Aproveitamos o feriado da consciência negra (20 de novembro) de 2025 para refletir sobre o quanto o racismo ainda atrapalha uma vida de qualidade para todos em nosso país. E é fácil concluir que o racismo ainda é um grande problema social, e que por isso, não basta se dizer “não racista” é imprescindível que sejamos antirracistas em todos os ambientes. Pra pensar um pouco mais sobre o tema, vale a pena ouvir esse vídeo da Djamila, e mais legal ainda é você ler o “Pequeno Manual Antirracista“, escrito por ela.
Também aproveitamos o feriado para cair na estrada e fomos até Ribeirão Preto para finalmente registrar o Estádio Palma Travassos (veja aqui como foi).
No caminho para Ribeirão, aproveitei para algumas paradas. A primeira delas, em Santa Cruz das Palmeiras, só pra rever o EC Palmeirense, clube fundado em 7 de setembro de 1908 e que segue com forte vida social e um belo campo de futebol (veja aqui como foi o rolê que fizemos por lá em 2018)
Também demos uma parada em Tambaú para almoçar no Restaurante Sabor e Sede, uma ótima opção para quem estiver pela região.
A terceira parada foi em Cajuru, para “completarmos” a visita que fizemos em 2018, quando fomos até o Estádio Dr Guião, mas não conseguimos registrar seu interior. Relembre aqui como foi!
Naquele post mostramos um pouco da rica história do time que mandou seus jogos neste estádio: o Clube Recreativo Cajuruense (imagem do incrível site “Escudos Gino“):
E agora em 2025, 75 anos depois da fundação do time, será que vamos conseguir entrar no estádio?
Sim!!! Finalmente conseguimos adentrar ao estádio e registrar a casa do Clube Recreativo Cajuruense.
Essa é a saída dos vestiários, era por aí que os jogadores passavam para enfim adentrar ao campo onde verdadeiras batalhas seriam disputadas.
Uma vez no campo, eram saudados pela sua torcida, presente em suas belas arquibancadas…
E que bom que finalmente pudemos registrar sua arquibancada coberta que carrega. tantas histórias.
Algo que me chamou muito a atenção foi essa inscrição em um dos portões do estádio: “Menta”. Será um patrocínio das máqunas agrícolas de mesmo nome?
Era uma tarde quente como muitas outras devem ter sido, mas o campo parecia bem cuidado, como se estivesse sendo aguado regularmente. Essa é a visão do gol da esquerda para quem olha para a arquibancada:
Aqui, o gol da direita:
Mais uma vez, muito a agradecer pela oportunidade de estar presente e registrar mais um estádio cheio de histórias!
É… Tudo muda. Tudo segue se transformando com o tempo. Tem coisas tradicionais que deixam de existir e também coisas novas que nascem. Em 2012, estivemos por Porto Ferreira para conhecer e registrar o Estádio Municipal da Vila Famosa (veja aqui como foi), também chamado de Vila Formosa.
Na época, o Estádio era a casa da Sociedade Esportiva Palmeirinha, um time que atuava na série B do Campeonato Paulista.
Em 2016, o time disputa seu último Campeonato Paulista pela série B, e no ano seguinte, voltamos a passar pelo estádio, para uma nova visita (veja aqui como foi).
Em 2023, chegou a notícia que o Estádio fora abandonado e estaria prestes a ser demolido. Torcendo para ser apenas um boato, no feriado da consciência negra de 2025 passei por Porto Ferreira e, para a tristeza de todo apaixonado por futebol, confirmei a notícia…
Me pergunto se pra quem mora na cidade realmente fez sentido essa demolição para se ter um…. “nada” no lugar… Ok, provavelmente algo será construído nos próximos meses ou anos, mas ainda assim, dói ver essa imagem, não?
A cidade é referência na produção e comércio de cerâmicas, e não é difícil pensar que algo nesse sentido pode tomar esse espaço, ou quem sabe um novo espaço para o esporte municipal?
E pensar que, assim como as cerâmicas, o time fez parte do dia-a-dia da cidade por tantos anos…
Olha que linda a foto do Marcier Martins quando goleiro do time (do acervo Marcier Martins):
É um time com muita história…
E com uma torcida bastante apaixonada!
No início da carreira, o goleiro Aranha teve uma passagem no gol do Palmeirinha!
E o que dizer de 1967, quando o time sagrou-se campeão da terceira divisão.
Muitos fizeram história com essa camisa…
Assim, com a demolição do Estádio e o fim do Palmeirinha, a cidade parecia fadada a não ter mais um time de futebol nas competições da Federação Paulista. Mas, no dia 26 de abril de 2022, uma família da cidade decidiu criar o Porto Foot Ball Ltda, o primeiro clube-empresa de Porto Ferreira.
Se você quer saber um pouco mais sobre o time, batemos um papo com o presidente do clube, confira:
O time nasce com a missão de juntar a cidade, e por isso soma o preto e branco do antigo Porto Ferreira FC e o verde do Palmeirinha, além disso, passou a mandar seus jogos no tradicional Estádio Ferreirão…
E é aqui que o futuro se une ao passado já que o Estádio Ferreirão foi a casa do Porto Ferreira FC, primeiro time da cidade a participar de competições da Federação Paulista, fundado em 1912.
Em 1916, seu primeiro campo (1 no mapa abaixo) deu lugar ao Jardim Público que é a atual praça Cornélio Procópio, obrigando-o a se mudar para onde hoje está o Hospital Dona Balbina (2 no mapa abaixo), de lá, mudou-se em 1923 para a área onde hoje está o clube social (3 no mapa abaixo) e permaneceu por lá até 1968, quando finalmente mudou para a atual área do Estádio (4 no mapa abaixo).
