Em novembro de 2025, resolvi celebrar meu aniversário reunindo a família na pacata cidade de Águas de Santa Bárbara, mas, como o interior é cosmopolita, aproveitei para dar um pulo na cidade de Óleo e em Manduri, onde aproveitei para registrar mais um estádio.
Já estivemos em Óleo e escrevemos sobre o futebol local, veja aqui, dessa vez aproveitei para rever a linda estrada que dá acesso à Fazenda Nova Niagara, onde meus avós viveram por alguns anos no início do século passado…
Guardando a entrada da Fazenda, uma família de lagartos…
Ah, que dia lindo para relembrar o passado…
O rolê serviu para conhecer e registrar Manduri, cidade no meio do caminho entre Águas de Santa Bárbara e Óleo, começando pela antiga estação de trem, onde meu avô costumava descer quando, morando em Indiana desejava visitar os amigos que viviam em Óleo. Ali em Manduri, um compadre que possuía um “carro de praça” (era assim que chamavam os taxis) o levava até a Fazenda Niagara…
Da estação ao Estádio Municipal Márcio José Cabral é um pulo! E esta é a sua fachada, em 2025.
Vamos ver a parte interna do Estádio?
Além de ser a atual casa do futebol amador da cidade, o campo também recebeu os jogos do Manduri AC, time fundado em 1954. O distintivo abaixo é do site Arquivos Futebol Brasil:, mas não parece com o da camisa nas fotos abaixo:
O site Acontece Botucatu trouxe uma foto com a seguinte formação do time que disputava a Liga de Futebol de Piraju: Vandinho, Flavião, Mané do Jango, Luiz Antonio, Cacá, Dito, Vantielli e o treinador Renê. Agachados: Passarelli, o mascote China, Pedro Arbex, Zé Airton e Zé Eugênio Almeida.
O pessoal do Diário de Manduri coloriu a foto:
A Gazeta Esportiva de 7 de outubro de 1955 traz uma notícia relacionada ao Setor 42, zona 12 do Campeonato Amador: a vitória do Manduri AC sobre o EC Ferroviário de Bernardino de Campos.
Também encontrei uma notícia sobre um amistoso de 1956, contra o Paulistinfa:
E não é que o troco veio no ano seguinte?
Somente em 14 de abril de 1957 é inaugurado o Estádio Municipal:
Em 1958 disputa novamente o Campeonato do Interior:
Outro time da cidade foi o Graminha FC, distintivo do site Escudos Gino:
Tudo isso, há apenas 60 anos atrás… O gol era objeto de respeito e continua bem cuidado!
Olha aí o banco de reservas!
O gol da direita mostra como o gramado está em perfeitas condições:
O gol da esquerda:
O meio campo:
Curta o clima do estádio!
As árvores mantém a arquibancada bastante fresca.
E dependendo do horário, até o goleiro curte uma sombrinha…
Segunda feira, 2 de junho de 2025. E quem disse que em plena segundona a gente não pode acompanhar uma partida de futebol? Fomos até o Estádio 1º de Maio, em São Bernardo do Campo para enfim registrar um jogo da série C do Campeonato Brasileiro de 2025.
Seja bem vindo ao Estádio Primeiro de Maio!
Em campo, dois times que tem lutado para estar no G8 e assim disputar os mata-matas que vão levar 4 equipes à série B. Apoiando o time da casa, o São Bernardo FC, estão os inabaláveis torcedores da Febre Amarela:
Ali no outro lado da bancada está ainda o pessoal da Guerreiros do Tigre e demais torcedores do time!
Do lado visitante, uma incrível presença dos torcedores de Alagoas, defendendo o time do CSA:
Uma noite fria de outono, mas que em campo se mostrou quente, principalmente para os torcedores visitantes, que logo aos 11 minutos viram o gol do São Bernardo ser anulado por impedimento e aos 19 minutos, Tiago Marques fazer 1×0 para o CSA!
A torcida do CSA fez bonito ao se fazer presente em uma partida em um estádio distante mais de 2 mil quilômetros de sua cidade natal!
Infelizmente, a torcida do São Bernardo vem passando por um momento difícil. Como disse um amigo, apenas os verdadeiros torcedores mantém-se fieis ao time, e diminuiu muito aquele clima de caldeirão que existia no Estádio e complicava a vida dos visitantes.
Talvez o clima gerado pela presença da torcida visitante tenha inspirado os jogadores do CSA e, em especial, Tiago Marques que fez a alegria da galera marcando o segundo gol dos alagoanos aos 27 minutos.
Como é que se explica o amor a um time?
Foi especial ver tantos azulinos nas arquibancadas, vindos de Maceió ou mesmo já radicados pela Grande São Paulo carregando em seus corações histórias e lembranças de desafios dessa nova realidade.
Foi mais do que futebol: a arquibancada deu lugar para reencontros, aventuras e saudade. Muitos que migraram para cá em busca de uma vida melhor puderam, por 90 minutos, se sentir de volta à infância, à cidade natal, às lembranças boas de casa. Aos que enfrentaram os 2 mil quilômetros de viagem… Foi como viver uma odisseia!
“Vai pra cima deles, Azulão”, cantavam os alagoanos:
O CSA em campo foi mais do que um time: foi o elo com as raízes, com a memória e com o coração.
Com os dois gols no placar, o CSA foi para o intervalo sabendo que o mais difícil já havia sido feito. Aproveitamos para ouvir um pouco daqueles que decidiram apoiar o time alagoano no ABC paulista.
Também fomos ouvir o pessoal da Mancha Azul, a organizada do CSA, sempre vibrante e sempre presente, ainda que a polícia militar tenha dificultado ao máximo a presença dos caras, impedindo a entrada das faixas e demais materiais.
Por outro lado, a torcida local mantinha seu apoio e acompanhava com dor o difícil momento.
Aos 20 minutos do segundo tempo, penalty para o CSA e Enzo marcou o terceiro e derradeiro gol.
Aos 26 o São Bernardo diminuiu com Felipe Azevedo que veio do banco de reservas para honrar minimamente o manto do São Bernardo!
Um pouco de pressão no final do jogo, com direito a algumas boas defesas do goleiro Gabriel Félix, mas o placar terminou nos 3×1 para os visitantes.
A preocupação da torcida do CSA agora é pensar no confronto com o Vasco pela Copa do Brasil, e quem sabe viver mais um feito histórico do time alagoano!
Parabéns aos azulinos alagoanos pela presença! Espero revê-los em breve!
Quarta feira, 19 de março. É dia da partida de volta do mata-mata das quartas de final da série A2-2025. Juntei me a alguns abnegados que toparam a viagem em pleno “dia de semana” para Indaiatuba!
