Recentemente escrevemos sobre o Estádio Cerecamp, a casa do EC Mogiana e, nos anos 80 do Gazeta e ao pesquisar, encontrei um vídeo incrível sobre essa história e por volta do minuto 3 do vídeo fiquei sabendo que o Gazeta de Campinas chegou a mandar seus jogos em outros dois estádios da cidade: o Campo do Náutico, no Jardim Leonor e o Campo do Souzas.
Estivemos recentemente no Estádio do Jd Leonor, o Campo do Náutico, e agora aproveitamos para registrar o Estádio Municipal José Iório, o campo do Souzas FC.
O Souzas FC é um time amador de Campinas, e que tem muita história. Foi fundado em abril de 1918.
No ano do centenário, o “Leão do Ramal Férreo” chegou a fazer um grande evento no seu estádio, o Estádio Municipal José Iório reunindo cerca de 1500 pessoas. O Jornal Local chegou a publicar algumas fotos do evento:
Não consegui entrar dentro do Estádio para imagens mais legais, mas dali da entrada deu pra registrar o campo. O gol da esquerda:
O meio campo:
O gol da direita:
As arquibancadas ficam do lado da entrada do estádio.
Dá só uma olhada:
Os caras tiveram até um contato especial com os bancos de reserva:
Ao fundo as casas do bairro.
Ali próximo fica o Rio Atibaia, como dá pra ver no lado direito do mapa:
Aí fica ainda mais clara a beleza das arquibancadas do Estádio!
Antes que vc estranhe o local do gol, é porque é uma partida do sub 13, então utilizam o campo na lateral!
Como relembramos lá no início do post, esse foi o campo usado pelo Gazeta na disputa do futebol profissional, mas não só por isso, caracteriza-se como um local histórico.
Puxa, tanto que a gente viaja pra registrar estádios pelo Brasil e mundo afora e acabamos deixando de visitar os estádios, aqui do ABC. Por isso, o post de hoje começa a cumprir esta missão, por um estádio de São Bernardo do Campo.
São Bernardo do Campo é a cidade mais populosa do ABC, com cerca de 880 mil pessoas, e uma história muito importante pra região, já que inicialmente abrangia todas as atuais cidades do Grande ABC. Neste mapa da região metropolitana dá pra ter ideia do que seria uma cidade única no ABC:
Vale lembrar que foi em São Bernardo que futebol, política, economia e sociedade se interligaram, durante as greves dos metalúrgicos, em pleno regime militar, o Estádio 1º de Maio (na época, Estádio Distrital da Vila Euclides) foi a sede do comício que reuniu milhares, colaborando diretamente com o movimento das “Diretas já“, tendo como uma das lideranças, o futuro presidente Lula.
O segundo fato relativo à cidade é a cena cultural formado pelas bandas de hardcore com sonoridade próxima das finlandesas (vai ouvir Rattus, ou Força Macabra, pra entender), das quais escolhi o Ulster para ilustrar, por se tratar de uma banda antiga (de 1979), importante e impacatante. Mas poderíamos lembrar do Brigadas do Ódio, Ação Direta, Negative Control, F.D.S., entre outras.
O nome “Ulster” é uma referência à cidade irlandesa onde atuava o grupo terrorista IRA. Além do som rápido, agressivo e barulhento, eles tocam com um visual bem diferente, com rostos cobertos por um capuz negro.
Nosso foco hoje é falar do estádio de um dos times de São Bernardo do Campo que disputou o Campeonato Paulista Profissional: o Grêmio Esportivo Taboão. Mas o futebol do ABC tem outros times e outras histórias, caso queira conhecer mais, veja aqui o Mapa do Futebol no ABC, desenhado pelo Victor Nadal.
