Quarta feira, 22 de janeiro de 2025. Uma tarde (!!) em pleno dia de semana… Muito calor, sem uma única sombra na arquibancada…. E ainda assim, alguns bravos torcedores compareceram…
É o fim do futebol. Pra quem joga, pra quem assiste, pra quem patrocina… Não faz sentido um jogo da série A2 nesse horário…
Após apenas 1 ponto em duas partidas, o Santo André sabia da responsabilidade do resultado desse jogo para a sequência desse início de Campeonato.
O Taubaté também entrou pressionado, principalmente após derrota por 3×0 no clássico do Vale. O papo dos times, antes do jogo deve ter sido pesado…
Infelizmente, as partidas da série A2 no geral tem uma mesma cara… Muita correria e marcação e poucas jogadas criadas gerando chances de gol.
E a primeira chance clara foi criada (e convertida) pelos visitantes… O Burrão da Central fez 1×0, placar que conseguiu segurar até o fim do jogo para desespero da torcida local.
Um jogo para se esquecer (e já foram tantos assim no ano passado)…
Parecia muito difícil acreditar que o Campeonato de 2025 poderia ser pior que o de 2024, mas infelizmente é o que está acontecendo…
Com o placar, o Santo André termina a 3ª rodada na zona de rebaixamento para a série A, na penúltima colocação… Enquanto isso, a diretoria aguentava lá do outro lado uma série de cobranças vindo da arquibancada.
O Santo André criou chances de gol? Poucas… E muito mal aproveitadas.
Um resultado que reflete em campo o que já se sente há anos na arquibancada: um distanciamento da torcida, um sentimento de ausência da diretoria nos dias de jogo e mesmo nas cobranças quando passamos por maus resultados como o de hoje. Alguns citam o ex presidente Jairo Livólis que sempre teve uma postura enérgica nesses momentos levando a cobrança para o vestiário logo após o jogo.
Fica o registro de mais uma partida… Uma lembrança triste, mas que faz parte. O grande medo não é o placar ou o momento, mas a expectativa de um futuro (ou de um “não futuro)…
30 de novembro de 2024. Sábado a tarde. Dia de embate inédito em plena final do tradicional Campeonato da Federação Paulista: o Amador do Estado!
Nos dirigimos até o Estádio Municipal Pedro Benedetti, a casa do Grêmio Mauaense…
Mas hoje, é dia de ver outra equipe de Mauá: o Belenense FC que enfrentou o CA Bandeirante de Brodowski pela primeira partida da final do Campeonato Amador do Estado de 2024. Vamos lá?
E aí está o Estádio Pedro Benedetti em mais um grande momento de sua história, recebendo uma final de Campeonato Estadual!
E bola em jogo para a tão aguardada final!!!
Final que colocou em campo dois times com modelos bem diferentes: um representando a quebrada de uma grande cidade industrial e outro que defende uma pequena cidade do interior. O que ambos tem em comum? São apaixonados pelo futebol! E hoje foi a vez de registrar a festa da torcida do pessoal de Mauá!
A torcida local teve como principal representante sua organizada, a Fúria Belenenseque canta com orgulho o amor ao Morro do Macuco, no Zaíra, a sede do time.
A Fúria pintou de azul, vermelho e branco as bancadas do Benedetti!
A bateria da torcida estava animada!
Se liga que bonitas as faixas e bandeiras da torcida:
O jogo era um enorme desafio para a equipe do Belenense porque o CA Bandeirante é um verdadeiro fenômeno no Campeonato Amador do Estado, sendo o atual campeão do torneio. Mas o Belenense soube se impor, dificultando o jogo!
Aliás, estivemos em São Bernardo vendo o primeiro jogo da final entre o Nacional da Vila Vivaldi e o próprio CA Bandeirante de Brodowski em 2023. Veja aqui como foi e abaixo um registro de como estava a torcida do time de São Bernardo:
É muito legal poder registrar o amor do pessoal pelo time da sua área…
Bacana também ver a renovação da bancada, muita criança torcendo pelo Belenense FC!
Mas o CA Bandeirante passou a apertar…
Até que finalmente fez valer sua condição de favorito e fez 1×0…
Mas de verdade, o gol passou quase como desapercebido para a torcida do Belenense que não se importou com o resultado. O pessoal está ali pra levar o nome do seu time e o seu bairro até as últimas!
Aqui, a rapaziada que pediu pra fazer a foto!
Na arquibancada, a Fúria empurrava o time rumo ao empate!
Foi bom reencontrar o amigo Daniel Alcarria, que além de historiador e jornalista, agora é Secretário adjunto de esportes em Mauá e me convidou para ir até a cabine de imprensa, onde pude conhecer o prefeito reeleito Marcelo Oliveira.