Em 1925, disputou dois amistosos com o Clube Atlético Paulistano, recém-chegado de excursão pela Europa, vencendo ambas (3×0 e 2×0). Em 1926, o Clube Atlético Paulistano novamente visita Porto Ferreira e dessa vez apenas uma partida: um empate em 0x0. Nesse mesmo ano, o Porto Ferreira FC filiou-se na Liga dos amadores de Futebol e segundo o livro “Os esquecidos”, estreia no Campeonato do Interior na Região C.
No ano seguinte disputa a Zona da Paulista:
Em 1952, foi Campeão amador do setor 9.
E se mostramos lá em cima um desfile com a bandeira do Palmeirinha, o Porto Ferreira FC também teve seu momento…
O alvinegro de Porto Ferreira foi o primeiro time a conquistar o coração da população…
E que demais esse uniforme, hein?
Dessa forma, fomos conhecer o Estádio Ferreirão, que teve sua inauguração oficial em 25 de julho de 1982, como indica a placa abaixo:
Então, venha conosco para um rolê por este verdadeiro elo entre o passado e o futuro!
Olha que bem estruturado é o estádio em se falando de arquibancada. Temos estes degraus em torno da lateral de entrada e também atrás do gol esquerdo:
Sempre gosto de comparar com outros times que estão disputando a série B do Campeonato Paulista para pensar se um estádio teria condições de abrigar o futebol profissional novamente, e no caso do Ferreirão, acredito que com algumas poucas melhorias teríamos condições de ver o Porto Foot Ball alçando voos mais altos!
Além das atuais arquibancadas, existe espaço do outro lado do campo para eventuais novas estruturas, como se vê nesta foto do meio campo!
Ali ao lado direito, também temos parte da arquibancada quase até o gol.
Aqui, o já supra citado gol do lado esquerdo.
Uma pena só ter o registro do time que este ano foi finalista da Série B do Campeonato Paulista Sub 20 no Estádio de Paulínia.
Ainda estamos devendo acompanhar um jogo por aqui… Era pra gente ter vindo na final, vencida pelo Paulinense, mas ano que vem teremos o time na Série A do sub 20 e quem sabe podemos enfim registrar um jogo.
20 de setembro de 2025. Celebramos o aniversário da Mari com um rolê pelo tradicional Circuito das Águas Paulistas, e aproveitei para conhecer 3 estádios. Os dois primeiros deles foram em Socorro: o Estádio Nego, a casa da AA Socorrense e o Estádio João Orlandi Pagliusi. Você pode ver o post sobre estes dois estádios aqui!
E agora, chegamos ao terceiro deles: o Estádio Municipal Pedro Torteli, em Lindóia.
Não encontrei nenhuma informação oficial sobre quais eram os povos indígenas que ocupavam a área antes da chegada dos portugueses, mas sabe-se que no geral, a região foi habitada por diversas etnias naquele como os Tupi, Tamoio, Tupiniquim entre outros. A formação da atual cidade se deu por estar no caminho entre o litoral e as minas de Goiás.
No início, o pequeno povoado tinha o nome de Brotas do rio do Peixe. Com a construção do ramal férreo da Cia. Mogiana, de Serra Negra em 1890, a região adquiriu um canal para escoamento de sua produção agrícola. Em 1938, foi criada a “Estância Hidromineral de Lindóia“, futura Águas de Lindóia, e a partir de 1953, se tornou sede de cidade, enquanto Lindóia passou a ser apenas Distrito de Paz. Em 1965, Lindóia adquiriu a sua emancipação Política Administrativa O futebol surgiu na cidade ainda nas primeiras décadas do século XX mas nunca se aventurou pelo profissionalismo. Mesmo assim, mantém desde 1972 o lindo Estádio Municipal Pedro Torteli, a casa do futebol local, e assim, lá fomos nós conhecer e registrá-lo!
Olhando das arquibancadas, este é o lado esquerdo. Lá ao fundo, temos uma linda quadra de bocha.
A quadra segue em uso contínuo!
Aqui, o gol do lado direito:
E aqui, o meio campo:
O singelo Estádio tem capacidade para 2 mil torcedores.
Vamos dar um rolê para conhecer:
É sempre uma aventura cheia de aprendizados estar em mais um Estádio do interior de SP!
Pra quem pergunta quais times utilizam este estádio, conheça alguns deles:
Aqui, uma imagem de um time posado com uma camisa identificando-o como EC Lindoia.
Bacana o lugar, não?
O Estádio Pedro Torteli não é apenas um espaço esportivo, mas um ponto de encontro comunitário, onde famílias se reúnem, jovens têm seu primeiro contato com o futebol e assim, mantém viva a tradição do esporte como ferramenta de integração social, fortalecendo o vínculo entre o passado e o presente de Lindóia.
E, como em tantos outros estádios do interior, sua importância vai além do placar ou das competições: ele representa a identidade de uma cidade que, mesmo pequena, encontra no futebol um motivo de orgulho.
Visitar o Pedro Torteli é testemunhar a resistência da cultura esportiva local e valorizar a memória de quem construiu essa história, sempre lembrando da importância de apoiar e preservar o time e o campo da sua cidade.
Mais um patrimônio do futebol do interior paulista registrado!
20 de setembro de 2025. Celebramos o aniversário da Mari com um rolê pelo tradicional Circuito das Águas Paulistas, e aproveitei para conhecer 3 novos estádios. Os dois primeiros deles foram em Socorro, começando pelo Estádio Nego Bonetti.
