registro desse jogo).

Do outro grupo saiu o Velo Clube. Jogando em casa o CATS fez 2×0 e em Piracicaba (não lembro porque o jogo não foi em Rio Claro), o time de Taboão da Serra mandou logo 4×0, sagrando-se campeão da 4a divisão!

Em 2011, acabamos pegando um jogo do CATS na Mooca contra o Juventus (veja aqui como foi!), pela série A3, onde fez uma campanha fraca.

Em 2012, não aguentou a pressão da terceira divisão e caiu de volta para a Bezinha.
Jogando a edição de 2013, classificando-se para a segunda fase, na de 2014, chega à terceira fase.

Em 2015, contando com a presença do craque Viola, aos 46 anos e de Fabrício Carvalho, o CATS chega na segunda fase, mas não passa do hexagonal. Veja aqui a matéria da Globo!

Em 2016, chega Edilson Capetinha:

Com o capetinha, o time classifica-se em terceiro para a próxima a fase:

Na segunda fase, classificou-se em segundo lugar:

Vale conferir o último jogo daquela fase:

O time passa ainda pela terceira fase mas perde a semifinal para a Portuguesa Santista, a campeã daquele ano, garantindo ao menos o acesso à série A3!

Em 2017, faz uma campanha bacana na série A3, classificando-se em 5º lugar, pegando o Monte Azul nas quartas de final, quando foi eliminado após um empate e uma derrota.

Em 2018, uma campanha mediana, terminando em 10º na primeira fase.

Em 2018, ainda jogou a Copinha, olha o público no Estádio Municipal José Feres.

Para 2019, o CATS apostou em mais um artilheiro das antigas: aos 49 anos Túlio voltou ao futebol pra jogar pelo time do Taboão!

A ideia era buscar o gol 1001, o “gol superação”.

E aí está o gol…:

Mas em campo, o time não foi bem, o CA Taboão da Serra ficou sem estádio e jogou a Série A-3 em Guarulhos. O resultado? Acabou rebaixado para a Bezinha…
Entretanto, havia uma possibilidade do não rebaixamento, caso o Batatais fosse punido por uma possível participação em um esquema de manipulação de resultados.
Como a Federação não puniu o Batatais, o CATS abandona o profissionalismo.
Para acessar notícias sobre o clube e torcida, vale a pena ler e seguir o blog Valente Cão Pastor!

É, como escreveu Milton Santos “Cada lugar é, ao mesmo tempo, objeto de uma razão global e de uma razão local, convivendo dialeticamente

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Visita aberta ao Estádio Bruno José Daniel

No sábado, 29 de abril de 2023, a Prefeitura Municipal de Santo André em parceria com o EC Santo André realizou uma ação para aproximar a população da cidade ao Estádio Bruno José Daniel e consequentemente do time que defende suas cores e seu nome.


O evento contou com um tour guiado pela parte interna do Estádio, começando pelos vestiários…

Também pudemos ver o lado “espiritual” do time, conhecendo o altar do Ramalhão.

Foi muito legal poder ver de perto uma série de troféus, camisas e recordações de grandes conquistas!

Pra quem coleciona camisa, o rolê estava incrível!

Destaque para o possivelmente único exemplar da camisa do Santo André FC, de 1967.

E alguns dos muitos troféus.

E medalhas também!

Olha que linda a flâmula do time!

Mas possivelmente, o grande momento foi a oportunidade de um papo com o ex-presidente Sydnei Riquetto, e da possibilidade de fotos com alguns ex jogadores como Arnaldinho.

Rolou ainda a possibilidade de bater uma bola no gramado do Brunão. Tudo isso, gratuito, bastava ter se inscrito previamente.

Por ser a primeira vez, o evento até que foi muito bem organizado e espero que se repita por várias vezes! A torcida e a população da cidade agradecem!

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O futebol em Mogi Mirim (SP) – Parte 2: o Estádio Municipal Angelo Rotoli, o "Tucurão".

Abril de 2023.
Depois de 11 anos, voltamos à Mogi Mirim para rever o Estádio Vail Chaves, a casa do Mogi Mirim EC (essa foi a parte 1 deste post, confira aqui como foi).

https://www.asmilcamisas.com.br/wp-content/uploads/2023/04/Esta%CC%81dio-futebol-Mogi-mirim4-2-1024x768.jpg

Mas ainda havia mais futebol em Mogi! Talvez poucos se lembrem, mas a cidade teve um outro time que também se aventurou no futebol profissional, o Clube Atlético Mogiano, fundado em 4 de janeiro de 1978.

O time nasceu para disputar logo de cara a Terceira Divisão de 1978 (o quinto nível do Campeonato Paulista), o que permitiu o primeiro (e até então único) dérbi no Estádio Municipal Angelo Rotoli, o “Tucurão“.

O time terminou à frente do rival citadino Mogi Mirim EC, mas o time acabou extinto.

E é claro que fomos até lá para conhecer e registrar o Estádio Angelo Rotoli, o “Tucurão“!

Claro que o Tucurão não nasceu para apenas receber as partidas do CA Mogiano por um ano, ele é muito mais antigo, é a casa da tradicionalíssima Associação Atlética Tucurense, fundada em 1919.

Conhecida pelo apelido de “Veterana”, a AA Tucurense já foi chamada de Tucura Futebol Clube.

Logo na entrada do Estádio você já é apresentado ao Alvinegro da Zona Norte!

O estádio possui um belo lance de arquibancadas em uma de suas laterais.

Existem dois espaços para a transmissão das partidas, um na lateral da arquibancada…

E um segundo na outra lateral:

Aqui, o meio campo, com vista para a arquibancada e o sistema de iluminação:

O gol da esquerda, com o ginásio ao fundo:

E o da direita:

Opa! Vale registrar a presença em mais um templo sagrado do futebol!

Mas não há espaço para a torcida na outra lateral.

Gramado bem cuidado, o zelador tem feito um bom trabalho!

A arquibancada também parece bem cuidada!

Olha aí que legal a camisa retrô que a Aktion lançou:

Agradecemos aos deuses do futebol mais uma oportunidade!

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