A foto acima foi na primeira parada antes de chegar no Estádio, na tradicional “Borracharia do Luizinho” para dar um jeito em um pneu que furou na estrada 🙁
Indaiatuba é uma cidade relativamente próxima de Santo André e mesmo com a parada no borracheiro, chegamos com boa antecedência e pudemos dar uma volta no entorno do Estádio Ítalo Mário Limongi, o “Gigante da Vila Industrial”.
O entorno do estádio tem uma série de interferências e grafites em alusão ao apelido do time: o fantasma da Ituana!
Existe um pequeno memorial do time em uma sala administrativa do Estádio, e ali estão vários tesouros do time!
A torcida local se fez presente mesmo em um horário ruim, quando muitos estariam trabalhando. Se liga no clima que estava na entrada da torcida do Primavera:
E aí está a nossa bilheteria!
Uma vez dentro do Estádio Ítalo Mário Limongi, foi hora de rever a torcida do Fantasma, já que minha última partida neste estádio foi há 15 anos para ver um Primavera x Paulínia (veja aqui)!! Olha como eu estava jovial:
Um momento muito diferente do atual, onde o Primavera se tornou uma SAF e chega na melhor campanha da sua história em um Campeonato Paulista.
Muito lega os tirantes estendidos pela arquibancada local e a empolgação do pessoal da torcida organizada:
Do outro lado, na arquibancada coberta, a lotação era máxima!
A vibração da torcida local é compreensível… O Primavera jamais alcançou a série A1 e uma vitória simples na partida de hoje colocaria o fantasma nas semifinais, ou seja: 2 partidas para o acesso.
Mas, para isso, se faria necessário passar pela camisa pesada do Ramalhão!
Aí, o nosso banco de reservas:
E o time visitante mostrou que iria dar trabalho…
E junto do time, aí estamos nós: a torcida do Ramalhão!
Olha como é o setor dos visitantes do Estádio Ítalo Mário Limongi e diga se não é muito legal poder ver uma partida assim tão dentro do jogo e sem tanta vigilância.
Quantos anos de arquibancada nesta foto?
Assistir uma partida no Estádio Ítalo Mário Limongi como visitante é uma daquelas experiências intimistas que todo torcedor merece passar um dia na vida.
É o tipo de Estádio que a Fúria Andreense gosta! Só faltava deixá-lo um pouco mais azul e branco…
E se falar da Fúria, não tem como não falar destes dois irmãos: Simone e Diogão!
E deixá-lo um pouco mais antifascista também…
Se a torcida do Santo André estava confiante?
O começo do jogo foi meio morno, mas os últimos 15 minutos do primeiro tempo foram do Santo André, que dominou mas não criou chances reais de gol, desperdiçando inclusive as jogadas de bola parada…
O primeiro tempo termina com certa empolgação para o lado azul do estádio…
Aproveito para registrar as três gerações da família Pelachine:
E também montar a foto do pessoal que desafiou a lógica e foi até Indaiatuba! Um abraço especial para o seo Odair, dona Mercedes e o neto que vieram de Itú só para rever o time e a torcida!!!
Mas, o futebol é cruel, e pune… Terminamos o primeiro tempo bem e começamos o segundo tempo bem. Mas não matamos o jogo. Então, aos 8 minutos do segundo tempo, veio o castigo…
A jogada começou com uma possível cotovelada pra cima do Juninho ocasionando uma briga generalizada após o gol. No setor visitante, uma mistura de lamentos, mãos na cabeça e olhares vazios. A sensação de que o destino tinha nos pregado mais uma peça era inevitável. Que dura pancada contra estes apaixonados pelo time da sua cidade…
A Fúria não deixou o gol desanimar! Aliás, quem reclama das organizadas não deve ter o costume de ver jogos fora de casa. Não há clima de jogo sem a presença das organizadas na arquibancada.
E assim, o apoio seguiu inquestionável. Bem como o amor pelo nosso time, inabalável.
Mesmo nos minutos finais não faltou quem acreditasse em um gol, que levasse o jogo pros penaltys…
Mas ver nosso Carlão morder a camisa de raiva e agonia, me fez entender que talvez… apenas talvez, hoje, a sorte não estaria do nosso lado…
E enquanto tentávamos gritar como se nossas vozes pudessem reverter o placar, o juiz terminou a partida, sem dó dos nossos corações…
Festa merecida para a torcida do Primavera.
Do nosso lado fica o agradecimento por mais um Campeonato cheio de sentimentos. E ficam as incertezas. O que será deste time cada vez mais distante de suas origens e de sua população?
O fim de 2022 nos reservou uma ótima surpresa: uma inesperada possibilidade de viajar até Fortaleza!!!
Sabe o que isso significa? Tempo de praias!!!
Rios que se encontram com o mar…
Paisagens inesquecíveis…
Rolê de buggy…
E também tempo pra conhecer um novo lugar e sua história… Seja bem vindo a Fortaleza!
O local em que hoje está a cidade tem sido ocupado por seres humanos há mais de 2 mil anos: os primeiros a chegar foram os indígenas tapuias. Num segundo momento, os tapuias acabaram expulsos para o interior pelos tupis que chegavam da Amazônia, entre eles os potyguara, os “comedores de camarão”.
Fortaleza guarda ainda um mistério: será que foi ali que em janeiro de 1500, o espanhol Vicente Yáñez Pinzón teria desembarcado antes de Cabral?
A partir de 1603, os portugueses iniciaram a ocupação batizando o povoado de Nova Lisboa. Tempos depois, sofrem uma tentativa de ocupação holandesa que é duramente combatida. Vitoriosos, os lusos passam a se fazer cada vez mais presentes, invadindo os sertões, sendo enfrentados com muita luta e resistência pelos indígenas.
Em 1726, o povoado do forte foi elevado à vila. Em 1799, Fortaleza foi escolhida capital e em 1823 a vila se tornou a cidade. A partir do século XX cresce rapidamente, tornando-se uma verdadeira metrópole, mas que ainda mantém uma alma própria bastante simpática!
Vale reforçar que Fortaleza teve um posicionamento abolicionista muito forte que terminou em um levante popular em 1881, protagonizado pelos jangadeiros liderados por Dragão do Mar, que findou o tráfico de escravos na capital.
Foi lá que demos oficialmente início a este ano de 2023!
E como o ano não poderia começar sem um grande Estádio, fomos conhecer a Vila Olimpica Elzir Cabral, a casa do Ferroviário Atlético Clube!
Já escrevemos sobre as camisas do Ferroviário AC (confira aqui como foi), mas vale a pena ressaltar a origem operária do time, fundado em 9 de maio de 1933 (naquele momento com o nome Ferroviário Football Clube) por trabalhadores do Setor de Locomoção da Rede de Viação Cearense (RVC),
Mas tive que abrir espaço nos armários porque tem uma nova (e linda!!) camisa do Ferrão chegando!!!