O Grêmio Esportivo Taboão foi fundado em 20 de janeiro de 1969, mas na verdade o time deu sequência ao legado do Esporte Clube Taboão, fundado em 1947. O time disputou seis edições da terceira divisão do Campeonato Paulista, de 1982 a 1987. Aqui, os resultados de sua participação em 1984, da qual não passou da segunda fase:
Aqui, os resultados de 1985, quando o Grêmio Esportivo Taboão não passou da primeira fase:
Em 86, mais uma vez o time não passou da primeira fase da terceira divisão, com os resultados:
Alguns recortes de jornal fornecidos pelo Dagoberto, do atual time:
Além disso, o GE Taboão disputou três edições da quarta divisão, entre 1988 e 1990. Aqui, a tabela de jogos da 4ª divisão de 1989 (antes que você pergunte, não só a mídia, mas a própria federação chamava a 4a divisão de “Terceira” porque a primeira divisão era chamada de “especial”:
Aqui, uma foto do time:
Nessas competições o time teria utilizado algumas vezes o Estádio do Baeta, mas também mandou os jogos no seu Estádio. E fomos até lá, no bairro do Taboão, conhecê-lo!
Aqui uma olhada no meio campo:
Aqui, o gol do lado esquerdo (pra quem está na arquibancada):
Aqui, o gol do lado direito:
O time ainda segue jogando no amador, como se pode ver:
Em suas arquibancadas, há capacidade para pouco mais de mil torcedores:
O belo distintivo do Grêmio Esportivo Taboão está ali na parede!
A foto é olhando pelo outro lado do campo, e fomos até lá conferir essa vista!
Os bancos de reserva:
Uma visão de dentro dos bancos:
Pode se perceber que o bairro do Taboão segue crescendo e se verticalizando…
É sempre bacana olhar o nome do time ali na parede.
O campo do Taboão segue no meio do bairro, entre uma parte mais urbanizada e um córrego, junto a um piscinão. Não é o cenário mais lindo do mundo. Mas, o futebol ajuda a mudar essa percepção.
O Grêmio Esportivo Taboão ainda é motivo de orgulho e alegria de um monte de gente envolvida com o time.
Mesmo que se sinta espremido por entre o bairro que insiste em crescer, o terrão e a arquibancada seguem firmes.
Pra não deixar a gente esquecer que tudo tem sua história. E, felizmente, tem futuro.
O futuro do Grêmio Taboão segue sendo escrito pelas ações dos atletas e do pessoal que coordena o time.
Talvez não vejamos o time de volta ao profissional. Mas o leão seguirá empunhando a bola, firme e forte.
E o campo seguirá resistindo ao cimento…
Um grande orgulho registrar esse estádio que levou o futebol do bairro do Taboão para a história do futebol profissional paulista!
E não é que mais um ano conseguimos cumprir a tradição de ir até Assis para ver um jogo do VOCEM?? O VOCEM é um time que sempre povoou meu imaginário fosse pelas histórias que meu pai contava, ou pelas tantas férias que passei na casa da vó Luzia, tendo como “vizinho de frente” a Igreja da Vila Operária, onde o Padre Belini fundara a equipe local. Abaixo uma foto do Padre com meu vô Tonico, meu primo Gustavo (sãopaulino) e eu, armado, de cuecas e sandálias.
Ir pra Assis quase que anualmente significa refazer uma peregrinação que mistura a história da minha família ao futebol local e à ferrovia, aproveitando ainda para conhecer novas cidades ao caminho (dessa vez passamos por Cerquilho, São Manuel, Pirajú).
Também gosto de fotografar alguns locais para ver como as coisas vão mudando, e mesmo pixações que tenham a ver com meu jeito de pensar e viver, assim, seguem algumas dessas fotos:
Dói demais ver tantos trilhos, tanta estrutura pronta simplesmente abandonada… A Ferrovia faz parte da história do interior e cruzou muitas vezes com o futebol.
E o Osvaldo Gimenez Penessor, meu pai, entrou no clima do rolê, passeando com sua camisa da Ferroviária!
