No fim de semana de 8 e 9 de novembro, estivemos por Cosmópolis e a cidade estava respirando futebol! No sábado pela manhã, o Cosmopolitano Sports (agora de distintivo novo, como se vê abaixo) emprestou o Estádio Telmo de Almeida para que o Guarani disputasse a partida de ida das semifinais do Campeonato Paulista sub17.
Dê uma olhada em como estava bacana o clima no Estádio Thelmo de Almeida, mesmo em uma manhã chuvosa…
Cosmópolis tem respirado futebol de um jeito especial. A cidade carrega uma relação histórica com o esporte, por meio dos seus 2 times (Cosmopolitano e a Funilense) parece voltar a se acostumar a conviver com partidas decisivas.
O Estádio está praticamente pronto para receber a copinha de 2026!
Em campo, os visitantes não deram muita bola pro campo, nem o adversário e venceram a partida por 2×1!
Aqui, o gol da esquerda:
Gol da direita:
Meio campo:
O Guarani levou perigo tentando empatar…
Vista da arquibancada visitante:
Torcida do Guarani saiu meio brava com o resultado, mas o Bugre chegou até a semifinal revertendo fora de casa placares adversos, então… A esperança sobrevive!
A estrutura do Thelmo de Almeida impressiona pela organização e cuidado. Arquibancadas limpas e gramado bem tratado. A cada reforma, o espaço reafirma seu papel como casa do futebol cosmopolense e símbolo de resistência esportiva no interior paulista. Não a toa teremos copinha aqui em 2026…
Mudando de campo e de organização, seja bem vindo ao campo do Mancha Futebol e Samba, onde duas partidas das quartas de final do campeonato amador de Cosmópolis acosnteciam!
Se no sábado a manhã foi chuvosa no Estádio Thelmo de Almeida, o domingo brindou a torcida com forte sol!
Esses torneios amadores revelam o verdadeiro coração do futebol: paixão sem contrato, rivalidade sem violência e muito amor pela camisa. É nesse ambiente que surgem os novos talentos e onde o torcedor se sente parte da história, celebrando o jogo como um ato coletivo de alegria. E esse time, alguém aí conhecia?
Seja bem-vindo a uma das mais tradicionais e interessantes competições, realizada desde 1942 pela Federação Paulista de Futebol! Assim como fez em 2024, o amigo e jornalista Mário Casimiro Gonçalves criou um guia para a edição deste ano, e você pode baixá-lo aqui neste link!
Para comemorar mais uma edição desse incrível Campeonato fomos até Mauá para acompanhar o embate entre o representante da Liga de Mauá, o Scorpions AEC e o Unidos São Gonçalo, representando a Liga de Taubaté.
E jogando em casa, o Scorpions contou com o apoio de sua torcida!
Mas o pessoal de Taubaté não deixou por menos e a “Residência dos Loucos” se fez presente e cantou sem parar!!!
E entre eles, a Guarda Municipal levou a sério a divisão entre os torcedores.
Em campo, o jogo foi levado a sério, como se fosse uma decisão desde o primeiro minuto, o que é bacana por um lado, já que dá um baita clima mas ao mesmo tempo fez o primeiro tempo ser bastante truncado…
O time visitante teve até chances de abrir o placar, enquanto os donos da casa pararam por duas vezes no bom goleiro do União São Gonçalo, Rafael Dida.
A torcida local sabia que o 0x0 não era um bom resultado, já que nessa primeira fase são grupos de 3 times onde apenas um se classifica para os mata-matas!
Por isso, o pessoal do Scorpions apoiou seu time como sempre!
Dá lhe bateria!
Olha a oportunidade para o Scorpions…
Aliás, que bonito ver o Estádio Pedro Benedetti colorido com faixas, bandeiras e até fumaça.
O segundo tempo começou com os dois times prometendo tudo ou nada!
O time visitante não teve receio de se lançar ao ataque, mas… foi o Scorpions que cumpriu a ideia de construir o seu gol!
Quando a torcida local estava começando a se tranquilizar acreditando que teria os 3 pontos na partida…
O União São Gonçalo empatou o jogo… Fim de partida: 1×1.
Abraço ao amigo e jornalista Mário que além de fazer o Guia ainda apareceu lá em Mauá para cobrir o jogo pelo Diário de Atibaia! E um abraço também pro Daniel Alcarria, figurinha carimbada do futebol mauaense que em breve lança livro novo sobre o Grêmio!
Rodando por estas estradas, no caminho para Presidente Prudente, tivemos a oportunidade de visitar mais uma cidade que tem no futebol parte de sua cultura,
Falamos da cidade de Maracaí!