Comecemos então a dividir o visual do Estádio, pelo seu pórtico de entrada:
Como podemos ver, o Estádio Elzir Cabral é todo decorado nas cores tricolores.
Veja como era a entrada na época da inauguração do estádio, em 1967:
Em frente o estádio está a praça dos Ferroviários, com uma estátua sem identificação… Quem seria?
Adentrando ao estádio, chegamos nas arquibancadas que ficam atrás do gol:
E antes de adentrar ao campo de jogo fui conhecer a incrível sala de troféus do Ferroviário AC.
Po, no meio de tantas taças eu fui encontrar uma que eu desejo demais… a da série D!
Também passamos pelo painel da imprensa e pude entrevistar a nova contratação do Ferrão!
Mas acho que chegou a hora de adentrar ao campo…
Há arquibancadas também na lateral do campo, onde pode se ver quatro cabines (3 pra imprensa e uma pra PM)…
Além de reforçar que você está na casa do primeiro campeão brasileiro da capital cearense!
O estádio não costuma receber grandes jogos, porque tem uma capacidade de público pequena, mas é um verdadeiro alçapão!!
Aí está o banco de reservas do FAC:
Como sempre fazemos, segue o registro do meio campo (aqui, olhando do lado da arquibancada):
O gol da esquerda, onde pode se ver um pequeno prédio que serve de apoio:
Aqui dá pra se ter ideia da estrutura:
Aqui, o gol da direita (foi por ali que entramos!):
Atrás do gol também temos a arquibancada tricolor!
O gramado estava pronto pra receber o treinamento daquela tarde, que serviria de preparação para o jogo da “Pré-Copa do Nordeste” que rolaria no dia depois de nossa volta 🙁
Aqui, a visão estando do outro lado, o meio campo:
O gol da esquerda:
E o gol da direita:
O estádio tem vários espaços diferentes com muito cuidado com a imagem do time.
Po, e que tal esse momento com o craque e agora treinador Paulinho Kobayashi?
Um último olhar estando nas arquibancadas atrás do gol por onde entramos:
Um grande abraço ao amigo Lenílson, que fez possível esse nosso registro. Ele é o assessor de imprensa do Ferroviário e tem feito um belo trbaalho de resgate de memória e valorização do clube!
E um abraço especial também pro pessoal da torcida Resistência Coral!
Só nos restava fazer parte “teoricamente” do jogo da noite seguinte…
O rolê por Fortaleza foi mágico. O Nordeste brasileiro tem algo de apaixonante… O povo, a natureza, o clima… Espero poder voltar. E boa sorte ao Ferroviário AC nas disputas de 2023!
O que você dirá para os seus filhos e filhas que estava fazendo na terça feira dia 3 de maio de 2022? Um grupo de torcedores do Racing terá uma looooonga história a contar!
Se tem um pessoal que leva a sério seu papel como torcedor, são os argentinos. Assim que a Conmebol divulgou os grupos, o amigo Adrian me ligou perguntando como chegar a Cuiabá… O Adrian é um amigo de longa data que já esteve aqui no Brasil e que sempre nos recebe em Buenos Aires.
E mesmo ao descobrir que se tratava de mais de 2700 km, ele não só confirmou que iria como ainda me perguntou se eu não queria ir…
Infelizmente por problemas de tempo e grana, não pude o acompanhar nessa aventura pela Copa Sul Americana. Mas o Adrian topou fazer as fotos e registrar esse feito incrível! E lá vamos nós conhecer um pouco dessa desse rolê!
Pra quem não sabe, o Racing Club de Avellaneda é um dos times mais tradicionais da Argentina com uma das maiores torcidas do país e em março completou nada menos do que 119 anos (o time é de 1903!). Estivemos em Avellaneda em 2010 para conhecer o Estádio do Racing (veja aqui como foi):
A viagem até Cuiabá, embora longa, rolou sem grandes problemas, assim como a chegada na cidade. Não houve nenhum tipo de provocação ou situação problemática entre as torcidas. E, ao fim da tarde, finalmente Adrian chegou à Arena Pantanal!
A Arena Pantanal é uma arena multiuso construída (por cerca de R$ 600 milhões…) para sediar a Copa do Mundo, no mesmo lugar do antigo Estádio Governador José Fragelli, o “Estádio Verdão”, que acabou demolido (fonte da foto: Site da Globo):
E aí vem os torcedores do Racing para conhecer esse novo templo do futebol moderno!
Confesso que só conheço a Arena Pantanal pelas fotos oficiais, e olhando essas feitas por torcedores mesmo, deu pra ter uma ideia de como é uma partida por lá!
O Adrian, assim como a gente faz aqui no Brasil, gosta de misturar futebol com música e literatura, para quem quiser conhecer mais, acesse a Fanpage da Fulbito Records.
A torcida do Racing ficou no setor de visitantes, a “Norte Superior“.
E essa é a vista do jogo que tiveram como visitantes.
Como puderam chegar cedo, deu tempo para conhecer bem o estádio e até acompanhar o aquecimento do time local.
O lado que deixou o espetáculo um pouco menor foi a baixa presença da torcida local. O pessoal da Argentina ainda não entende como os times e torcidas brasileiros não levam a sério a Copa Sul Americana.
Que tal ouvir o pessoal cantando?
Aqui, o pessoal da Raça Cuiabana, com quem eu cheguei a conversar, mas que não deu tempo de tentar uma aproximação entre as torcidas, mesmo assim eles foram super solícitos e a torcida visitante não teve nenhum problema por lá!
Trapos, cantos, faixas… Aí estão los hinchas de Racing, que já resgataram o time da falência, já passaram mais de 30 anos sem um título e nunca pensaram em abandonar o time… O que seriam meros 2.600 km entre eles e seu amor?
É realmente incrível que estejamos falando de uma organização coletiva entre os torcedores com muita ajuda mútua, colocando na hora do jogo quase 100 pessoas para apoiar seu time.
E o apoio deu resultado! Mesmo saindo perdendo (com um gol de Marllon Borges aos 29 do primeiro tempo), o Racing foi guerreiro e buscou a virada com gols de Anibal Moreno e Copetti no segundo tempo.
Após o jogo, a polícia fez com que a torcida esperasse mais 40 minutos até que a região do estádio estivesse vazia. Mais tempo para curtir a aventura e observar um pouco mais a Arena Pantanal.
Hora de ir embora…
Obrigado ao amigo Adrian, que em 2014 esteve aqui no Brasil para acompanhar a Copa do Mundo e andava sempre muito bem vestido com sua camisa do Ramalhão!