O interior paulista tem uma vida social e cultural riquíssima, que mistura passado e presente.
Outro detalhe que sobrevive na cidade são as casas de madeira que resistem ao tempo e mantém-se lindas!
Aqui, a praça na Vila Operária, onde ficava a Paróquia, hoje reformada e bem ajeitadinha:
Aqui a imagem do padre Aloísio Belini junto da escola de samba da Vila Operária (mesmo local de onde nasceu o VOCEM).
Tivemos tempo de dar um pulo em Cândido Mota (tomar um sorvete na praça é passeio obrigatório!) e visitar o campo do CAC (Clube Atlético Candidomotense), o Estádio Municipal Benedito Pires!
No sábado, deu ainda pra acompanhar um pouco do dérbi de Assis, pelo sub 20, final de jogo VOCEM 0x0 Asssissense…
Também fomos dar um alô no campo da Ferroviária!
E no Clube São Paulo de Assis, completando o ciclo dos times que disputaram as competições oficiais da Federação representando Assis.
Enfim, o fim de semana passou corrido, e quando me dei por conta, já era domingo de manhã, hora do jogo, e lá fomos nós, de volta à Vila Operária, para o Estádio Municipal Antônio Viana da Silva, o “Tonicão”.
O jogo era a última rodada da segunda fase da série B, de onde se definiriam os 8 times a disputar as quartas de final. O VOCEM enfrentaria a AD Guarulhos do amigo Rapha!
Essa é a fachada do Tonicão. Acanhada né? Merecia um letreiro com nome da cancha…
Chegamos cedo, e pudemos acompanhar a entrada da torcida local, animada, mas ainda em pequeno número perto do potencial que a cidade tem.
O Estádio tem duas arquibancadas, onde cabem 5 mil pessoas em cada. O público do jogo foi de 2 mil torcedores.
Como tudo isso aconteceu há quase um ano, o fim da história eu já posso resumir pra vocês… Nem o VOCEM nem o AD Guarulhos (dos nossos amigos Francisco e Cabelo) subiram pra A3…
Se há alguns anos atrás, nosso companheiro nessa aventura foi o tio Zé (já falecido), dessa vez foi o Tilim (filho do Tio Zé) que nos fez companhia!
Destaque pra tradicional pipoca de estádio, sempre presente!
A torcida local compareceu, não em tantas pessoas como eu esperava, pra um jogo decisivo, mas… Lá estavam os apaixonados pelo futebol!
O time local venceu a partida por 4×1, eliminando qualquer esperança pro Guarulhos.
Depois de termos conhecido os estádios de Pirassununga e Descalvado, a terceira etapa do nosso rolê nos leva à mágica cidade de Santa Rita do Passa Quatro, onde vivem cerca de 28 mil pessoas.
Todo curioso já se perguntou o porquê do “passa quatro” e a resposta vem da natureza: antigamente para se chegar à cidade era necessário se passar quatro vezes por um córrego (que nós nem conseguimos achar em nossa viagem). Mas…. A cidade está lá! E também suas ruas de paralelepípedos, tão charmosas…
Tem praça com coreto também!
E tem a tradicional Igreja Santa Rita de Cássia.
Casas bonitas com leões de guarda na entrada? Tem lá também!
Se nosso amigo Rafael Furlan, o geógrafo, lesse esse post, ele ficaria contente em ver que notamos uma formação curiosa e que depois pesquisando descobrimos tratar-se do ponto mais alto da cuesta basáltica (uma espécie de montanha que tem um lado “normal” e o outro super íngreme) que cruza o estado de São Paulo. Mas não fui atento o suficiente para fotografar…. Mas fiz mais fotos da rua, olha:
Bom, mas geografia a parte, estávamos visitando a cidade para conhecer o estádio que serviu de casa da Associação Atlética Santa Ritense nas 16 edições do Campeonato Paulista que disputou entre a terceira e a quinta divisão.