O Estádio Nego Bonetti é a casa da AA Socorrense:
Segundo a própria Federação Paulista, a Associação Atlética Socorrense foi fundada em 28 de abril de 1918 e eu gostaria muito de saber porque no estádio e em outros locais do clube, eles dizem 1919…
Sua sede fica na Av Doutor Renato Silva, 222, mas nós entramos pelo acesso direto ao estádio que fica na pracinha da rua Ferrucio Beneduzzi.
O time tem muita história! Começou disputando amistosos e estreou em competições oficiais em 1921 no Campeonato do Interior, organizado pela APEA e jogando a Zona Mogiana. Neste ano, só pra vc ter ideia da importância desse campeonato, o Comercial de Ribeirão Preto foi o vencedor da Zona Mogiana e o Paulista de Jundiaí foi o campeão.
A AA Socorrense participa também do Campeonato de 1930, dessa vez jogando na 2ª região, que teve o Amparo AC como vencedor.
O time retorna às disputas em 1943, e no campeonato de 1944, acontece o dérbi socorrense com o União FC.
O União FC foi fundado em 1942 e atua até os dias de hoje!
Em 1945, a AA Socorrense jogou a 6ª região, em um grupo com 23 times, que teve a Ponte Preta campeã da região, e também vice campeã geral (o título foi do Batatais).
Disputando a forte 3ª Zona, a AA Socorrense fez história ao bater o Guarani (que seria campeão da Zona e vice campeão geral), como noticiado pelo Diário da Noite.
Não a toa ganhou apelidos regionais como o “Tigre da Mogiana” e “Esquadrão de Aço”. Em 1947, sagrou-se campeã do Setor 7, classificando-se para a fase de “Zona”.
Os setores de 5 a 9 jogavam a Zona 2, e desta vez quem se classificou foi o Bragantino, mas o campeão final foi o Rio Pardo FC.
Em 1947, a FPF instituiu a divisão profissional do interior, paralela à divisão amadora do interior e em 1948, instituiu a Lei do Acesso, transformando a divisão profissional do interior na segunda divisão profissional e a AA Socorrense participa deste Campeonato histórico jogando a Série Vermelha!
O campeonato amador do interior continuou a ser disputado até hoje, com o nome de Campeonato Amador do Estado e nestes muitos anos, várias vezes a AA Socorrense se fez presente. A Gazeta Esportiva trouxe na edição de 22 de abril de 1955 uma foto do “Esquadrão de aço” campeão do setor 11 e Zona 2 do Campeonato Amador daquele ano:
A IA deu uma mexida na foto:
É deste ano também a reportagem da mesma Gazeta sobre o bravo goleiro Wando:
Além de uma matéria sobre mais uma “vítima” do time de Socorro (que queria a anulação do jogo porque o juiz escalado para a partida não compareceu).
Voltando ao presente, aí estamos nós, em frente a essa arquibancada incrível do Estádio Nego Boretti, a casa da AA Socorrense, que tantas partidas presenciou…
Ao fundo, as montanhas marcam o visual típico da região.
O campo está sofrendo os efeitos da dura seca do inverno de 2025… Mas segue sendo cuidado.
Olhando pela arquibancada, este é o gol da esquerda:
Este é o meio campo, com o ginásio ao fundo:
E o gol da direita:
Mas o grande ponto desse estádio é sua arquibancada em madeira…
Interessante notar os detalhes como essa pequena cerca que separa a arquibancada dos bancos de cimento…
O telhado também é muito bonito.
O futebol é mesmo essa mistura de arquitetura, geografia, história e emoções.
O banco de reserva também construído com materiais que parecem de outros tempos…
O segundo estádio que estivemos presentes, ainda em Socorro, foi o Estádio João Orlandi Pagliusi (imagem da Fanpage “Postais de Estádio”):
Já fez um drive trhu de estádio? Seja bem vindo:
O terceiro novo estádio deste rolê foi o Estádio Municipal Pedro Tortelli, em Lindóia, mas isso fica para o próximo post.
Empate frustra a torcida local, mas mantém aberta a disputa pela vaga à série A4 de 2026.
Manhã de domingo, 10 de agosto de 2025. Dia dos pais. Nosso destino hoje é o Estádio Comendador Agostinho Prada, para registrar a primeira partida da semifinal da série B do Campeonato Paulista.
Jogo importante para a torcida do Independente, que se fez presente em bom número (cerca de 900 pessoas) para a primeira parte da decisão do acesso.
Pra você não perder o costume, segue o registro do gol da direita:
Do meio campo (e olha quanta gente!!!):
E do gol da esquerda:
O pessoal do Tanabi foi representado pela equipe técnica do time, mas espera-se que sábado lá no interior, a torcida local também dê um show!
Últimas conversas e momento pra foto que pode ser histórica!
Tudo pronto? Então vamos lá!
Jogo rolando e a GaloBeer comanda a festa!
Que suba o bandeirão!!!!
Mais uma vez a bateria é nota 10 na arquibancada do Pradão!
Talvez para quem só viva o dia a dia dos chamados “times grandes” seja muito difícil imaginar o que é apoiar o Independente FC.
Mas… Pra esses que fazem da bancada do Pradão sua segunda casa…. Não existem limites para essa paixão!!
Vale se abraçar no manto pra sentir mais segurança? Vale!
O que se vê, é uma festa da torcida do Galo da Vila Esteves!