Olha, que boa surpresa! Percebi que nunca postei as fotos da aventura em Nice, na França, um rolê que fizemos no final de 2015, numa época em que ainda se podia viajar mundo afora sem medo de morrer de Covid…
Então vamos lá! Conhecer um pouco da cidade, que eu confesso que jamais havia pensado em conhecer.
Nice é uma baita cidade, a quinta mais populosa da França, com cerca de 1 milhão de pessoas.
Nice fica numa região litorânea chamada Costa Azul (Côte d’Azur), às margens do mar Mediterrâneo e é um lugar muito bonito.
Mas como você pode ver pelas fotos, faz bastante frio, mesmo quando sai sol.
No vídeo dá pra ter uma ideia melhor do lugar:
A água é de uma transparência única!
Mesmo com frio, não podia perder a oportunidade de entrar no Mar Mediterrâneo… Ainda que com uma bermudinha térmica bastante esquisita e que uso até hoje.
A região é habitada há mais de 400 mil anos, mas sua história moderna começa por volta de 350 A.C., quando os gregos de Marselha fundaram um povoado denominado por eles de Niceia, em homenagem a Nice, deusa da vitória. Atualmente, Nice é um lugar de europeu rico, lembro que só na época da viagem fui perceber que fica pertinho de Mônaco. A região acabou se tornando um ponto de viagem principalmente para ingleses, a partir de 1750. Daí surgiu a sua principal avenida beira-mar: a Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses).
Do alto do morro, dá pra ver melhor:
Estamos na chamada Colina do Castelo. Em tempos remotos, o nível do mar era bastante mais alto e a colina era uma ilha.
Mas estar no litoral também tem seus problemas, por exemplo, em 1543, Nice foi atacado pelo pirata turco Barbarroja que pilhou a cidade e ainda fez 2.500 escravos de seus habitantes.
Embora, como eu disse, seja uma cidade bem focada no turismo de gente endinheirada, ela oferece um monte de opções para gente com grana contada, como a gente, encontramos vários mercados e feiras de rua.
Pra quem é brasileiro e está acostumado com a nossa violência urbana, essas cidades turísticas europeias são uma coisa muito loca… Parece um mundo de faz de conta, onde você praticamente não vê nada de errado.
E existe uma baita cena cultural por lá. Teatros…
Quadrinhos…
Museus…
Aliás, o museu tem uma área externa aberta, que permite uma vista linda da cidade, e o fim do dia estava animal!
E muita feirinha de fim de ano, com comidas típicas…
Eles tem muitos doces de frutas cristalizadas…
Muitas verduras, legumes…
Queijos esquisitos…
Também tem muitos temperos diferentes…
Olha que pães lindos…
Olha a cor dessa toranja!
Embora aqui no Brasil a gente tenha um clima que permita a produção de muitas frutas, lá na gringa, os caras tem mais orgulho delas como alimento, sabe? É algo “chique, bacana e inteligente” comer uma maçazinha…
Uma coisa que na época chamou a atenção eram os caixas automáticos, onde o próprio cliente paga suas compras.
Aqui, a estação ferroviária de Nice!
Como herança dos gregos que ocuparam a região, ficou a paixão pelo azeite…
E tinha esse espelho d’água que fazia a alegria das crianças…
E aí, lá no meio dos comes e bebes… Um detalhe me fez lembrar que além de muita festa, a cidade de Nice também tem sua paixão pelo futebol!
Estamos falando do Olympique Gymnaste Club de Nice Côte d’Azur, ou simplesmente OGC Nice, ou apenas Nice.
O OGC Nice foi fundado em 9 de julho de 1904, e começou a ter futebol entre suas atividades a partir de 6 de julho de 1908. O time foi um dos membros fundadores da primeira divisão francesa (agora chamada de “Ligue 1“), e em 2021, segue nela. Se liga no naming rights da Ligue 1:
Da primeira temporada inaugural da Ligue 1 (1932-33) até hoje, muita coisa aconteceu, o mundo mudou, surgiu a Internet, a pandemia… Mas o clube escreveu seu nome na história ao conquistá-la 4 vezes lá nos anos 50 (nas temporadas 1950-51, 1951-52, 1955-56 e 1958-59). Veja o time de 1951 (todas as fotos abaixo estão no site Olympique de Marseille Forever), com o goleiro gordinho e tudo:
Aqui, o time de 1952, que conquistou o bicampeonato francês:
Esse foi o time de 1956:
E esse o time que conquistou o último título (ao menos até 2021):
Além disso, o OGC Nice conquistou a Copa da França por três vezes (1951-52, 1953-54 e 1996-97). Esse foi o time que conquistou em 1997 o seu último título expressivo:
Infelizmente, dias depois de ganhar a Copa da França, foi rebaixado pra segundona do francês, onde ficou até 2001… O time faz o “Derbi da Costa Azul” com o Cannes.
No centro da cidade encontrei uma loja do time, mas como podem imaginar, os preços inviabilizaram grandes aquisições e apenas uma flâmula veio pro Brasil…
Mas a loja oferece uma série de opções: camisas, cachecois e até ursinho de pelúcia…
E a loja também apresenta em suas paredes um pouco da história do rubro negro francês!
O ambiente da loja é bem bacana, quase como um museu do time…
Até um sofazinho pra um relax…
Mas já que estamos em Nice… Que tal um pulo até o Estádio do OGC Nice? Vamos dar uma olhada no mapa dos trens locais…
Pouco tempo depois, baixamos mais ou menos perto do Estádio Allianz Riviera, a casa atual do OGC Nice!
A Allianz Riviera foi construído para ser sede na UEFA Euro 2016.
Lembrando que a Euro daquele ano reservou um monte de quebra pau com ultras franceses, hooligans ingleses e principalmente russos. E Nice, infelizmente não ficou de fora, reunindo em uma mesma briga torcedores do OGC Nice, da Irlanda e da Polônia.
Mas até 2013, o OGC Nice mandava seus jogos no Stade du Ray, um estádio que devia ser maravilhoso, como dá pra ver pelas fotos do próprio site do OGC Nice.
Imagina nos anos 50, quando o OGC Nice papou aquele monte de títulos, como devia ficar a atmosfera do lugar…
E além de tudo era super diferente, olhas os aneis que se formavam abaixo da arquibancada!
Como dá pra ver, o Estádio ficava bem no meio da cidade… E provavelmente não resistiu à especulação imobiliária e acabou demolido em 2016.
Em seu lugar… Surge esse fantasma da modernidade… A arena.
A mudança não parece ter sido muito fácil para a torcida local, no jogo de estreia da arena a torcida local fez um mosaico com a expressão RIP (Rest In Peace), típica dos túmulos, nos cemitérios.
De qualquer forma, aí está mais uma bilheteria para a nossa coleção!