Maracaí esta localizada na chamada “região da Sorocabana”, distante mais de 470 km da capital do estado. Sua fundação se deu no início do século XX, com Joaquim Gonçalves de Oliveira e Melchior de Camargo estabelecidos na região desde 1903. Segundo o site da Prefeitura, Maracaí era o nome pelo qual o povo carijó chamavam o trecho em que o rio Capivara conflui com o do Cervo. Interessante porque pensava que esta região era habitada pelo povo kaingang…
Fomos até Maracaí para conhecer o Estádio Municipal José Maria de Souza, e relembrar um pouco da história do futebol na cidade, principalmente graças a dois times que disputaram o Campeonato do Interior de São Paulo, provavelmente neste campo.
Aparentemente, houve uma reforma no pórtico de entrada dando uma nova cara ao Estádio.
Dê uma primeira olhada no Estádio e veja como está bem cuidado para quem sabe pelo menos ter um time no Campeonato Amador do Estado:
Fico me perguntando se a singela arquibancada coberta ainda tem vivido dias de glória como outrora…
Veja uma imagem antiga desta mesma arquibancada, datada provavelmente dos anos 70, retirada da fanpage Memórias de Maracaí:
Além da arquibancada coberta, também existem dois lances de arquibancadas descobertas no outro lado:
Pelo que conversamos, Maracaí segue com grande tradição no futebol amador e esse gol segue sendo o objetivo de muitos times da cidade e da região…
O tradicional registro do meio campo:
O gol do lado direito (para quem olha da arquibancada descoberta):
E o gol do lado esquerdo:
Mais um estádio bacana e com potencial para vôos mais altos no futebol…
Antes de ir embora, registramos a homenagem a Marcos Antonio de Lima, o “Índio”, um dos meu ídolos no Santo André no fim dos anos 90 e que é nascido na cidade de Maracaí e ganhou notoriedade ao ser campeão mundial pelo Internacional de Porto Alegre, como recorda a placa:
Se você não lembra dele, aí está uma recordação:
Os dois times que fizeram a cidade se oficializar na história das competições oficiais da Federação Paulista foram o Maracaí FC, primeiro time da cidade a disputar o Campeonato do Interior em 1942. A fanpage Memórias de Maracaí traz algumas fotos do Maracaí FC:
O outro time é a Associação Atlética Maracaiense, que disputou as edições de 1950…
A de 1958, jogando o setor 33…
E ainda foi vice campeã do seu setor em 1964, com o time abaixo:
Essa semana, mais uma vez em parceria com o pessoal do Correio de Atibaia, batemos um papo com o presidente e o vice do CA Bandeirante, para falar do Campeonato Amador e da equipe que pelo terceiro ano consecutivo saiu com o título. Clique no link p assistir!
Novembro de 2024. Aproveitamos o feriado do dia 15, para seguir a linha do trem “Rio Grande da Serra – Jundiaí” até uma cidade que já participou do futebol profissional e que ainda não tínhamos visitado: Campo Limpo Paulista! (foto do site da Prefeitura)
Falando sobre a formação da cidade, é difícil detalhar quem foram os primeiros a ocupar a região, mas a presença da água (o atual “rio Jundiaí”) deve ter atraído pessoas de tempos em tempos. Os primeiros europeus que chegaram na região citam os Tupi Guarani e seus parentes (Tupiniquim, M’byá entre outros) como os habitantes do local.
A partir da metade do século XVI, os portugueses passam a realizar expedições para aprisionar indígenas e procurar metais e pedras preciosas Brasil adentro. Com o tempo, se apossaram das terras estrategicamente localizadas para criarem pontos de paradas para as “bandeiras”. Campo Limpo Paulista passou por um processo similar. Vale lembrar que a cidade se emancipou de Jundiaí em 1965, então o começo da história das duas cidades é o mesmo, até porque são todas limítrofes.
O fato que potencializou a região foi a Estrada de Ferro São Paulo Railway, construída entre 1862 e 1867, ligando Jundiaí a Santos e primeira estrada de ferro paulista. Por ela, toda a produção de café foi transportado até a década de 1930. A estação de Campo Limpo foi inaugurada em 1881 para agir como entroncamento da E. F. Bragantina, aqui em foto nos anos 20 do site Estações Ferroviárias.
Outro ponto importante para o desenvolvimento da cidade é que de 1947 até 1951Campo Limpo Paulista sediou a Hospedaria de Imigrantes ocupando antigos galpões de depósito de café para abrigar refugiados da Polônia, Ucrânia, Lituânia, Hungria, Rússia, Iugoslávia, República Tcheca e apátridas.