E também acabamos conhecendo o pessoal da organização do CA Bandeirante:
Aproveitei o intervalo para bater um papo com Guilherme Aleixo, o presidente do CA Bandeirante de Brodowski, confira:
Também deu pra conversar com o vice presidente Márcio de Oliveira Passos:
Vamos dar um rolê e registrar um pouco de quem representa o time nas arquibancadas…
O time visitante começou o segundo tempo com tudo e Léo, cobrando falta com categoria, marcou um golaço ampliando a vantagem do CA Bandeirante.
Um detalhe chato: o ônibus da torcida vindo de Brodowski teve 2 pneus furados no rodoanel. Em apoio, a diretoria do time mandou alguns carros pra trazer ao menos parte da torcida, e só foram chegar na metade do segundo tempo, quando foram impedidos de entrar até quase o fim do jogo… Depois de muita conversa com polícia e representantes da Liga Mauaense, finalmente puderam conhecer o Estádio e ver a vitória do CA Bandeirante sob a tradicional neblina de Mauá…
Destaque para os uniformes, as duas camisas muito bacanas!
Que tal curtir um fim de tarde de neblina em Mauá, curtindo um futebol? Pra que praia?
Com 3×0, você talvez teria abandonado seu time, mas a Fúria Belenense não fez isso e de recompensa ainda ganhou um gol já no finzinho do jogo, terminando em 3×1 para os visitantes!
Hora de dizer tchau para o Estádio Pedro Benedetti…
Mais um rolê incrível! Quem sabe a gente cria coragem para pegar a estrada e ver o jogo de volta…
Feriado de 15 de novembro de 2024. Além de visitarmos a cidade e o Estádio de Campo Limpo Paulista, também fomos conhecer Várzea Paulista, uma cidade jovem, nascida no século XIX graças à Ferrovia Santos Jundiaí. A estação local foi inaugurada em 1891 e como a estrada passava por uma várzea campesina, surgiu o nome do povoado…
Mas, muito antes, estas terras eram ocupadas possivelmente pelo povo Tupi Guarani e seus parentes (Tupiniquim, M’byá entre outros). Foi a chegada dos portugueses que mudou drasticamente esta realidade.
A ocupação começou com pequenas olarias, cerâmicas, destilarias até chegarmos no café, que impulsionou o desenvolvimento da região, infelizmente bastante baseado no uso de mão de obra escravizada. (A foto abaixo apenas ilustra o triste fato, com uma plantaçào de café do Rio de Janeiro)
Em 21 de março de 1965, mobilizações populares fizeram com que o distrito fosse elevado a município de Várzea Paulista, onde vivem atualmente, quase 110 mil pessoas.
No momento de desenvolvimento industrial da cidade, em 1952 foi fundada a Promeca S/A, Progresso Mecânico do Brasil, que produzia tornos mecânicos de alta qualidade, como mostra a Matéria do Correio Paulistano daquele ano:
Uma imagem de um torno da Promeca:
E é dos funcionários da empresa que nasceu o bairro da Promeca, com o primeiro conjunto habitacional de Várzea e um time de futebol: a Associação Esportiva Promeca!
A AE Promeca foi fundada em 21 de abril de 1955, quando Várzea Paulista ainda era um distrito de Jundiaí, por isso, a dúvida sobre a cidade de origem do time. Pra piorar, o time mandou seus jogos mais importantes no Campo do Nacional de Jundiaí, um pouco distante da Vila Promeca, em Várzea Paulista.
Aqui, um registro de um amistoso de 1957, contra o CA Legionário de Bragança Paulista:
Ainda naquele ano, a AE Promeca sagrou-se campeã da Taça Cidade de Jundiaí.
Em 1958, disputou o Campeonato do Interior sempre mandando seus jogos no Estádio do Nacional:
Dá até pra conhecer a escalação da AE Promeca daquele ano:
Encontrei uma nota sobre um amistoso contra um time misto do Santos, em 1961:
Em 1962, fez sua estreia no profissionalismo disputando o Campeonato da 3ª Divisão (o 4º nível do futebol Paulista) e classificou-se como líder na 1ª série.
Na fase final, a AE Promeca surpreendeu e terminou como vice campeão paulista da 3ª divisão de 1962!