Também há uma loja oficial no entorno do estádio:
Dá uma olhada no seu entorno:
A verdade é que nem tem cara de estádio…
A capacidade da Allianz Riviera é de 35.624 torcedores.
Claro que sendo uma arena, a entrada fora de horários específicos é proibida…
Assim, só o que nos restou foi fazer algumas fotos da fachada do Estádio.
Ah, o estádio não é particular, pertence à Prefeitura de Nice. Junto a ele está o Museu Nacional do Esporte:
Assim, sem grandes emoções nos despedimos de mais um palco do futebol internacional.
Não podia deixar de lembrar que menos de um ano depois de termos visitado a cidade, Nice sofreu um atentado. Em 14 de julho de 2016, feriado da Bastilha, uma data super importante pros franceses, um caminhão atropelou uma multidão no momento da queima de fogos, matando 84 pessoas. Que o sol siga brilhando naquele lugar tão bonito…
Conhecer a cidade e o futebol local é um desejo antigo meu. Toda a tradição do futebol da Francana aguçou ainda mais esse desejo, por isso decidimos passar a noite na cidade (até porque se vc está acompanhando toda a saga desse rolê, vai lembrar que chegamos à Ituverava já anoitecendo).
A cidade respira esporte. É muito legal ver os lambe-lambes convidando para os jogos da “feiticeira”.
E não só o futebol, o basquete local também é muito respeitado e incentivado, e tem um timaço!
Foi por causa de um jogo do Franca Basquetebol contra a equipe do Bauru (que se hospedou no mesmo hotel que a gente, lembrando uma outra viagem) que a partida entre Francana e Comercial, pela fase final de grupos, acabou sendo adiado para segunda feira… Ou seja, perdemos a partida 🙁
Mas, ainda existia o nosso desejo de conhecer o Estádio Municipal Doutor José Lancha Filho, casa da Associação Atlética Francana.
A Associação Atlética Francana foi fundada em 12 de outubro de 1912. O primeiro Estádio da Francanca foi o campo da Bela Vista (também chamado de Nhô Chico), que teve suas arquibancadas inauguradas em 1947 (num amistoso contra o São Paulo) e utilizado nas disputas até 1969, quando foi construído o atual Estádio Municipal Dr. José Lancha Filho. Essa é a entrada do “Nhô Chico“:
Aqui algumas fotos mostrando um pouco do campo no presente…
E no passado:
A partir de 1948, a AA Francana passou a disputar as competições profissionais da Federação. A Francana foi Vice-campeã da série A2 em 1969 e 2002 e Vice campeão Série A3 de 1996. Em 1977, obteve o acesso para o Campeonato Paulista ao sagrar-se campeã da Divisão Intermediária (a A2 da época).
Em 1982, foi rebaixada com o time abaixo:
Disputou o Campeonato Brasileiro de 1979, sendo eliminado na primeira fase. Em 1997, chegou ao quadrangular final do Campeonato Brasileiro da Série C, terminando na 3ª colocação e perdendo o acesso à Série B do ano seguinte na última rodada.
Em 2015, a “Veterana” foi rebaixada para a Segunda Divisão de 2016, após terminar a Série A3 na lanterna. Fomos até o Estádio Municipal Dr. José Lancha Filho, onde a Francana tem mandado seus jogos.
O estádio é mais conhecido por Lanchão. E marca aí mais uma bilheteria pra nossa conta!
O estádio fica bem localizado e é de fácil acesso.
O Estádio foi inaugurado em 1969.
Já teve capacidade para mais de 15 mil torcedores, mas atualmente não passa de pouco mais de 10 mil pessoas.
Essa é a entrada principal, para a torcida local.
Andando ao redor do estádio, temos a….
Entrada dos Visitantes! Do jeito que o diabo gosta hehehehe.
Uma pena que não conseguimos entrar, mas tudo bem, fica para uma próxima vez para podermos acompanhar a Francana! Ao menos, ta aí um pouco do entorno do estádio:
Pra quem ficou na vontade de saber mais, seguem algumas imagens do Facebook Oficial da Francana, mostrando o estádio lotado, nesses últimos jogos da série B de 2018:
É mesmo uma torcida apaixonada! Mas, dizemos um “até logo” esperando retornar em breve.
Enquanto isso, vamos conhecer o outro time da cidade que já disputou o profissional, o Palmeiras Futebol Clube!
O Palmeiras F.C. foi fundado em 25 de dezembro de 1917 e também representou a cidade de Franca no profissionalismo, em 16 participações.
Nasceu como Palestra Itália de Franca Futebol Clube logo transformou-se no “Palmeirinhas” (assim como os demais times que homenageavam a Itália, Alemanha e outros representantes do nazi fascismo na segunda guerra mundial), porém, desde 2010, voltou a se chamar oficialmente por Palestra Itália de Franca Futebol Clube.
Disputou o Campeonato Paulista da Segunda Divisão em 47, 48, 49 e 1953, além da Terceira de 83 a 87 e de 91 a 1993, a Quarta de 1988 a 1990 e por fim, a Quinta Divisão em 1994.
Manda seus jogos no Estádio da Rua Santos Pereira, com capacidade para cerca de 1.000 torcedores.
A entrada é simplesmente linda! Parece que o mundo parou nos anos 20…
É sempre muito bom poder estar presente em um templo do futebol como este!
E pra não perder o trocadilho, em frente ao estádio do Palmeiras, existem… “palmeiras” plantadas…
Pudemos encontrar algumas fotos no site do Jogos Perdidos, como essa do time de 81:
Ou as do time de 84:
E que tal essa do time de 87:
Enfim, com tantas participações nas competições oficiais, e com tantos anos de vida, o Palmeiras FC é mesmo uma potência na região, e o mais importante: segue vivo, jogando as competições amadoras.
Vamos dar uma olhada no campo?
E nós aqui… pisando na grama do Palestra Itália de Franca!
Ao fundo a arquibancada coberta.
Linda, não?
O gol da esquerda (pra quem olha da arquibancada coberta):
O placar, ainda manual:
E se tem Palmeiras a frente do estádio, quem passa o dia sobrevoando o campo são os periquitos e maritacas.
Olha eles aí pousados em uma árvore, ao lado do campo:
Aqui, o gol da direita (olhando da arquibancada coberta):
Todo o estádio está repleto de detalhes, que as grandes arenas preferem ignorar…
Aqui dá pra se ter uma ideia melhor da arquibancada coberta:
Olha a placa oficializando a fundação do Palmeiras FC:
Aqui o meio campo:
Um último olhar, antes de seguir nossa viagem!
Não sem antes dizer um tchau pro pessoal que tava ali disputando uma partida de bocha!
Mais um final de semana de aventuras no mundo do futebol. Dessa vez, pegamos a Ayrton Senna / Dutra e fomos até Taubaté.