Quando falamos do futebol da cidade, é necessário citar 4 times que se aventuraram no profissionalismo :
O primeiro deles é o Corinthians Futebol Clube, fundado em 1974.
O CorinthiansFC entra pra história por ser o primeiro time da cidade a disputar uma competição profissional: o Campeonato Paulista da Terceira Divis˜ão de 1976.
Na sequência, a cidade contou com a Associação Atlética Campo Limpo Paulista, fundada em 1980.
Em 1981, a AA Campo Limpo Paulista estreou no futebol profissional, na Terceira Divisão. Foi um campeonato complexo, com 6 grupos, que disputariam 2 turnos. Os campeões de cada turno (definidos após semifinal e final) se enfrentaram definindo o campeão do grupo e classificando-se para um hexagonal final, de onde o Cruzeiro sagrou-se campeão. Jogando no grupo Vermelho, a AA Campo Limpo Paulista terminou em 3º e perdendo a semifinal para o Cruzeiro (0x0 e 2×0).
No segundo turno, novamente a AA Campo Limpo Paulista se classifica mas é eliminada na semifinal.
A boa campanha levou a AA Campo Limpo Paulista para a segunda divisão de 1982. foi promovida para a Segunda Divisão, em mais um campeonato complexo, dividido em 2 turnos de duas etapas cada e um quadrangular como fase final. Na 1ª etapa do primeiro turno, jogando no Grupo Preto, a AA Campo Limpo Paulista termina na 4ª colocação do seu grupo, a série D.
Assim, o time se classifica para a 2ª etapa do 1º turno, onde terminou em 2º lugar, tendo o Bragantino como campeão do grupo.
No 2º turno, termina a 1ª fase na última colocaç˜ao, não se classificando para a 2ª fase do turno.
Infelizmente, entendendo que não teria a estrutura e verba necessária para seguir na disputa, acabou preferindo licenciar-se das competições profissionais.
O terceiro time da cidade foi o Sport Club Campo Limpo Paulista, fundado em 13 de Abril de 2000. O escudo veio do site do Gino!
No mesmo ano de sua fundação ingressou no Campeonato Paulista da Série B2 (o 5º nível do futebol paulista daquele ano), terminando na 8ª colocação do seu grupo.
Uma briga política fez o time mudar de cidade para a vizinha, Caieiras e seu nome para Sport Club Paulista, jogando a série B3 de 2001, chegando até à semifinal, onde perdeu para o Corinthians B. O time sobe para a Série B2 de 2002, e faz má campanha. Em 2003, retorna a Campo Limpo Paulista mas faz novamente uma má campanha. Licenciou-se em 2004 e 2005, retornando em 2006 no Campeonato Paulista da Segunda Divisão (atual Série B) onde terminou a 1ª fase na 5ª colocação.
Em 2007, mais um problema de gestão levou o clube a mandar seus jogos em Salto. Em 2008, se transferiu para Espírito Santo do Pinhal, mudando novamente o nome para Sport Club Paulista. Licenciou-se novamente em 2009. Depois de muitas trocas de sedes, em 2010 mudou-se para cidade de Cotia, mudando de nome, em 2011, para Cotia Futebol Clube, e disputando a Segunda Divisão (Série B) até 2013, jogando a A3 de 2014 e 2015.
O terceiro time da cidade é o Metropolitano Futebol Clube, fundado em Jundiaí, em 10 de janeiro de 2018.
O Metropolitano nasceu em Jundiaí para revelar novos jogadores sendo desde o princípio um clube-empresa. Em 2021, se muda para Campo Limpo Paulista, e em 2022, passa a disputar as categorias de base do futebol paulista, destaque negativo para o sub 20 de 2024 terminando na lanterna do grupo 9.
Apresentados os times, hora de falar do Estádio Municipal de Campo Limpo Paulista.
O Estádio Municipal leva o nome de Aldévio Barbosa de Lemos um dos envolvidos na emancipação da cidade e faz parte do equipamento esportivo da cidade.
Tem até estacionamento!
E fomos conhecer e registrar a casa do futebol de Campo Limpo Paulista, começando pela sua bilheteria!
Venha conosco conhecer mais um estádio do futebol paulista!
As bandeiras tão admiradas pelo amigo Sérgio Gisoldi!
Foram 3 anos de construção: de 1973 a 1976 e o resultado está aí, veja que linda arquibancada coberta:
As entradas para as arquibancadas estavam fechadas, então não deu pra fazer uma foto lá em cima…
O Estádio pertence à Prefeitura Municipal e tem capacidade para 5.400 torcedores.