Cada um fazendo o que pode para ajudar o time em campo a bater o poderoso Tanabi!
Até camisa da tradicional torcida Guerreiros da Nação Galista estava presente na bancada do Pradão!
Pela melhor campanha nas fases anteriores e até mesmo pelas duas vitórias frente ao Galo, havia um certo favoritismo para o time visitante, mas em campo… Esqueça as tendências e probabilidades…
O Independente igualou a partida e jogou como todo bom mandante devia fazer: marcando forte e chamando a responsabilidade das jogadas…
Alguns dizem que torcida não ganha, mas somando-se o clima da arquibancada com a postura do time em campo, o time de Limeira começou a desenhar um cenário favorável!
Claro, o Tanabi também tentava criar suas chances, mas a zaga do galo fez um primeiro tempo perfeito!
Quantos ali estavam cheios de vontade de entrar em campo e ser mais um jogador do Galo!
Mas, o que podia ser feito foi feito na arquibancada…
Um enorme orgulho em poder acompanhar uma manhã desta ali no meio da torcida!
Era mais do que apoiar, era ao mesmo tempo celebrar! Um time, um bairro e parte da cidade estavam ali para comemorar o simples fato do Independente ter chegado ali contrariando tantos prognósticos (ok, a outra parte da cidade, estava celebrando a conquista da Internacional para a fase seguinte da série D).
Tem ou não tem clima de decisão?
E tem emoção, afinal mesmo jogando sem dar espaços, o Tanabi arriscava pelas pontas!
Mas era dia do “xodó” da torcida brilhar: Colômbia aproveitou uma jogada ensaiada e abriu o placar para iniciar a festa no Pradão.
E agora? Quem segura esse time? Quem segura essa torcida?
O torcedor galista ainda ficou no quase em uma segunda chance incrível de Juan Mosquera (esse é o nome do Colômbia), que mandou uma bola na trave colocando ainda mais combustível nesse incêndio de emoções que rolava na arquibancada!
Termina o primeiro tempo e o que não termina é a empolgação do torcedor local…
Como era dia dos pais, nada melhor do que dar voz a estas 3 gerações de torcedores do Independente. E você ainda pergunta se é ou não tradição apoiar o galo…
Também aproveito pra registrar as faixas que dão vida à arquibancada:
O 2º tempo está pra começar e a GaloBeer parece pronta pra tudo!
Só não esperavam que o Tanabi fosse voltar aceso e apertando desde o começo da segunda etapa…
Dá pra sentir a tensão no ar… Um gol do Tanabi deixaria tudo mais difícil….
Até por isso, o galo tenta fazer o segundo gol e assim ficar mais tranquilo…
Mas, um momento de silêncio e incredulidade na torcida local: aos 23 minutos do segundo tempo, Fábio, de cabeça, empata o jogo para o Tanabi…
Após assimilar o golpe, a mensagem segue clara: Vamos subir, Galo!
E mesmo nos minutos finais do jogo, o apoio é incondicional…
Mas a partir daí, o tempo parece passar rápido demais…
O juiz apita o fim do jogo e é um misto de emoções: de um lado, o time soube se portar bem, fez um primeiro tempo incrível e vai pra Tanabi dependendo de uma vitória simples, que não tem nada de impossível. Do outro lado… o 1×0 garantia um pouco mais de tranquilidade…
Um final um pouco indigesto para o almoço do dia dos pais dos torcedores do Independente, mas… Não tem nada decidido… Vamos ver o que acontece em Tanabi!
Fizemos um breve vídeo que reúne essas e outras imagens e que dá um pouco mais de fluidez ao que vivemos em Limeira:
Ah, e se você quer tentar descobrir a fórmula do sucesso dos dois presidentes destes times que estão a um passo do acesso, seguem as entrevistas que fizemos com eles:
Rodando por estas estradas, no caminho para Presidente Prudente, tivemos a oportunidade de visitar mais uma cidade que tem no futebol parte de sua cultura,
Falamos da cidade de Maracaí!
Maracaí esta localizada na chamada “região da Sorocabana”, distante mais de 470 km da capital do estado. Sua fundação se deu no início do século XX, com Joaquim Gonçalves de Oliveira e Melchior de Camargo estabelecidos na região desde 1903. Segundo o site da Prefeitura, Maracaí era o nome pelo qual o povo carijó chamavam o trecho em que o rio Capivara conflui com o do Cervo. Interessante porque pensava que esta região era habitada pelo povo kaingang…
Fomos até Maracaí para conhecer o Estádio Municipal José Maria de Souza, e relembrar um pouco da história do futebol na cidade, principalmente graças a dois times que disputaram o Campeonato do Interior de São Paulo, provavelmente neste campo.
Aparentemente, houve uma reforma no pórtico de entrada dando uma nova cara ao Estádio.