Sendo assim, bem vindo ao Estádio José Pereira da Silva, o “Pereirão“!
O estádio fica junto do clube social, então em todo lugar se vê o distintivo da Santa Ritense pelas paredes!
E como mostra o distintivo, a Associação Atlética Santa Ritense foi fundada em 25 de janeiro de 1927. De lá pra cá, muita história rolou com esse time que caminha para seu centenário… Em 1928, o Diário Nacional noticia um amistoso:
O Correio Paulistano de 1930 noticia um amistoso com o Operário FC de Porto Ferreira:
E outro, no mesmo ano, fora de casa, em Leme, contra o Lemense:
Outro amistoso noticiado em 1932, desta vez contra o Porto Ferreira Clube:
Em 1936, foi a vez de enfrentar o Descalvadense:
Destaque também para as diversas participações no Campeonato Amador do Interior, como mostra a Gazeta Esportiva de 1956:
Ou o Correio Paulistano de 1957:
Encontrei uma foto do time juvenil de 1958:
A partir de 1964 o time começou a disputar o profissionalismo, na quarta divisão. Em seu ano de estreia liderou a primeira fase.
Termina a 2ª fase na 5ª colocação:
Jogaria ainda a 4ª divisão em 1965, quando não passou da 1ª fase. Licencia-se do futebol profissional até 1970, quando acaba jogando a 3ª divisão, já que o 4º nível do Campeonato Paulista acabou cancelado. Azar dos adversários que viram uma linda campanha na primeira fase, classificando o time para a semifinal, onde é derrotado pelo Rio Branco de Ibitinga.
Nota no jornal sobre partida do Campeonato Paulista de 1970:
Em 1971, manteve-se no 3º nível do futebol paulista mas não se classificou para a fase final do Campeonato. Novamente se licencia do profissionalismo e só retorna em 1975, em um campeonato que não chegou ao final por problemas na primeira fase. Em 1976, lidera o 1º turno da primeira fase:
Mas faz uma péssima campanha no 2º turno e também na 2ª fase. Em 1977, joga a quarta divisão e não se classifica para a segunda fase. De 1980 a 86 disputa a 3ª divisão. Novo licenciamento, dessa vez mais longo, retornando apenas em 1999, agora na 5ª divisão. Disputa as edições de 2000 e 2001, quando obtém vaga para a 4ª divisão, a série B1 de 2002. Em 2003 é impedido de disputar a fase final por problemas em seu estádio. E em 2004 disputa sua última competição, despedindo-se do futebol profissional. É ou não é muita história pra um único distintivo?
Possui uma grande rivalidade local com a Sociedade Esportiva Cinelândia, com quem faz o Derby citadino.
A SE Cinelândia disputou a 5a divisão do Campeonato Paulista em 1997, 1999 e 2001 (aliás, obrigado ao amigo David Willian Severino Martins pelo lembrete!). E eles tem até seu próprio campo, o Estádio Dr. Alcides Ribeiro Meireles:
Até a Portuguesa Santista já esteve lá fazendo uma pré temporada!
No estádio cabem em torno de 3 mil torcedores.
Encontrei outras imagens do Estádio Dr. Alcides Ribeiro Meireles pelo site da Prefeitura falando do campeonato amador da cidade:
O time campeão foi o Disk Limp:
Mas, infelizmente nessa visita, registramos apenas o Estádio José Pereira da Silva, a começar pela tradicional foto na bilheteria.
Segundo matéria do Diário da Noite, o Estádio é de 1927!
Que tal uma olhada mais de perto? Sigam me os bons!
Tava até rolando uma pelada na hora em que estivemos por lá!
Aí está ela! A arquibancada coberta que já abrigou tantos torcedores do sol e da chuva (será?).
A arqui
bancada ainda segue para ambos os lados da cobertura.
Bancos de reserva bem colocados a espera dos suplentes!