Nossa missão: acompanhar a final da série A3, entre o time local e o Votuporanguense, no tradicionalíssimo Estádio Joaquim de Morais Filho, o “Joaquinzão”.
Mesmo tendo perdido o primeiro jogo, em Votuporanga por 3×0, alguns amigos da torcida local disseram que a cidade estava confiante na reversão desse placar. Eu e a Mari acreditamos e pra poder aproveitar o rolê, fomos um dia antes pra Taubaté, pra sentir o clima da final.
Ainda no sábado, demos um pulo no Joaquinzão para comprar nossos ingressos!
O time tinha acabado de treinar e deu pra bater um papo com alguns jogadores. Encontramos também diversos torcedores do Taubaté que foram até lá pra apoiar o time, ou mesmo pra pegar autógrafos do time que poderia entrar pra história!
Vale lembrar alguns dados do Estádio Joaquinzão: atualmente sua capacidade é de 9.600 torcedores, diferente dos mais de 20 mil lugares disponibilizados desde sua fundação, em 1967.
Antes dele, o Taubaté mandava seus jogos no Estádio Praça Monsenhor Silva Barros, “O Campo do Bosque”. E para a construção do novo campo, em 1958 houve uma grande campanha de arrecadação de tijolos. A partida de estreia foi contra o São Paulo que venceu o time local por 2 a 1.
Atualmente,o time do Taubaté vem superando as dificuldades e se posicionando cada vez mais como o time da cidade, lutando contra a massificação dos jovens que cada dia mais se deixam levar pela mídia e notoriedade dos times da capital.
O recorde de público do estádio aconteceu no jogo contra o Corinthians, em 11 de junho de 1980: 21.272 torcedores, e embora a realidade atual seja diferente, o público esperado para o jogo é um dos maiores dos últimos anos.
Mas… Antes do jogo, fizemos o tradicional rolê pela cidade, conhecendo um pouco dos lugares tradicionais da cidade, de restaurante até a antiga estação de trem, sem deixar de conhecer a Feira da barganha, em frente o Mercado Municipal, nos domingos pela manhã (deu pra ir antes do jogo)…
A boa surpresa foi que ficamos no mesmo hotel que o time do Votuporanguense, o que nos permitiu vivenciar um pouco da sensação de disputar uma final, quase como parte do grupo.
Além disso, tivemos a sorte de conhecer o Émerson, que coordena o VotuNews, portal muito bacana que leva à Internet as informações sobre a cidade de Votuporanga, em especial o esporte.
O time do Votuporanguense chegou confiante graças ao placar elástico no jogo de ida, mas em momento algum, percebemos qualquer sentimento de “já ganhou”. Ao contrário, sabiam da dificuldade que seria enfrentar o Taubaté no Joaquinzão.
Eu e a Mari demos uma volta pela região e após muitas atividades, o sábado foi chegando ao fim. Chegamos ao hotel, prontos pra descansar pro dia seguinte. Por volta das 23hs quando começamos a pegar no sono… Uma surpresinha… Um barulho ensurdecedor praticamente na nossa janela do hotel…
Na mesma hora, percebemos como seria aquela noite. E assim foi até as 6 horas da manhã. De hora em hora os rojões despertavam aqueles que tentavam dormir e têm o sono mais leve. No dia seguinte, levantamos cedo, pra aproveitar o momento do café da manhã com os atletas do Votuporanguense e não se ouvia outra coisa entre eles, e também entre os demais hóspedes do hotel: a noite do sábado fora um “mini Iraque”. Aparentemente os jogadores levaram numa boa, mas alguns hóspedes estavam mesmo bravos com todo o barulho gerado pela torcida do Taubaté.
Confesso que achei engraçada aquela situação, afinal, em tempos de “futebol moderno” onde qualquer coisa é considerada radicalismo, o pessoal de Taubaté soube aproveitar uma oportunidade, sem ofender ou agredir ninguém. Saímos cedo pra conhecer a feira da barganha e quando voltamos estranhamos a presença do ônibus dos jogadores ainda no hotel. Ficamos sabendo que além dos rojões, a torcida local furou (ou murchou) alguns pneus do ônibus, atrasando a saída do time e obrigando o Votuporanguense a utilizar o ônibus dos torcedores para levar os atletas ao estádio.
É mole??? Pra quem acha que as boas histórias do futebol morreram, aí está mais uma que pode acompanhar os torcedores por alguns anos. Bom, mas vamos ao jogo, que é pra isso que estivemos em Taubaté!
A torcida local pareceu ignorar a forte garoa que molhou a cidade desde a noite do sábado e colocou quase 6 mil torcedores no Joaquinzão.
Público formado por torcedores organizados, mas também muitas famílias e torcedores comuns.
Deu orgulho de poder fazer parte dessa história, mesmo não sendo torcedor de nenhum dos dois times.
Aliás, olhando lá para o outro lado, dava pra ver que a torcida visitante também compareceu em um bom número, principalmente se considerarmos a distância entre as duas cidades.
Outro ponto que vale a pena citar é que não vimos nenhum tipo de incidente entre torcedores e olha que demos umas duas voltas em torno do estádio pra sentir o clima do jogo. Sem dúvida, a chuva reduziu em boa parte o número de torcedores presentes, com certeza em um dia sem tanta água caindo, teríamos quase 10 mil pessoas no campo.
Que fique registrado: choveu durante os 90 minutos. E isso prejudicou o público, mas também a qualidade do gramado e consequentemente o nível do jogo. Só que o time do Taubaté decidiu passar por cima de tudo isso. Das poças, do frio, do jogo truncado… E foi pra cima do Votuporanguense. Resultado? Escanteio batido e Lelo marca. Taubaté 1×0, em menos de 10 minutos.
E pra quem achava que era só um “aperto inicial” o Burrão seguiu no pique e logo aos 15 minutos, marcou o segundo gol.
Os rojões teriam conseguido efeito? O forte time do Votuporanguense sucumbiria ainda no primeiro tempo, por uma noite mal dormida? O torcedor local tinha certeza disso, mas… O primeiro tempo acabou em 2×0, mesmo, sob aplausos da torcida local.
O intervalo foi ótimo para nos permitir conhecer pessoalmente o pessoal da Comando 1914, com quem já trocávamos mensagens na Internet.
Fica aqui um grande abraço ao Ronaldo e todo mundo que fez uma linda festa na arquibancada, não somente na final, mas em cada jogo do Taubaté.
O 2º tempo começou, a chuva não deu trégua, e o time visitante apertou a marcação, mostrando que não entregaria um terceiro gol facilmente.
A torcida local seguia em seu transe quase hipnótico de apoio ao time, torcendo como se estivessem em campo, jogando junto.