Dê uma primeira olhada no Estádio e veja como está bem cuidado para quem sabe pelo menos ter um time no Campeonato Amador do Estado:
Fico me perguntando se a singela arquibancada coberta ainda tem vivido dias de glória como outrora…
Veja uma imagem antiga desta mesma arquibancada, datada provavelmente dos anos 70, retirada da fanpage Memórias de Maracaí:
Além da arquibancada coberta, também existem dois lances de arquibancadas descobertas no outro lado:
Pelo que conversamos, Maracaí segue com grande tradição no futebol amador e esse gol segue sendo o objetivo de muitos times da cidade e da região…
O tradicional registro do meio campo:
O gol do lado direito (para quem olha da arquibancada descoberta):
E o gol do lado esquerdo:
Mais um estádio bacana e com potencial para vôos mais altos no futebol…
Antes de ir embora, registramos a homenagem a Marcos Antonio de Lima, o “Índio”, um dos meu ídolos no Santo André no fim dos anos 90 e que é nascido na cidade de Maracaí e ganhou notoriedade ao ser campeão mundial pelo Internacional de Porto Alegre, como recorda a placa:
Se você não lembra dele, aí está uma recordação:
Os dois times que fizeram a cidade se oficializar na história das competições oficiais da Federação Paulista foram o Maracaí FC, primeiro time da cidade a disputar o Campeonato do Interior em 1942. A fanpage Memórias de Maracaí traz algumas fotos do Maracaí FC:
O outro time é a Associação Atlética Maracaiense, que disputou as edições de 1950…
A de 1958, jogando o setor 33…
E ainda foi vice campeã do seu setor em 1964, com o time abaixo:
1º de março de 2025. Sábado de carnaval e mais um mês que nasce, cheio de oportunidades! Assim, lá fomos nós para a estrada!
Aproveitamos o feriado e rumamos para Presidente Prudente para acompanhar a penúltima rodada da primeira fase da série A2 de 2025.
Claro que além do jogo em si, aproveitamos para conhecer um pouco mais da cidade.
Quem anda pelas ruas de Presidente Prudente frequentemente cruza com casas de madeira, cheias de estilo como esta, que são um legado da Ferrovia.
Na época, os ferroviários construiam estas casas no sistema de mutirão. É muito legal lembrar que houve um tempo em que as pessoas se ajudavam tanto…
A ferrovia é a principal responsável pelo desenvolvimento de Presidente Prudente. A cidade atual passou a ser ocupada em 1917 e os trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana chegaram em 1919. Esta é a estação, atualmente ocupada por um museu (que parecia meio abandonado…).
Ali em frente `à estação, a cidade ainda guarda o “Bebedouro de animais” como patrimônio histórico e lembranças de um tempo que não volta mais…
O avanço da ferrovia para o interior do estado forçou o contato com os últimos habitantes originais da região, principalmente os povosKaingang, que estavam tentando se manter isolados. Esse contato, iniciado no final do século XVIII e ampliado no século XIX, se transformou em aliança ajudando a extinguir os últimos grupos de resistência…
Infelizmente, o resultado desse encontro foi o fim dos Kaingangs… Novos povos surgiram na cidade, principalmente os imigrantes japoneses, que trouxeram consigo um pedacinho da sua cultura: um templo budista!
E se for comemorar, que seja um brinde com os refrigerantes Funada!
Hoje, a cidade está enorme, veja quantos arranha-céus:
E uma cidade assim tão grande também tem uma grandiosa história no futebol, seja pelos diversos times que já defenderam Presidente Prudente, seja pelo seu gigantesco Estádio Paulo Constantino, não a toa, o “Prudent˜ão“:
Em 2013, estivemos por lá visitando os demais estádios e falando sobre os times da cidade (veja aqui como foi), mas na ocasião, não conseguimos adentrar ao Prudentão…
O Grêmio Prudente vem numa crescente dentro do futebol e ainda tem chances de conquistar o acesso à série A1 do Campeonato Paulista, por isso, a rapaziada da Fúria Prudentina estava animada!
O Estádio está bem cuidado e cheio de detalhes que reforçam sua história, com grande destaque para os grafites na entrada principal.
Sente o clima da entrada do estádio, pelo portão local:
Aproveitamos pra ouvir alguns torcedores locais:
Ingresso (digital) em mãos, ou melhor, no celular…. vamos ao jogo!
A rapaziada da Fúria enfrentou os mais de 600km para apoiar o Ramalhão!
Finalmente, vamos conhecer a parte interna do estádio, chegando pela entrada de visitantes:
Dentro do estádio, mais um grafite, desta vez recordando Ronaldo Fenômeno pelo seu primeiro gol com a camisa do Corinthians, aos 47’do segundo tempo no clássico contra o Palmeiras de 2009 e cuja celebração derrubou o alambrado do campo, frente 44.479 torcedores.
E como tudo é grande no Prudentão, a distância do vestiário pro campo também não é moleza kkkk…
Não queria dedurar, mas o Kleina foi o último a chegar ao banco kkkk Grande abraço ao nosso treinador!
Depois de muita caminhada, finalmente os times em campo!
Olha que bonito o Estádio e como são grandes as arquibancadas em torno de quase todo o campo.
E a torcida do Santo André se fez presente!
Abraço para o professor André, de Pirapozinho, apaixonado pelo Ramalhão, mesmo há 600 km de Santo André e ainda contaminou a esposa com esse amor!
15 anos atrás, Santo André e Grêmio Prudente se enfrentaram pela semifinal do Paulistão 2010, e o Ovídio deu essa bandeira a ele. E lá estão todos reunidos no mesmo lugar novamente!
No lado local, boa presença de público!
Por sorte, o estádio oferece uma boa parte coberta para a torcida local.
Aos visitantes que preferiram assistir na arquibancada, o sol foi o principal companheiro!
Considero que o Estádio é tão grande que acaba sendo até prejudicial para a torcida local, já que é muito difícil pensar em uma partida do Grêmio Prudente com 40 mil torcedores lotando seu estádio…
Mesmo com uma média de público interessante para uma série A2, a sensação (na verdade, a realidade) é que sempre tem muito mais lugar vago do que ocupado no estádio.
Só tenho a agradecer a oportunidade de finalmente acompanhar uma partida no Estádio Paulo Constantino!