Aí sim! Mais uma memória registrada de uma equipe super tradicional e que tem grandes chances de voltar ao profissionalismo, caso tenha esse desejo!
Uma olhada no campo, dos dois lados e do centro:
A arquibancada de cimento promete aguardar o tempo necessário para novamente receber torcedores!
Um último olhar pelo lado de fora… E é hora de irmos…
Mas… Não podemos ir embora sem falar do terceiro time da cidade, que já não existe nem como time amador e nem como sede social. Trata-se do Córrego Rico Futebol Clube.
O time foi fundado em 1953, na Usina Santa Rita. Encontrei uma nota falando de um jogo em 1958.
Neste ano, o time foi campeão da Zona 24, como mostra a Gazeta Esportiva:
Em 1965 estreia no profissional disputando a quarta divisão do Campeonato Paulista, mandando seus jogos no Estádio da Usina.
Dando sequência às nossas aventuras na terra natal do meu vô Bruno, a Croácia, vamos mostrar hoje o estádio onde o NK TRNJE manda seus jogos.
O NK TRNJE disputa a 4ª divisão do Campeonato Croata, e nesse nível, a competição não é considerada profissional.
Mas vale lembrar que só nessa divisão, são 8 ligas regionais. O time foi fundado em 1924 pelos irmãos Bosnjak (Joseph, Ivo e Duka) e já em 1925 disputou a 4a divisão.
Nos anos 30 chegou a vencer a segunda divisão, mas houve uma reorganização feita pela federação e acabaram desclassificados.
Na década de 1940, Trnje é novamente campeão da segunda divisão, e chega à primeira divisão, mas a Segunda Guerra Mundial e o futebol local passa por uma longa paralisação.
Pelo que eu entendi, TRNJE significa ESPINHOS.
O estádio fica um pouco afastado do centro, num bairro mais residencial. Tirei um print do google maps pra se ter ideia:
Mas é uma região que procura incentivar os esportes, prova disso é o Centro Drustvo, que oferece diversos equipamentos para a prática esportiva.
Ele tem capacidade para 1.100 pessoas, como não consegui fazer fotos lá de dentro, achei algumas no site www.eug2016.com:
Achei algumas fotos pra conhecer um pouco da cara do time, esse de 1985:
O time de 1966:
Aqui, um lance de perigo em data desconhecida:
O time foi campeão da temporada 90/91, com o time abaixo:
E aqui algumas fotos do entorno (feitas por cima do muro hehehe):
Mais uma experiência única em um estádio do leste europeu!
Bem vindos à Diadema, ao tradicionalíssimo “Estádio Distrital Vila Alice“, que fica na Rua Guaíra, 345 – Vila Alice – Diadema!
Estive lá dia 7 de abril de 2018, para acompanhar as categorias de base do Santo André contra o Água Santa (logo de cara informo os placares: sub 15 – Água Santa 1×0 Santo André, sub 17 – Água Santa 1×3 Santo André.
Dá uma olhada no elenco do Santo André sub 15 e sub 17 em 2018:
O campo faz parte do imaginário da várzea do grande ABC.
Afinal, além da tradição de ser o campo onde o EC Vila Alice manda seus jogos nos torneios amadores. Aliás, quem quiser saber mais sobre o EC Vila Alice, os caras estão com uma página no Facebook (clique aqui pra ver) e um no Instagram (também é só clicar aqui).
O campo também serve de base para o esporte e lazer da comunidade ao redor.
Hoje ele conta com gramado artificial, sintético, o que permite fácil manutenção.
Mas nem sempre foi assim, o estádio passou por várias mudanças desde que a área era apenas uma olaria em 1967. O Nino, vice diretor do EC Vila Alice conseguiu uma foto histórica da época:Por muito tempo, o campo foi aquele tradicional “terrão” atendendo à comunidade local. E o próprio pessoal cuidava dele!