Olhando do lado de frente da arquibancada, este é o meio campo:
O gol da direita:
O gol da esquerda:
Dei uma volta na pista de atletismo para ter uma ideia do estádio como um todo.
Banheiros em dia!
Mais uma experiência bem sucedida com o futebol que deveria representar uma importante parte da cultura de um povo que vive ali t˜ão perto da capital e que muitas vezes não consegue gerar símbolos de identificação capazes de torná-los únicos em relação a outras cidades.
Até um recado de um punk está lá na parede!
Hora de ir embora com o sentimento de missão cumprida!
Bom, essa é a parte 2 desse post que acabou ficando gigante graças a tanta história que Americana tem no futebol. Se você ainda não leu a parte um, que fala sobre a história dos times que defenderam a cidade, é só clicar aqui.
Esse post é dedicado ao registro atual dos clubes e estádios que receberam partidas profissionais e agradeço o amigo Gabriel Pitor Oliveira.
Então, comecemos nosso rolê batendo na porta do pessoal do Flamengo Futebol Clube!
O time que disputou 2 edições da terceira divisão, chegou a construir um estádio em sua sede pensando em atender as exigências da Federação Paulista, mas infelizmente o estádio foi inaugurado quando o clube já havia desistido do profissionalismo.
Entretanto, os sócios ganharam um estádio lindo e que foi dividido em 4 campos de futebol, com iluminação e uma arquibancada capaz de abrigar 5 mil torcedores!
A arquibancada de cimento tem 20 degraus e acompanha toda a lateral dos campos.
Acho que aqui dá pra ver os dois campos lado-a-lado (e são mais dois à esquerda destes).
Aqui, o outro lado:
São 4 campos com um gramado impecável. E pensar que essa área era um brejo em Americana… Imagina o trabalho que tiveram para conseguir transformar em um gramado tão retinho…
E claro, não pode faltar o distintivo do clube estampado lá em cima na arquibancada!
Olhando da arquibancada, esse é o gol (ou no caso, os gols) do lado esquerdo:
Esse os do lado direito:
E aqui…. seria o meio campo do campo original…
Do lado oposto à arquibancada ainda existe um lance único de arquibancada
Como mostramos no post anterior, fui presenteado com um livro incrível que conta a história do Flamengo FC.
E no livro, muitas vezes falou-se do tal “Bar do Flamengo” e consegui dar um pulo até lá para conhecer o lugar.
Infelizmente o bar estava fechado.
Embora o estádio dentro do clube seja lindo, não foi lá que o Flamengo mandou seus jogos pelo Paulista da Terceira divisão de 67 e 68, e fomos até o Estádio Victório Scuro em busca de respostas. Estivemos lá há algum tempo (veja aqui como foi), mas é sempre bom rever as arquibancadas de um estádio clássico como o Victório Scuro, também conhecido como “Caldeirão do Dragão” ou “Vovô”.
O Victório Scuro foi a casa do EC Vasco da Gama em suas competições profissionais e amadoras. Mas vale lembrar que o Vaquinho chegou a ter um outro campo lá na Vila Galo, onde hoje é a Rua Dom Pedro II
O Estádio Victório Scuro foi construído em um terreno cedido pela prefeitura em 1959, por um comodato de 10 anos. O responsável pela construção do estádio foi Ítalo Scuro (o nome do estádio homenageia seu pai), dono de uma indústria têxtil e a inauguração ocorreu em abril de 1960 como celebração do aniversário de 10 anos do time. Na partida preliminar, o CRS Carioba venceu o Recreativo Sumaré por 3×2, mas a partida que fez a alegria da torcida local foi EC Vasco 3×0 XV da Lapa (SP). O Vasco mandou seus jogo aí até 1977, quando o Americana EC (antigo Vasco) acabou trocando o Victório Scuro pelo atual Estádio Décio Vitta.
O Victório Scuro ainda seria utilizado pelo Sete de Setembro, mas vale lembrar que em 1984, o próprio Rio Branco chegou a mandar jogos ali.
Atualmente o Estádio Victório Scuro é a sede de um projeto focado em crianças e adolescentes, gerido pelo Colorado, um tradicional time de futebol amador da cidade que parecia caminhar para o seu fim, mas que ganhou nova vida com essa molecada!
Quem coordena o projeto atualmente é Rogério Panhoça junto do “Zé Pulga”, uma figura super tradicional no futebol da região.