O Estádio foi inaugurado em 12 de outubro de 1982, com a partida Santos 1×0 Corinthians de Presidente Prudente, com 20.240 torcedores ocupando suas lindas bancadas! Em 2002, alterou-se o nome do estádio para “Eduardo José Farah”.
Atualmente, o Estádio comporta 45.954 torcedores, sendo assim, o segundo maior estádio do país, fora das capitais.
Em 2010, o Grêmio Recreativo Barueri mudou sua sede para Presidente Prudente, reacendendo a paixão da cidade pelo futebol, entretanto, em 2011 o clube retornou para Barueri. Em 2012, graças a iniciativa de um grupo de empresários, jogadores aposentados famosos e a prefeitura, surge o Grêmio Esportivo Prudente, que herdou os direitos federativos do extinto Oeste Paulista para a disputa das competições da FPF. Em 2013, o Estádio volta a se chamar Paulo Constantino.
Em campo, o jogo teve bons momentos para os dois times. Embora o 0x0 tenha sido o resultado final, ambos tiveram chance de sair com a vitória, parando ou na defesa adversária ou na falha do ataque.
Os dois times acabaram meio que nas mesmas condições, deixando ambas as torcidas um tanto preocupadas… Menos a criançada que assistiu o jogo no alambrado e ainda bateu uma bola ali no intervalo.
O jogo foi chegando ao final e a torcida local aumentou o apoio! E enquanto isso, faço devaneios sobre o Estádio…
Destaque para as faixas da Fúria Prudentina ao redor do campo:
E o segundo tempo rolando, mas nem a falta de gols diminuía o ímpeto da torcida local!
Com o apoio o Grêmio vinha para o ataque…
E abria espaço para o contra ataque dos visitantes!
Mas o 0x0 acabou atrapalhando a festa da torcida local, que esperava uma vitória para sedimentar sua classificação para a 2ª fase da série A2.
Pra mim, é mais uma memória, outra lembrança criada e registrada de um rolê que marca presença em um lindo estádio.
Uma oportunidade de conhecer novas pessoas e novas culturas, não apenas, mas principalmente, nas bancadas do estádio local.
É fim de jogo e o 0x0 deixa ambos os times prontos para lutar pela classificação na última partida! Eu acredito no Ramalhão!
Grande abraço aos que estiveram na nossa arquibancada! E também aos prudentinos!
Essa semana, em parceria com o amigo e jornalista Mário Casimiro e o Ruben do Canal 1902, batemos um papo com o presidente daAssociação Esportiva Araçatuba, para falar da história do time, do acesso conquistado em 2024 e das expectativas para 2025. Clique no link abaixo para assistir!
Feriado de 15 de novembro de 2024. Além de visitarmos a cidade e o Estádio de Campo Limpo Paulista, também fomos conhecer Várzea Paulista, uma cidade jovem, nascida no século XIX graças à Ferrovia Santos Jundiaí. A estação local foi inaugurada em 1891 e como a estrada passava por uma várzea campesina, surgiu o nome do povoado…
Mas, muito antes, estas terras eram ocupadas possivelmente pelo povo Tupi Guarani e seus parentes (Tupiniquim, M’byá entre outros). Foi a chegada dos portugueses que mudou drasticamente esta realidade.
A ocupação começou com pequenas olarias, cerâmicas, destilarias até chegarmos no café, que impulsionou o desenvolvimento da região, infelizmente bastante baseado no uso de mão de obra escravizada. (A foto abaixo apenas ilustra o triste fato, com uma plantaçào de café do Rio de Janeiro)
Em 21 de março de 1965, mobilizações populares fizeram com que o distrito fosse elevado a município de Várzea Paulista, onde vivem atualmente, quase 110 mil pessoas.
No momento de desenvolvimento industrial da cidade, em 1952 foi fundada a Promeca S/A, Progresso Mecânico do Brasil, que produzia tornos mecânicos de alta qualidade, como mostra a Matéria do Correio Paulistano daquele ano:
Uma imagem de um torno da Promeca:
E é dos funcionários da empresa que nasceu o bairro da Promeca, com o primeiro conjunto habitacional de Várzea e um time de futebol: a Associação Esportiva Promeca!
A AE Promeca foi fundada em 21 de abril de 1955, quando Várzea Paulista ainda era um distrito de Jundiaí, por isso, a dúvida sobre a cidade de origem do time. Pra piorar, o time mandou seus jogos mais importantes no Campo do Nacional de Jundiaí, um pouco distante da Vila Promeca, em Várzea Paulista.
Aqui, um registro de um amistoso de 1957, contra o CA Legionário de Bragança Paulista:
Ainda naquele ano, a AE Promeca sagrou-se campeã da Taça Cidade de Jundiaí.
Em 1958, disputou o Campeonato do Interior sempre mandando seus jogos no Estádio do Nacional:
Dá até pra conhecer a escalação da AE Promeca daquele ano:
Encontrei uma nota sobre um amistoso contra um time misto do Santos, em 1961:
Em 1962, fez sua estreia no profissionalismo disputando o Campeonato da 3ª Divisão (o 4º nível do futebol Paulista) e classificou-se como líder na 1ª série.
Na fase final, a AE Promeca surpreendeu e terminou como vice campeão paulista da 3ª divisão de 1962!