Em 2016, o Estádio foi todo reformado e passou a ter o gramado artificial.
E ficou show de bola! Por mais que o terrão seja bem tradicional, o resultado final do sintético é muito útil.
Infelizmente na nossa visita não deu pra registrar um depoimento nem do Nino, nem do Jorginho, presidente do time e zelador do campo (já há 45 anos), mas vale aqui o registro da importância de pessoas como eles por traz da manutenção de um campo tão bacana como esse.
Olha aí o pessoal do sub 15 do Ramalhinho:
E é falta para o Ramalhinho sub-17 …
Agora, com o sintético acabaram as reclamações dos vizinhos por causa da poeira.
Outra coisa que vale a pena registrar foi o bom público que compareceu aos jogos. E não eram apenas familiares de atletas, como normalmente acontece nesse tipo de competição.
Tinha muita gente ligada ao futebol da várzea, muitos torcedores do próprio Água Santa e também familiares e amigos dos atletas.
O campo fica literalmente no meio do bairro, sem maiores espaços e/ou recuos, mas tudo muito bem cuidado.
Outro ponto de grande alegria, foi o fato de ter encontrado Sidney Riquetto, atual presidente do EC Santo André, mostrando que a atual diretoria está acompanhando a base de perto.
A única notícia triste foi eu ter perdido minhas chaves hehehehe Se alguém encontrar, dá um alo!
Seguimos na estrada… Desta vez a cidade visitada foi São Manuel!
Pra quem conhece um pouco o interior de São Paulo, a cidade fica próxima a Botucatu, cerca de 270 km da capital.
Ruas ainda pacatas, características de cidades do interior, por onde circulam os quase 50 mil habitantes. Estão aí, a tradicional igreja e o coreto da praça!
Nossa missão era de conhecer e registrar o Estádio “Dr. Adhemar Pereira de Barros”, onde a Associação Atlética Sãomanoelense mandava seus jogos.
A Associação Athletica Sãomanoelense foi fundada em 21 de junho de 1919. No site O Debate regional encontrei a imagem abaixo, do início dos anos 20, numa época em que nem arquibancadas ainda existiam por lá.
Em 1921, recebeu o time do EC Sorocabano não só para um jogo, mas para uma vivência na cidade:
Em 1922, houve um amistoso com o Santos:
Já em 1923, passou a disputar o Campeonato do Interior!
E também encontrei essa matéria do jornal “A Cigarra” de 1924 sobre um amistoso com o SC Corinthians.
Disputou novamente o Campeonato do Interior em 1942, com o EC Bandeirante, também de São Manuel.
Em 43 e 44 mais uma vez a região teve a Ferroviária de Botucatu como campeã.
Em 45, o campeão do setor foi a Botucatuense e em 47, o Noroeste. O time dessa época (foto do site Tempodebola)
Aqui, notícias sobre o Campeonato de 1948:
Em 1957 rolou até um amistoso com o Palmeiras:
Seus anos de glórias foram a década de 60. Logo em 1961, um amistoso contra o São Paulo.
Depois, a AA Sãomanoelense foi campeã, em 1968, da quarta divisão.
Dá pra ver as suas tradicionais cores (vermelho e preto) na foto abaixo, do time dos anos 80 (também do site Tempo de Bola):
Aqui, o time de 1990:
Mas, o tempo do futebol profissional se foi e o Estádio “Dr. Adhemar Pereira de Barros acabou ficando para o futebol amador, mas ainda muito bem conservado.
O Estádio recebeu 12 participações no Campeonato Paulista de Futebol.
Infelizmente o clube não resistiu às mudanças do futebol e principalmente aos altos custos e acabou licenciando-se da Federação Paulista, deixando ainda mais órfã a região (que já possuiu clubes em Botucatu, Lençóis Paulista, Avaré, entre outras cidades).