Aliás, foi ele quem resolveu a charada de onde o Flamengo mandou seus jogos na Terceira Divisão de 1968 e 69. Aliás, ele contou mais um monte de histórias, confere aí:
O papo foi ótimo, mas a missão em Americana ainda não tinha acabado. Era necessário registrar a Praça de Esportes Milton Fenley Azenha, também chamado de “Centro Cívico”.
O complexo é formado por uma série de equipamentos esportivos, e o Estádio de futebol recebeu diversos jogos das categorias de base do Rio Branco .
E no ia da nossa visita, conseguimos pegar as oitavas de final da Copa Inter de futebol amador de Americana.
Ainda que as nuvens estivessem no céu, estava quase 40 graus de calor em campo…
Em campo jogavam o Malucos da Praia e o Descubra (se me informaram correto, o placar final foi Descubra 4 x 0 M.D.P.).
Poucas pessoas acompanhavam a partida nas arquibancadas do Centro Cívico.
Mas olha que bela imagem do meio campo:
O gol da esquerda:
O gol da direita:
Vale até ver um gol:
Já cansou? Porque ainda faltam 2 estádios para fechar nossa missão. Um deles é o Estádio Eugenio Cia (ok, ok, a “praça de esportes” Eugenio Cia), inaugurado em 1979 e que fica localizado na Avenida Bandeirantes, 4100, na Vila Cordenonsi.
O Campo Municipal Eugênio Cia nasceu de uma escola de samba, a Sociedade Recreativa Folclórica Esportiva Unidos da Cordenonsi, cujos integrantes aproveitaram o antigo Ninho do Gavião, campo do Sete de Setembro e fizeram uma nova praça de futebol em mutirão.
Vamos conhecê-lo?
As bilheterias ainda estão por ali…
O campo fica numa região bastante arborizada, e muito bonita.
Estava rolando mais uma partida pelas oitavas de final da Copa Inter de futebol amador da cidade, e dessa vez, duas equipes tradicionais lotaram o Eugenio Cia: Cantareira x Cidade Jardim.
Tinha gente torcendo por todos os lados do campo…
Aliás, essa linda arquibancada veio do campo do SCR Carioba que havia sido desativada e foi desmontada e remontada degrau a degrau no campo da Cordenonsi.
Olha o detalhe de como são os degraus:
O gramado muito bem cuidado permitiu uma boa partida!
E a arquibancada coberta foi providencial pra dar uma fugida do sol e do calor.
Daqui aproveito pra registrar o gol esquerdo:
O meio campo:
E o gol da direita:
E dentro de campo, a bola seguia num jogo bem disputado, mas que parecia se resolver para o time do Cidade Jardim, que ia vencendo por 2×0.
Mais uma vez é muito bacana poder estar presente pra registrar não só o campo, mas a força do futebol amador, dessa vez, em Americana!
O banco preocupado porque o time do Cantareira fez seu gol. 2×1.
Olha que visual incrível. Espero que em 2047 alguém olhe essa foto e diga “olha como o mundo era louco naquele longínquo 2021″…
O jogo seguia para o fim, e as próximas duas equipes estavam prontas para entrar em campo (aliás, o jogo seguinte foi uma goleada do time que seria o campeão da Copa, o São Jerônimo/Bruxela por 9×0 contra Jardim América II
Fim de jogo, 3×1 para a festa do time do Cidade Jardim!
Hora de seguir para a última parte desse rolê pelos campos de Americana, o Estádio Parque Dona Albertina , o campo do Carioba!
Segundo os conselhos do amigo Gabriel, acessar o ainda existente campo do Carioba não seria missão fácil por estar dentro do terreno do DAE (Departamento de Águas e Esgotos de Americana), já no fim da vila Carioba. Mas, lá fomos nós na esperança de acessar o campo!
O rolê pela Vila Carioba é uma volta ao passado, com certa dor no coração pelas imagens do presente. Embora a natureza ainda seja exuberante, o que se vê das antigas indústrias têxteis e da arquitetura da época, mostra que em algum momento as coisas deram errado.
A indústria têxtil acabou prejudicando demais a vila… Em vários documentários (veja esse, ou este por exemplo) que contam sobre a vida na vila no início do século XX mostram que havia toda uma vida em colônia em torno das fábricas que sofreu com isso.
Mas o visual vale o rolê…
E ali ao fundo, após cruzar o rio (é o rio Piracicaba!! Ainda menorzinho…) chegamos ao antigo campo do SCR Carioba!
Logo em seguida, o rio se junta a outro afluente e recebe maior vazão de águas.