Dessa forma, a AE Promeca consegue o acesso para a 2ª Divisão de 1963 (que equivalia ao terceiro nível do futebol paulista). Abaixo a campanha desta equipe na competição: 8/9- Estrela de Piquete 1×1 Promeca 15/9– Promeca 3×2 Cerâmica São Caetano 22/9- Promeca 2×1 Hepacaré (Lorena) 29/9- Volkswagen (São Bernardo do Campo) 0x1 Promeca 05/10- Promeca 3×2 Ituano 13/10- Nitroquímica (São Miguel Paulista) 0x1 Promeca 20/10- Promeca 4×0 Corinthians (Votorantim) 03/11- Cerâmica (São Caetano) 2×1 Promeca 10/11- Promeca 4×3 Estrela (Piquete) 17/11- Corinthians (Votorantim) 1×1 Promeca 24/11- Ituano 0x1 Promeca 01/12- Promeca 2×1 Volkswagen (São Bernardo do Campo) 08/12- Hepacaré 2×1 Promeca 15/12- Promeca 3×0 Nitroquímica (São Miguel Paulista)
Na segunda fase, acabou eliminado, mas fez uma campanha bacana!
19/1- Promeca 1×0 Cerâmica (Mogi Guaçu) 26/1- Hepacaré (Lorena) 1×1 Promeca 02/2- Cerâmica São Caetano 1×0 Promeca 16/2- Promeca 1×1 Palmeiras (São João da Boa Vista) 23/2- Internacional (Limeira) 2×0 Promeca 01/3- Promeca 1×0 Cerâmica São Caetano 08/3- Palmeiras (São João da Boa Vista) 8×2 Promeca 15/3- Promeca 2×1 Internacional (Limeira) 22/3- Cerâmica (Mogi Guaçu) 4×2 Promeca 29/3- Promeca 2×2 Hepacaré (Lorena)
Infelizmente em 1964, o time se licenciou e passou a disputar apenas as competições amadoras. Aqui, o time de 1966:
Outros times sem a identificação da época:
O time acabou se licenciando do profissionalismo e acabou sumindo até mesmo das disputas amadoras. Para tentar sentir um pouco do que foi a sua trajetória fomos até a vizinha Jundiaí para registrar o Estádio onde a AE Promeca mandava seus jogos.
O campo do Nacional, que fica ali bem em frente à estação de trem!
A estação é a última parada do trem Jundiaí-Rio Grande da Serra e é bem movimentada!
Bacana terem preservado um pouco do passado bem ali em frente à estação!
Do outro lado da avenida e alguns quarteirões à frente fica a sede e o Estádio do Nacional Atlético Clube, funcionando quase como a sede do time da capital.
Sendo assim, o campo do Nacional acabou utilizado por outros times em disputas oficiais, como fez a AE Promeca!
Olha aí os bancos de reservas embaixo dos coqueiros que seguem a linha lateral do campo.
Ao fundo, a cidade que não para de crescer. Aqui, o meio campo:
Aqui, o gol do lado esquerdo:
E o gol do lado direito:
O sol quente nem fazia lembrar da chuva que caiu horas atrás…
E aí estamos em mais uma aventura futebolística!
Atualmente, só existem arquibancadas atrás do gol, onde está a estrutura do clube.
A parte interna do clube é bem bonita, uma pena que aparentemente o clube não tenha mais tanto glamour como no passado…
Fiquei em dúvida se essa informação presente em uma das paredes refere-se ao estádio ou ao clube…
E tudo isso, em território Jundiaiense…
Só nos restou curtir um pouco da cidade antes de ir embora, almoçando no Mercadão dos Ferroviários…
Olha as placas que eles mantiveram por lá:
E depois ainda fomos até o Museu Ferroviário da cidade:
Olha quye placa bacana sobre a CIA PAulista de Vias Férreas:
Uma pena que estas locomotivas estão aí se degradando a céu aberto…
As construções pelo menos estão super bem mantidas!
Dentro do Museu, até uma camisa do Paulista está presente!
Ao lado dela uma foto do estádio antigo do Paulista, na Av Prof Luis Rosa:
Existe uma relação bastante complicada entre indígenas e a ferrovia…
E essa placa do século XIX??
Estou pensando em comprar essa locomotiva pra ir até os estádios, que tal?
Essa abaixo é uma miniatura, que, segundo a moça que trabalha no museu, tem planos para transportar crianças pela área externa…
Novembro de 2024. Aproveitamos o feriado do dia 15, para seguir a linha do trem “Rio Grande da Serra – Jundiaí” até uma cidade que já participou do futebol profissional e que ainda não tínhamos visitado: Campo Limpo Paulista! (foto do site da Prefeitura)
Falando sobre a formação da cidade, é difícil detalhar quem foram os primeiros a ocupar a região, mas a presença da água (o atual “rio Jundiaí”) deve ter atraído pessoas de tempos em tempos. Os primeiros europeus que chegaram na região citam os Tupi Guarani e seus parentes (Tupiniquim, M’byá entre outros) como os habitantes do local.
A partir da metade do século XVI, os portugueses passam a realizar expedições para aprisionar indígenas e procurar metais e pedras preciosas Brasil adentro. Com o tempo, se apossaram das terras estrategicamente localizadas para criarem pontos de paradas para as “bandeiras”. Campo Limpo Paulista passou por um processo similar. Vale lembrar que a cidade se emancipou de Jundiaí em 1965, então o começo da história das duas cidades é o mesmo, até porque são todas limítrofes.
O fato que potencializou a região foi a Estrada de Ferro São Paulo Railway, construída entre 1862 e 1867, ligando Jundiaí a Santos e primeira estrada de ferro paulista. Por ela, toda a produção de café foi transportado até a década de 1930. A estação de Campo Limpo foi inaugurada em 1881 para agir como entroncamento da E. F. Bragantina, aqui em foto nos anos 20 do site Estações Ferroviárias.