A atual capacidade do estádio não passa de 2.000 torcedores, e mesmo sabendo que para disputar o profissional, seriam necessárias obras de expansão, esse tema vive sendo discutido entre os boleiros da cidade.
Falando em boleiros da cidade, taí uma parte deles que ainda frequentam o estádio (que tem um bar anexado, onde rola a tradicional sinuca).
Um último olhar sob a arquitetura antiga da cidade, e como o sol se vai… Nós também vamos…
O futebol já ajudou milhares de cidades a escrever seu nome na história do esporte nacional.
Entretanto, existem algumas que acabaram esquecidas pelo grande público, mesmo tendo seus momentos heróicos.
E foi em busca dessas histórias já desgastadas pelo tempo que fomos até Iracemápolis…
O futebol de Iracemápolis teve como principal representante o Clube Atlético União Iracemapolense, o CAUI, fundado em 1 de maio de 1946. Escudo vindo do incrível site Escudos Gino!
O time representava a cidade e tinha o apoio da Usina Iracema, atualmente pertencente ao grupo São Martinho.
O CAUI participou de nove edições do Campeonato Paulista de Futebol Profissional, entre a terceira e a sexta divisão, de 1986 a 1992, quando se desligou da Federação Paulista de Futebol.
O mascote do time era um Pé de Cana.
Procurando informações no Google, descobrimos o Estádio Municipal Alpino Pedro Carneiro, onde o time teria mandado seus jogos nos campeonatos profissionais, assim, fomos até a Rua Duque de Caxias para conhecer esse histórico campo!
Se o Estádio não tem uma boa fachada identificando seu nome, ao menos encontramos algumas placas comemorativas bem bacanas.
Embora a placa acima mostre a data de 1988, essa outra placa mostra que a conclusão do Estádio acontecera antes, em 1978:
O Estádio tem capacidade para 3.200 torcedores e está em boas condições, embora só receba partidas do futebol amador.
A arquibancada é de cimento, com pouco mais de 10 degraus e uma distância segura do campo, para a tristeza dos torcedores mais exaltados…
Aproveitei a presença do pessoal que jogava um baralho ali pra ouvir um pouco sobre o futebol local.
O que eu descobri é que a verdadeira “casa” do CAUI não era este estádio, mas sim um segundo estádio, localizado próximo da Usina Iracema, assim, nos despedimos desse belo templo do futebol e fomos em busca desse segundo campo.
E não é que encontramos mais um belo Estádio, o Dr. Dimas Cêra Ometto!!
Infelizmente ele também está dedicado apenas ao futebol amador, atualmente.
Mas já recebeu jogos históricos. Fuçando no site “Jogos Perdidos“, encontrei uma súmula de um jogo contra a A.A. Chavantense, de 1988.
E 1988 foi um ano especial para o CAUI, pois foi quando conseguiram o acesso para a série A3. Olha que belo quadro encontrei no bar do estádio!
Aliás, o bar do Estádio tem outra fonte de histórias incríveis, trata-se de Toninho e Neuza, que cuidam de lá e sabem bastante da história do futebol local.
Mostraram essa outra foto do time, já nos seus anos finais:
Segundo eles, esse é o time amador que mais joga (e bebe) atualmente no estádio:
Vale a pena um olhar ainda mais romântico para as arquibancadas, de madeira, do Estádio…
Os bancos de reserva também preservam em sua própria madeira a memória de décadas de futebol amador e profissional…
Outro ítem bacana do estádio são os vestiários:
O campo está em bom estado, como pode se ver:
Mais uma placa histórica:
Assim, marcamos presença em mais um santuário histórico do futebol! Antes que você pergunte, foi aqui em Iracemápolis que o Elano (atualmente no Grêmio, mas ex atleta do Santos e da seleção brasileira) começou sua carreira, mas pra mim, essa é uma história de menor valor local.
Ah, mas antes de irmos embora o nosso guia, o “Tio Lúcio” experimentou um pouco da culinária do estádio local (e aprovou!).