Na verdade, atualmente não se chega ao antigo Estádio Parque Dona Albertina mas sim ao DAE-Americana.
Realmente a entrada no campo não foi tarefa fácil. Foram necessárias diversas ligações do responsável pela segurança até obter uma autorização para nossa entrada (rápida) para realização do registro desse campo tão histórico! Pena que o antigo pórtico já não existe mais…
Então liguemos a nossa máquina do tempo para mais este registro incrível da história do fuebol de Americana…
Ainda há um lindo bosque acompanhando a lateral do campo, que já não tem mais um gramado impecável…
Ali, no gol dos “fundos” (já que entramos pelo lado do outro gol), existe uma construção que parece ser uma caixa d’água.
Ainda resiste um alambrado separando o espaço do campo do resto do terreno.
Ao lado do campo, uma área onde possivelmente ficava a antiga arquibancada de madeira.
Aqui, a alegria dos atletas… o equipamento que permite a alegria maior do esporte, o gol!
Encontrei essa estrutura em um dos vitrais da construção ao lado do campo. Tentei enxergar um possível distintivo desenhado ali ao meio, mas não se parece em nada com o distintivo conhecido do SCR Carioba.
Incrível como a combinação natureza + futebol parece combinar tão bem…
Quantas partidas, quantas histórias, quantas pessoas terão passado por aqui e marcado em sua memória a lembrança deste campo…
Com a sombra em meu rosto, um sentimento de orgulho e missão cumprida, ao mesmo tempo em que tantas lacunas, saudades e até um pouquinho de tristeza se misturam ao comparar o passado e o presente, pensando no futuro de campos como esse do Carioba, vendo a velocidade com que o progresso atropela toda a nossa história…
Como muitas das cidades que visitamos nesse rolê, o território de Pirajuí também era ocupado por indígenas Kaingangs até o final do século XIX. Também citam a presença de grupos Terenas, que vieram do Mato Grosso em busca de melhores terras, caça e pesca. Tudo seguia em paz até a chegada das expedições militares que tinham como ideia povoar aquelas terras, usando como base o binômio: agricultura + ferrovia.
Assim, foi uma questão de tempo até que os indígenas fossem varridos da região pelo “progresso”. Os poucos sobreviventes foram agrupados em reservas. E a partir de 1888, surgem os primeiros vestígios do que se tornaria o município de Pirajuí em 1915
Como sempre…. Tem uma igreja na história para agregar mais e mais pessoas em torno do povoado…
Mas a cidade prosperou mesmo graças ao cultivo do café. Em meados do século XX, foi considerada o maior município cafeeiro de todo o planeta.
Atualmente, a agricultura ainda é a base da economia da cidade, mas muitos dos jovens já se planejam para estudar e trabalhar em regiões metropolitana. E aí está sua rodoviária por onde parte das pessoas deixam a bela Pirajuí para ir atrás de seus sonhos.
Por falar em sonho, o nosso era o de conhecer e registrar o Estádio Municipal Francisco Nazareth Rocha, o “Rochão“!
Estádios do interior costumam aproveitar seus longos muros para ganhar uma graninha a mais com publicidade!
E aqui estamos nós, na casa do futebol profissional em Pirajuí!
Na mesma bilheteria que já registrou a chegada de tantos e tantas torcedoras!
Este é o outro lado do estádio, por onde “escorre” sua arquibancada.
Aliás, há uma placa na parte interna do estádio que data de 1962 a inauguração da arquibancada do Estádio Municipal.
Aliás…. vamos conhecer um pouco da parte de dentro do Estádio Municipal Francisco Nazareth Rocha…
Sua arquibancada ainda está muito bem preservada! A capacidade oficial é de 2.700 torcedores.
Existe uma pequena cobertura capaz de proteger do sol ou da chuva pelo menos uns 4 lances da arquibancada.
E elas ficam lá no alto, como um verdadeiro “trono”, fazendo os torcedores serem os verdadeiros reis deste jogo!
O campo também. Nosso tradicional registro mostrando o meio campo:
O gol da esquerda:
Ao fundo, a torre da igreja…
E o gol da direita:
Ali ao fundo, pode se ver a torre de iluminação.
Mais uma missão cumprida, afinal, esta é a casa de dois times que disputaram aí os campeonatos profissionais da Federação Paulista e que fizeram também um importante papel no futebol amador.
O primeiro deles é o Pirajuí Atlético Clube.
O time foi fundado em 27 de dezembro de 1927, ainda como Pirajuhy Atlético Clube ou seja… Está há pouco mais de 5 anos de seu centenário! Aqui uma foto do time dos anos 30:
Essa é a sede social deles. Peguei a foto lá no Google Maps, porque não deu tempo de visitar o local 🙁 .