Dessa forma, a AE Promeca consegue o acesso para a 2ª Divisão de 1963 (que equivalia ao terceiro nível do futebol paulista). Abaixo a campanha desta equipe na competição: 8/9- Estrela de Piquete 1×1 Promeca 15/9– Promeca 3×2 Cerâmica São Caetano 22/9- Promeca 2×1 Hepacaré (Lorena) 29/9- Volkswagen (São Bernardo do Campo) 0x1 Promeca 05/10- Promeca 3×2 Ituano 13/10- Nitroquímica (São Miguel Paulista) 0x1 Promeca 20/10- Promeca 4×0 Corinthians (Votorantim) 03/11- Cerâmica (São Caetano) 2×1 Promeca 10/11- Promeca 4×3 Estrela (Piquete) 17/11- Corinthians (Votorantim) 1×1 Promeca 24/11- Ituano 0x1 Promeca 01/12- Promeca 2×1 Volkswagen (São Bernardo do Campo) 08/12- Hepacaré 2×1 Promeca 15/12- Promeca 3×0 Nitroquímica (São Miguel Paulista)
Na segunda fase, acabou eliminado, mas fez uma campanha bacana!
19/1- Promeca 1×0 Cerâmica (Mogi Guaçu) 26/1- Hepacaré (Lorena) 1×1 Promeca 02/2- Cerâmica São Caetano 1×0 Promeca 16/2- Promeca 1×1 Palmeiras (São João da Boa Vista) 23/2- Internacional (Limeira) 2×0 Promeca 01/3- Promeca 1×0 Cerâmica São Caetano 08/3- Palmeiras (São João da Boa Vista) 8×2 Promeca 15/3- Promeca 2×1 Internacional (Limeira) 22/3- Cerâmica (Mogi Guaçu) 4×2 Promeca 29/3- Promeca 2×2 Hepacaré (Lorena)
Infelizmente em 1964, o time se licenciou e passou a disputar apenas as competições amadoras. Aqui, o time de 1966:
Outros times sem a identificação da época:
O time acabou se licenciando do profissionalismo e acabou sumindo até mesmo das disputas amadoras. Para tentar sentir um pouco do que foi a sua trajetória fomos até a vizinha Jundiaí para registrar o Estádio onde a AE Promeca mandava seus jogos.
O campo do Nacional, que fica ali bem em frente à estação de trem!
A estação é a última parada do trem Jundiaí-Rio Grande da Serra e é bem movimentada!
Bacana terem preservado um pouco do passado bem ali em frente à estação!
Do outro lado da avenida e alguns quarteirões à frente fica a sede e o Estádio do Nacional Atlético Clube, funcionando quase como a sede do time da capital.
Sendo assim, o campo do Nacional acabou utilizado por outros times em disputas oficiais, como fez a AE Promeca!
Olha aí os bancos de reservas embaixo dos coqueiros que seguem a linha lateral do campo.
Ao fundo, a cidade que não para de crescer. Aqui, o meio campo:
Aqui, o gol do lado esquerdo:
E o gol do lado direito:
O sol quente nem fazia lembrar da chuva que caiu horas atrás…
E aí estamos em mais uma aventura futebolística!
Atualmente, só existem arquibancadas atrás do gol, onde está a estrutura do clube.
A parte interna do clube é bem bonita, uma pena que aparentemente o clube não tenha mais tanto glamour como no passado…
Fiquei em dúvida se essa informação presente em uma das paredes refere-se ao estádio ou ao clube…
E tudo isso, em território Jundiaiense…
Só nos restou curtir um pouco da cidade antes de ir embora, almoçando no Mercadão dos Ferroviários…
Olha as placas que eles mantiveram por lá:
E depois ainda fomos até o Museu Ferroviário da cidade:
Olha quye placa bacana sobre a CIA PAulista de Vias Férreas:
Uma pena que estas locomotivas estão aí se degradando a céu aberto…
As construções pelo menos estão super bem mantidas!
Dentro do Museu, até uma camisa do Paulista está presente!
Ao lado dela uma foto do estádio antigo do Paulista, na Av Prof Luis Rosa:
Existe uma relação bastante complicada entre indígenas e a ferrovia…
E essa placa do século XIX??
Estou pensando em comprar essa locomotiva pra ir até os estádios, que tal?
Essa abaixo é uma miniatura, que, segundo a moça que trabalha no museu, tem planos para transportar crianças pela área externa…
Sábado, 9 de novembro de 2024. Quem diria que após algumas horas de estrada, finalmente acompanharíamos um jogo do Grêmio Novorizontino ao lado de sua torcida.
Pra mim, estar ao lado da torcida do Grêmio Novorizontino era um sonho há décadas, desde o time anterior, o Grêmio Esportivo Novorizontino que tanto chamou a atenção naquela final caipira do paulistão de 1990…
Como a distância é grande para um bate e volta no fim de semana, preferimos dormir em Bauru para ganhar tempo no retorno. E já que estávamos por lá, antes da partida fomos ver como está o campo do Estádio Alfredo de Castilho, a casa do Noroeste na série A1 de 2025.
Também deu tempo pra um alô no pessoal da Sangue Rubro, torcida do Noroeste que tem sua sede em frente ao portão principal do Estádio! Abraços ao Pavanello e demais amigos que nos receberam muito bem, como sempre!