Que fique claro, o Taubaté não é uma exceção entre os times do interior paulista. Acometido por dificuldades financeiras (não é fácil manter um time pagando em dia, na série A3) a diretoria conseguiu reunir a Prefeitura, as empresas locais e só assim o envolvimento entre cidade e futebol voltou a se acender.
Por volta dos 25 minutos, decidi dar uma volta pelo estádio e foi incrível perceber que não havia um único torcedor do Taubaté que parecia ter desistido do título.
Dava pra ver nos olhares, nos abraços, nos gritos e na própria postura de cada torcedor o sentimento de dedicação e amor ao time da cidade. O estádio estava feliz, pela conquista do acesso, mas queria mais. Entre tosses e espirros, os ensopados, pré-gripados torcedores queriam o título.
O grito de campeão estava preso e sufocado, por anos de convivência com os demais cidadãos que abriram mão do time da cidade para torcer pelos times da capital. Eram 6 mil pessoas que queriam gritar aos sãopaulinos, corinthianos, palmerenses e santistas nascidos na cidade um “ACORDEM, SOMOS CAMPEÕES, O TIME DA NOSSA CIDADE!!!”
Sem desmerecer, ao mesmo tempo, o excelente time e torcida da Votuporanguense. Pra nós, que assistíamos a essa verdadeira ópera como meros espectadores (Se é que era mesmo possível) doía ver o esforço de um time jovem e tão correto caindo em solo molhado.
Mas ainda não havia nada perdido, para nenhum dos times. Afinal, os 2×0 dava o título ao time visitante. Passava dos 30 minutos, mais água ainda e o placar igual. Senhores, senhoras e crianças sofriam nas arquibancadas tanto ou mais do que os atletas em campo. Havia um sentimento de estafa emocional, lágrimas sendo preparadas para o choro, de tristeza ou felicidade.
O gramado chorava da sua maneira. As chuteiras não perdoaram, arranharam, machucaram, fizeram o sangrar terra viva, mas esse foi o sacrifício feito pelo Joaquinzão para fazer parte dessa história. Times, torcidas, jornalistas, o campo, uniformes, as traves, a bola, cada pedaço de pano molhado amarrado na arquibancada. Todos sofriam por igual. Sério, parecia que em algum momento algo iria explodir e não eram os rojões da noite anterior. Foi aí que algo aconteceu. Em meio a tudo isso, um apito longo feito por um maquinista avisava… Se o trem não para, por que o Burrão iria??
Não sei se foi combinado ou não, mas o estádio começou a gritar o tradicional “EU ACREDITO”, e antes que alguém desmaiasse de tensão ou dor… Veio o fato que todos (os torcedores locais) aguardavam. Gol. Do Taubaté. E a explosão veio. De felicidade, de raiva, de amor, de orgulho…
O time da cidade estava presente de corpo e alma. Abraçad@s, vizinh@s, amig@s, namorad@s, pais e filhos, av@s…. Há tempos não víamos lágrimas tão reais e intensas em torno de uma partida. 46 do segundo tempo. Outro gol. Já não há o anormal. A certeza do título já é uma realidade. A felicidade em cada gota de chuva já pode ser ouvida dentro e for a do estádio.
Mais fogos de artifício. Esses vêm de longe. Houve quem preferisse acompanhar o jogo pela TV ou pela rádio e agora amaldiçoava o fato de perder essa festa queimando o céu. Eu a Mari saímos quietinhos. Contentes por poder vivenciar tudo isso tão de perto. Por ver os amigos do Taubaté levantarem a taça e mais uma vez colocar o nome do time na história.
Ao mesmo tempo, um pouco tristes por saber que o pessoal que havia tomado café da manhã conosco, há poucas horas, voltaria pra casa sem o troféu. Nos tranquilizamos pensando que o acesso seria um presente grande o suficiente para acalmar a cidade. Rapidamente estávamos no hotel, tomamos um banho quente pra tentar fugir da gripe e em pouco menos de uma hora estávamos deixando a cidade.
Em alta velocidade, dentro de outro trem, chegamos ao fim da nossa aventura pelas terras europeias. Após passarmos por Barcelona, Berlin, Varsóvia, Praga e Munique, enfim, nossa última parada: Dortmund, uma das cidades mais punk que eu já conheci!
Não, não havia uma invasão zumbi acontecendo, essa escultura era apenas uma das centenas de objetos que a punk Karen vende em sua loja.
Discos, roupas, bottons, objetos para uma decoração menos tradicional… Um monte de coisas bacanas!
Como boa parte das cidades alemãs, Dortmund também é conhecida por suas cervejas. Mais do que uma bebida, a cervejaria local (Cervejaria Dortmunder Aktienbrauerei) carrega consigo a cultura do povo e representa uma importante fonte de renda e emprego.
Bacana né?
Mas, não é só a cerveja que faz da cidade de Dortmund um ponto diferente do ponto de vista gastronômico. Nós enlouquecemos ao ver a quantidade de opções vegetarianas e veganas disponíveis nas lojas locais.
De salsichas a queijos veganos…
Ou seja…. o nosso rolê foi sempre marcado pela companhia alimentar hehehehe.
Aqui dá até pra ver os preços pra quem sempre nos pergunta se é caro comer pela Europa. Esses salgados (nem todos vegetarianos) estavam a venda num quiosque.
Pra quem nos acompanha há mais tempo, sabe que já estivemos na Alemanha e na época, visitamos uma pequena cidade do interior chamada Nordkirchen, pra conhecer o time local, o FC Nordkirchen (veja aqui como foi).
A cidade é bem próxima de Dortmund, então pegamos um trem desses similares ao que saem daqui do ABC pra São Paulo.
Fomos até lá para rever os amigos que já conhecemos há tantos anos…
Pegamos uma chuva de granizo animal!!
Voltamos a Dortmund para ver um pouco mais sobre o lado vegano da cidade. Essa era uma lanchonete / cafeteria vegana:
E esse, um dos cartazes que enfeitam o local:
Além disso, vale ressaltar a forte cena punk / oi! / hardcore da cidade. Destaque para a loja / gravadora Idiots Records, onde compramos alguns discos de vinil muito bons!
Mas, falemos um pouco sobre o futebol local! A cidade é apaixonada pelo Borussia Dormund e odeia o Shalk 04, como pode se ver em alguns postes…
Está sendo construído na cidade um museu do futebol, pena que ainda estava longe de ser inaugurado…
Sem o museu pronto, a casa do futebol da cidade só pode ser uma: o Estádio Signal Iduna Park, a casa do Borussia Dortmund, e é pra lá que fomos!
Passamos no museu do clube também, muito bacana para quem gosta de conhecer um pouco da história do clube e da torcida.
Olha que bela foto, que está por lá!