Outro ponto importante para o desenvolvimento da cidade é que de 1947 até 1951Campo Limpo Paulista sediou a Hospedaria de Imigrantes ocupando antigos galpões de depósito de café para abrigar refugiados da Polônia, Ucrânia, Lituânia, Hungria, Rússia, Iugoslávia, República Tcheca e apátridas.
Quando falamos do futebol da cidade, é necessário citar 4 times que se aventuraram no profissionalismo :
O primeiro deles é o Corinthians Futebol Clube, fundado em 1974.
O CorinthiansFC entra pra história por ser o primeiro time da cidade a disputar uma competição profissional: o Campeonato Paulista da Terceira Divis˜ão de 1976.
Na sequência, a cidade contou com a Associação Atlética Campo Limpo Paulista, fundada em 1980.
Em 1981, a AA Campo Limpo Paulista estreou no futebol profissional, na Terceira Divisão. Foi um campeonato complexo, com 6 grupos, que disputariam 2 turnos. Os campeões de cada turno (definidos após semifinal e final) se enfrentaram definindo o campeão do grupo e classificando-se para um hexagonal final, de onde o Cruzeiro sagrou-se campeão. Jogando no grupo Vermelho, a AA Campo Limpo Paulista terminou em 3º e perdendo a semifinal para o Cruzeiro (0x0 e 2×0).
No segundo turno, novamente a AA Campo Limpo Paulista se classifica mas é eliminada na semifinal.
A boa campanha levou a AA Campo Limpo Paulista para a segunda divisão de 1982. foi promovida para a Segunda Divisão, em mais um campeonato complexo, dividido em 2 turnos de duas etapas cada e um quadrangular como fase final. Na 1ª etapa do primeiro turno, jogando no Grupo Preto, a AA Campo Limpo Paulista termina na 4ª colocação do seu grupo, a série D.
Assim, o time se classifica para a 2ª etapa do 1º turno, onde terminou em 2º lugar, tendo o Bragantino como campeão do grupo.
No 2º turno, termina a 1ª fase na última colocaç˜ao, não se classificando para a 2ª fase do turno.
Infelizmente, entendendo que não teria a estrutura e verba necessária para seguir na disputa, acabou preferindo licenciar-se das competições profissionais.
O terceiro time da cidade foi o Sport Club Campo Limpo Paulista, fundado em 13 de Abril de 2000. O escudo veio do site do Gino!
No mesmo ano de sua fundação ingressou no Campeonato Paulista da Série B2 (o 5º nível do futebol paulista daquele ano), terminando na 8ª colocação do seu grupo.
Uma briga política fez o time mudar de cidade para a vizinha, Caieiras e seu nome para Sport Club Paulista, jogando a série B3 de 2001, chegando até à semifinal, onde perdeu para o Corinthians B. O time sobe para a Série B2 de 2002, e faz má campanha. Em 2003, retorna a Campo Limpo Paulista mas faz novamente uma má campanha. Licenciou-se em 2004 e 2005, retornando em 2006 no Campeonato Paulista da Segunda Divisão (atual Série B) onde terminou a 1ª fase na 5ª colocação.
Em 2007, mais um problema de gestão levou o clube a mandar seus jogos em Salto. Em 2008, se transferiu para Espírito Santo do Pinhal, mudando novamente o nome para Sport Club Paulista. Licenciou-se novamente em 2009. Depois de muitas trocas de sedes, em 2010 mudou-se para cidade de Cotia, mudando de nome, em 2011, para Cotia Futebol Clube, e disputando a Segunda Divisão (Série B) até 2013, jogando a A3 de 2014 e 2015.
O terceiro time da cidade é o Metropolitano Futebol Clube, fundado em Jundiaí, em 10 de janeiro de 2018.
O Metropolitano nasceu em Jundiaí para revelar novos jogadores sendo desde o princípio um clube-empresa. Em 2021, se muda para Campo Limpo Paulista, e em 2022, passa a disputar as categorias de base do futebol paulista, destaque negativo para o sub 20 de 2024 terminando na lanterna do grupo 9.
Apresentados os times, hora de falar do Estádio Municipal de Campo Limpo Paulista.
O Estádio Municipal leva o nome de Aldévio Barbosa de Lemos um dos envolvidos na emancipação da cidade e faz parte do equipamento esportivo da cidade.
Tem até estacionamento!
E fomos conhecer e registrar a casa do futebol de Campo Limpo Paulista, começando pela sua bilheteria!
Venha conosco conhecer mais um estádio do futebol paulista!
As bandeiras tão admiradas pelo amigo Sérgio Gisoldi!
Foram 3 anos de construção: de 1973 a 1976 e o resultado está aí, veja que linda arquibancada coberta:
As entradas para as arquibancadas estavam fechadas, então não deu pra fazer uma foto lá em cima…
O Estádio pertence à Prefeitura Municipal e tem capacidade para 5.400 torcedores.
Olhando do lado de frente da arquibancada, este é o meio campo:
O gol da direita:
O gol da esquerda:
Dei uma volta na pista de atletismo para ter uma ideia do estádio como um todo.
Banheiros em dia!
Mais uma experiência bem sucedida com o futebol que deveria representar uma importante parte da cultura de um povo que vive ali t˜ão perto da capital e que muitas vezes não consegue gerar símbolos de identificação capazes de torná-los únicos em relação a outras cidades.
Até um recado de um punk está lá na parede!
Hora de ir embora com o sentimento de missão cumprida!