O time começou disputando os campeonatos amadores, como o Campeonato do Interior (em 1942, 44, 45, 47). Aqui, o time de 1949, campeão do Regional (e que seria bicampeão em 1950):
Mas, em 1954, o Pirajuí Atlético Clube daria seu salto mais importante rumo ao profissionalismo, disputando a Terceira Divisão, como faria depois em 1955 e 1980. Na campanha de 1955, classificou-se para a segunda fase, liderando seu grupo!
Infelizmente na segunda fase, terminou na lanterna do triangular atrás da Santacruzense e do Duartina. O Pirajuí AC disputou também a edição da quarta divisão (a atual B) em 1965, ficando em 4º lugar na 5ª série.
Por fim, foram mais duas edições da quinta divisão (atualmente extinta), em 1978 e 79. Em 1979, o time ainda se classificou para a segunda fase, liderando o seu grupo, mas terminando a fase final em último lugar:
Esse era o time do Pirajuí AC nos anos 70:
Nessa época, quem visitou a cidade para um amistoso foi o craque Garrincha!
Atualmente o departamento de futebol do clube se dedica apenas a competições amadoras. Aqui, o time dos anos 90:
O outro time da cidade, é mais novo, fundado em 24 de abril de 1972. Trata-se do Flamengo Futebol Clube de Pirajuí! Distintivo do site Escudos Gino:
O Flamengo Futebol Clube também se originou nas disputas amadoras, aqui o time de 1984 (enviada pelo ex jogador Luiz Carlos Lopes Scafina):
Mas em 1986, o Flamengo seguiu os caminhos do Pirajuí AC e debutou na Terceira Divisão, terminando a poucos pontos da classificação para a segunda fase.
Depois, participou da Quarta Divisão em 1988, 89 e sua última participação no torneio seletivo para a Segunda Divisão de 1991, terminando nas últimas colocações em todos os campeonatos. No ano seguinte, pediu licença junto a Federação Paulista de Futebol.
O time pirajuense voltou à atividade amadoras em 2011 para a disputa do Campeonato Paulista de Futebol – Segunda Divisão Sub-20 e depois para participar da São Paulo Cup 2019, competição organizada pela Global Scouting Football. O Flamengo jogou com o time abaixo:
As cerca de 20 mil pessoas que vivem em Miguelópolis tem na agricultura e nos serviços decorrentes sua principal riqueza.
Ainda dá pra encontrar o pessoal tranquilo, curtindo o feriado sentado na calçada, sem a agitação que estamos acostumados aqui no ABC.
Mas, quando falamos de futebol, a agitação é a mesma!
E por isso, vamos mostrar um pouco do Estádio Waldemar de Freitas.
Acreditávamos que o estádio fora a casa do Miguelópolis FC na sua única participação em competições oficiais da Federação Paulista, em 1964, pela quarta divisão, conforme descrita pelo Livro “125 anos de História – A enciclopédia do futebol paulista“.
O mesmo livro cita o time como Associação Esportiva Miguelópolis.
O time havia participado de edições do Campeonato Amador do Interior, como mostra a Gazeta Esportiva de 1958:
Aqui o grupo do time em 1964:
Voltemos assim para o Estádio Waldemar de Freitas!
O Estádio estava fechado e o dia acabando…
Já estava me conformando em só registrar a parte externa do estádio.
Ao menos dava pra ver uma placa celebrativa. Mas ela só me deixou em dúvida. A placa não diz se é sobre a inauguração, mas sua data é de 1982… O que me leva a perguntar se existiu um outro estádio na época do profissionalismo, ou se a placa é apenas de alguma reforma…
Conversei com um ex jogador que fez parte do time que jogou a terceira divisão, chamado Fábio Ribeiro (tio do amigo Paulo) e ele confirmou que não foi neste estádio que o Miguelópolis mandou suas partidas. E mais, ele garante que o time que jogou era mesmo o Miguelópolis FC e não a AE Miguelópolis.
Estávamos quase indo embora quando cruzamos com o amigo Valdomiro Pinheiro que mora literalmente colado ao estádio, e adivinhe onde o quintal da casa dele termina…
Assim, após cruzar a casa do Valdomiro…
E assim, tendo o sol como companheiro, adentramos ao Estádio Waldemar de Freitas.
O belo gramado mesmo no gol é para poucos…
Ao fundo a arquibancada coberta.
O alambrado cerca o campo todo!
As árvores atrás do gol completam o charme local!