Falando um pouco do estádio, o Signal Iduna Park ou Westfalenstadion, tem capacidade para 80.552 torcedores.
É um estádio grandioso e que vive cheio. Segundo pesquisas, é o estádio que tem maior taxa de ocupação do mundo.
Quase todo coberto, o Estádio é motivo de orgulho da cidade!
Pudemos descer até o campo e admirar a grandiosidade da casa do Borússia lá de baixo!
Mais um momento emocionante pra nosso site!
Em 1966, a conquista da Recopa Europeia incentivou a ampliação do “Rote Erde Stadion” (“Estádio da Terra Vermelha”), mas só ao se tornar uma das sedes da Copa do Mundo de 1974, Dortmund recebeu investimento suficiente para o projeto. O Estádio passou a receber um público de mais de 50 mil pessoas.
Em 1992, a UEFA exigiu uma redução para 42.800 espectadores, levando a uma nova expansão em 1995 e outra em 1997, quando o Borussia Dortmund ganhou a Liga dos Campeões da UEFA, a capacidade passou a ser de 68.800 torcedores. Dá pra ter uma ideia geral vendo a maquete do estádio:
E pensar que tudo começou do antigo estádio, que ainda existe, ao lado do atual campo.
Conseguimos dar uma espiadinha pra conhecer o local…
Confesso que esse modelo menos “pomposo” me agrada mais que esse formato das grandes arenas.
Sem dúvida, temos que agradecer ao amigo Vasco, que nos apresentou não só o estádio como a cidade e suas histórias mais bacanas!
Voltando a falar do Estádio principal, ainda em 2000 chamado “Westfalenstadion“, sua última ampliação de capacidade, para os atuais 80.552 lugares foi feita com a Alemanha sendo sede a Copa de 2006, porém em 2005, o Borussia Dortmund cedeu o direito do Nome do Estádio à Companhia de Seguros Signal Iduna. Outro ponto legal é que o irmão do Vasco é um dos fundadores da Rudeboys, torcida muito influente no time e presente via adesivos em todos os lugares do estádio.
Mais um estádio, mais uma história, muitas recordações…
Quem sabe um dia estar ali, em um jogo, torcendo…
Como já temos a camisa do Borussia (veja aqui a camisa), conseguimos economizar na Fan Shop.
Hora de acabar nossa aventura por terras europeias, afinal tudo isso foi em janeiro e já estamos quase em maio e já vivemos muitas histórias aqui pelo Brasil, principalmente pela série A2 do Paulista. Mas ainda dá pra comer na lanchonete dentro de um bonde…
E uma última olhada nos adesivos da cidade…. Lá vamos nós! Gracias futebol!
Nossa epopeia por terras e estádios europeus vai se encaminhando para o final. Após passarmos por Barcelona, Berlin, Varsóvia, Praga, finalmente chegamos à bela cidade de Munique!
Munique (München em alemão) é uma cidade super moderna, mas que consegue manter as tradições de séculos anteriores. Lá, vivem cerca de 1,3 milhões de pessoas, o que faz dela a mais populosa da Baviera e a terceira mais populosa do país.
Mas não foi fácil para nós chegarmos lá… Iríamos de ônibus de Praga até lá, mas o nosso ônibus simplesmente foi cancelado e acabamos tendo que pegar vários trens, cruzando a República Tcheca e o sul da Alemanha até chegar em Munique.
Mais uma vez, passamos por locais que jamais imaginávamos existir, e que provavelmente nunca mais veremos novamente… Esse é um sentimento estranho, porque por traz daqueles nomes difíceis até de ler, pra nós brasileiros, eu sabia que existiam séculos de história e muitas vidas acontecendo normalmente…
E simplesmente passávamos por aqueles lugares, alheio a tudo isso. O mundo é realmente enorme…
A viagem foi longa e o jeito foi sobreviver com deliciosos pães e seus rótulos incompreensíveis…
Mas enfim… chegamos a Munique, cidade fundada em 1158 e que foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial e reconstruída nas décadas seguintes. A cidade é cheia de obras de arte pelas ruas.
Munique tem um centro histórico cheio de belos prédios e igrejas exóticas…
A cena anarquista segue viva por lá também!
A cidade ainda mantém muito das tradições antigas, inclusive essas roupas que a gente vê aqui no Brasil na época de festas típicas alemãs, ainda são vendidas em algumas lojas de lá.
Outra coisa que nos chamou a atenção foram as frutas vendidas pelas ruas… Muitas opções deliciosas!!!
Uma igreja legal pra se visitar é a Catedral Frauenkirche, que possui como chamariz uma marca no piso conhecida como “Pegada do diabo”. Diz a lenda que o arquiteto que a projetou não conseguiria entregá-la no prazo, então, fez um pacto com o Diabo.
O Diabo o ajudaria à entrega-la no prazo e, em troca, não permitiria imagens de santos espalhadas pelo salão da Igreja.
Porém, ao entrar na igreja e ver que havia uma imagem exposta, o Diabo ficou tão puto que pisou com força extraordinária, no chão, deixando sua marca ali.
Munique possui um excelente sistema de transporte público, integrando metrôs, ônibus e facilitando muito quem quer conhecer a cidade.
Vale lembrar que é em Munique que se realiza anualmente a Oktoberfest, tradicional festa alemã. Quando estivemos por lá, não era a época da festa, mas tivemos a oportunidade de participar de uma feira no centro que oferecia muitas opções de comidas bacanas.
Por lá, experimentamos frutas, queijos, azeitonas…
O mais legal é essa mistura de coisas contemporâneas às tradicionais, muitas vezes interagindo lado a lado…
Uma coisa que sempre tive no imaginário, em relação ao exterior eram essas “máquinas de jornal”, símbolos da honestidade local, e que estão sempre abertas, independente de você pagar ou não para ler o jornal.
Falando de futebol, a cidade possui dos clubes de futebol: o FC Bayern München e o TSV 1860 München. Pela cidade, pudemos encontrar algumas lojas do Bayer…
Ambos mandam seus jogos na Allianz Arena, que fica pertinho do Metrô.
Depois de descer do Metrô, você tem que caminhar um pouco (na verdade muito) até a entrada do estádio.
O Allianz Arena foi inaugurado em 2005 e sediou a abertura da Copa do Mundo de 2006. É um baita estádio… Quando escurece, ele se ilumina e fica ainda mais bonito! Possui capacidade para 71 mil espectadores.
Ele ainda muda de cor de acordo com o mandante do jogo: vermelho para o Bayern Munique, azul para o Munique 1860 e branco com a Seleção Alemã de Futebol.
Dividindo com você a emoção da chegada…
Hora de ir embora… Saudades ficarão para sempre, principalmente da comilança hehehe