O Estádio fica perto da Usina Iracema, que ainda funciona a todo vapor, mas que já não apoia o futebol como outrora!
Missão cumprida, é hora de pegar a estrada de volta com direito a uma parada em um ponto especial, em Limeira, a “Casa de suco Pessatte”, onde por R$ 3 se bebe quanto suco natural de laranja quiser… Mais informações: http://www.pessatte.com.br/
Graças ao Lúcio, nosso guia, decidimos passar por alguns lugares tão próximos quanto pouco divulgados, a começar pelo Rio Piracicaba, ainda na cidade de Americana:
A barreira da represa de Salto Grande forma uma bela cena, há menos de 100km da capital…
A 118ª camisa de futebol do nosso blog é de um time que representa uma cidade da Grande São Paulo e que por isso acaba sofrendo com a competição desleal dos grande times. Estou falando da cidade de Guarulhos e esse post é em homenagem a quem segue torcendo pelo time da sua própria cidade! O dono desta camisa é a Associação Atlética Flamengo de Guarulhos!
O Flamengo de Guarulhos foi fundado em 1º de junho de 1954. Diferente da maioria dos times de futebol, o Flamengo foi fundado por uma mulher, a carioca Guiomar Pereira Xavier (adivinha o time dela…). Esse era o time juvenil de 1955:
A cidade já contara com outras equipes importantes que disputaram o profissional, como o União Vila Augusta Futebol Clube, a Sociedade Esportiva Guarulhos, o Esporte Clube Golfinho, a Associação Atlética Macedo, além da AD Guarulhos, que atualmente disputa a série B do Campeonato Paulista. O time permaneceu vários anos disputando campeonatos amadores. Foi campeão 7 anos consecutivos do Campeonato Guarulhense da Primeira Divisão, de 1969 a 1975. Em 1979 chegou a disputar a quinta divisão do campeonato paulista, com o apoio dos demais times da cidade. Entretanto, acabou não se mantendo no profissionalismo, dando lugar à Associação Desportiva Vila das Palmeiras (atual AD Guarulhos).
Nos anos 80 levantou sua casa, onde manda seus jogos, o Estádio Antônio Soares de Oliveira.
Estivemos por lá vendo um jogo do Flamengo contra o Atlético Sorocaba, confira aqui.
Entre 1994 e 1997, vieram mais quatro títulos municipais, sendo que em 1996, tornou-se a única equipe guarulhense sagrar-se Campeão Amador do Estado de São Paulo. Com tantas conquistas, em 1998, o time reestreava no futebol profissional. Logo, em 1999 sagrou-se campeão da Série B2. Em 2000, o bicampeonato paulista e o título da série B1. Em 2003, o time chegou afazer uma excursão pelo Oriente Médio, com o time abaixo:
Assim, no início do novo século, o time passou a ser figura marcante na série A3 do Campeonato Paulista.
Esse, o time de 2006:
Em 2007, a Federação Paulista organizou o que seria o embrião da Copa Paulista, a Copa Energil C, e o Flamengo saiu como vice Campeão, sendo derrotado na final pelo Independente, de Limeira.
Em 2008, mais um salto do time! O Flamengo de Guarulhos era campeão da série A3 e garantia acesso inédito para a série A2 de 2009.
O Flamengo alcançava seu mais alto vôo até o momento.
Em 2009, o time fez uma boa campanha, chegando até a fase final, mas não conquistando o sonhado acesso à primeirona. Entretanto, a série A2 não tem piedade e em 2010, o Flamengo voltava à série A3 do Paulista. Este ano (2011), o time voltou a fazer boa campanha, mas ficou a 4 pontos do retorno à A2, para a tristeza da torcida local.
O Mascote do time é o “corvo”.
O time possui várias organizadas, como a Invasão Rubro-Negra, a Flagelados, a Torcida Taliban e a Comando Rubro-Negro.