Não existem arquibancadas nas laterais, além da coberta.
E assim, mais um capítulo da nossa aventura chega ao fim, graças ao amigo Valdomiro.
Em 2017, sua população foi estimada em 4.190 habitantes.
Ainda dá pra jogar bola na rua, sem se preocupar com o trânsito.
Nosso objetivo era conhecer o Estádio Municipal Manoel dos Santos Esgalha, o “Castelão“, e logo de cara, olha a boa notícia, ele recebeu (em 2015) uma reforma no valor de R$ 510 mil reais.
A má notícia é que ele não possui sequer uma placa de identificação… 🙁
Não há nem o tradicional pórtico de entrada tão característico dos estádios do interior…
O estádio foi a casa da Associação Atlética Monte Castelo nas duas disputas da quarta divisão do Campeonato Paulista (em 1964 e 1965).
O time foi fundado em 1º de março de 1963 e mesmo representando uma cidade há mais de 600 km da capital e com menos de 5 mil habitantes, conseguiu disputar duas edições do Campeonato Paulista.
O campo está bem conservado, tem até um sistema de iluminação e uma arquibancada coberta.
Vamos dar uma olhada?
Aqui, o gol da torre do Estádio Municipal Manoel dos Santos Esgalha, o “Castelão“:
O gol do outro lado:
O meio campo, e a arquibancada coberta:
O Castelão possui ainda seu banco de reservas:
E mesmo com nossa visita, o jogo seguia quente em campo!
É um estádio muito bonito!
Os vestiários à beira do campo:
Mais um estádio de um time com pouquíssimas informações… Não encontramos nenhuma foto do time sequer… Se você tiver alguma colaboração, entre em contato!
Seguimos na estrada… Desta vez a cidade visitada foi São Manuel!
Pra quem conhece um pouco o interior de São Paulo, a cidade fica próxima a Botucatu, cerca de 270 km da capital.
Ruas ainda pacatas, características de cidades do interior, por onde circulam os quase 50 mil habitantes. Estão aí, a tradicional igreja e o coreto da praça!
Nossa missão era de conhecer e registrar o Estádio “Dr. Adhemar Pereira de Barros”, onde a Associação Atlética Sãomanoelense mandava seus jogos.
A Associação Athletica Sãomanoelense foi fundada em 21 de junho de 1919. No site O Debate regional encontrei a imagem abaixo, do início dos anos 20, numa época em que nem arquibancadas ainda existiam por lá.
Em 1921, recebeu o time do EC Sorocabano não só para um jogo, mas para uma vivência na cidade:
Em 1922, houve um amistoso com o Santos:
Já em 1923, passou a disputar o Campeonato do Interior!
E também encontrei essa matéria do jornal “A Cigarra” de 1924 sobre um amistoso com o SC Corinthians.
Disputou novamente o Campeonato do Interior em 1942, com o EC Bandeirante, também de São Manuel.
Em 43 e 44 mais uma vez a região teve a Ferroviária de Botucatu como campeã.
Em 45, o campeão do setor foi a Botucatuense e em 47, o Noroeste. O time dessa época (foto do site Tempodebola)
Aqui, notícias sobre o Campeonato de 1948:
Em 1957 rolou até um amistoso com o Palmeiras:
Seus anos de glórias foram a década de 60. Logo em 1961, um amistoso contra o São Paulo.
Depois, a AA Sãomanoelense foi campeã, em 1968, da quarta divisão.
Dá pra ver as suas tradicionais cores (vermelho e preto) na foto abaixo, do time dos anos 80 (também do site Tempo de Bola):
Aqui, o time de 1990:
Mas, o tempo do futebol profissional se foi e o Estádio “Dr. Adhemar Pereira de Barros acabou ficando para o futebol amador, mas ainda muito bem conservado.
O Estádio recebeu 12 participações no Campeonato Paulista de Futebol.
Infelizmente o clube não resistiu às mudanças do futebol e principalmente aos altos custos e acabou licenciando-se da Federação Paulista, deixando ainda mais órfã a região (que já possuiu clubes em Botucatu, Lençóis Paulista, Avaré, entre outras cidades).
A atual capacidade do estádio não passa de 2.000 torcedores, e mesmo sabendo que para disputar o profissional, seriam necessárias obras de expansão, esse tema vive sendo discutido entre os boleiros da cidade.
Falando em boleiros da cidade, taí uma parte deles que ainda frequentam o estádio (que tem um bar anexado, onde rola a tradicional sinuca).
Um último olhar sob a arquitetura antiga da cidade, e como o sol se vai… Nós também vamos…