Também fomos visitar o local onde ficava o Estádio Lusitana que hoje é um supermercado. Estes são os dois painéis que ainda estão no mercado:
O fim de semana já tinha começado em alto estilo com um encontro com o ex-jogador Gamarra, eterno rei da zaga paraguaia!
Mas, nosso objetivo do fim de semana era acompanhar a torcida do Novorizontino no Estádio Doutor Jorge Ismael de Biasi, o tradicional “Jorjão”!
Mais que um jogo, trata-se de uma verdadeira decisão com o Operário Ferroviário (time de Ponta Grossa-PR) pelo acesso à série A do Campeonato Brasileiro, por isso é dia de casa cheia no Estádio Dr. Jorge Ismael Di Biasi!
Este poderia ser o último jogo do Novorizontino como participante da série B, e por isso, os torcedores da cidade e da região compareceram!
Até as cadeiras cobertas lotadas!!
Dr. Jorge ficaria orgulhoso deste momento…
Visitantes presentes! O pessoal de Ponta Grossa, a torcida Trem Fantasma, compareceu mostrando que acredita no Operário Ferroviário Esporte Clube nesta reta final pelo acesso para a série A do Brasileirão!
Estivemos na companhia do Rico, que também apresenta o podcast Papo de Andreense e representa a nova geração de apaixonados pelo futebol raiz do Brasil.
Olha como estava bonito o Estádio…
Empolgado com a torcida, o Grêmio pensava em vencer de qualquer forma para garantir ainda nesta rodada seu acesso!
Até o mascote do Novorizontino estava rosnando dentro da jaula do Estádio Doutor Jorge Ismael de Biasi !!
Cada um mostra seu amor e apoio pelo time como deseja. Esse pessoal estava usando a dança para animar a torcida. No intervalo eles foram pra dentro de campo fazer a festa!
Pra quem saiu do ABC embaixo de chuva, o dia bastante ensolarado em Novo Horizonte nos surpreendeu…
E será que o sol atrapalhava a visão?
Estratégias para se proteger do sol não faltaram. Dos tradicionais chapéus…
Até um tecido TNT (tipo um feltro fininho) amarelo que além de colorir o estádio, ainda foi usado por baixo do boné (no canto inferior direito da foto) para uma proteção ainda mais eficaz!
Posso dizer que meu boné salvou…
O calor estava tão grande que até um sheik apareceu para apoiar o Grêmio Novorizontino!
E teve até quem aproveitou a desculpa de se proteger do sol pra dar celebrar o amor…
Em campo, o Grêmio tomava as iniciativas mas as chances criadas acabavam desperdiçadas, e o Operário ainda levava perigo não só nos contra-ataques como também criando oportunidades reais.
Mas o Grêmio apertava! Parecia que o gol era questão de tempo!
A torcida fez uma festa a parte! Você que está lendo precisa lembrar que Novo Horizonte possui uma população de pouco mais de 40 mil pessoas… Tem ideia do que significa pra essas pessoas o time chegar à série A do Brasileiro?
Não tem anda mais legal que ver o envolvimento das pessoas com, talvez o mais precioso bem cultural da cidade: o seu time de futebol!
O lado das cadeiras cobertas tradicionalmente não canta muito, mas pelo menos apresentou uma padronização bem interessante quanto ao uso de camisas e bandeiras!
E hoje poder ver ao vivo a torcida pintando o Estádio Jorjão de amarelo e preto foi inesquecível!
O grande problema é que por mais que se esforçasse, o time não estava empolgando em campo e acabou criando-se uma certa tensão ao ver o primeiro tempo terminar empatado em 0x0.
Pra quem não vive a realidade do futebol, são apenas imagens, pra gente que respira esse dia-a-dia ver um estádio como este dessa maneira é uma verdadeira vitória, independente do placar!
Fomos dar um rolê pelo estádio no intervalo e se em campo o time não resolveu as coisas, no bar o faturamento foi certo!!
Foi bacana ver a diversidade de público no estádio, de crianças ao pessoal mais velho, todo mundo curtindo o momento único da cidade!
Espero que daqui alguns anos essa torcedora possa lembrar de quando ainda usava mamadeira no estádio.
O segundo tempo começou e o Operário manteve o controle do jogo, ainda levando perigo em algumas cobranças de falta e bolas paradas.
Alguns reclamavam que o técnico Eduardo Batista demorava pra mexer no time. Mas eu considero que ele tem muita moral pela fase atual do Novorizontino.
Formou-se um círculo vicioso: o gol não saia, com isso o nervosismo ia aumentando, fazendo aumentarem os erros…
Nessas horas, os deuses do futebol não tem piedade… E mesmo em frente essa multidão de torcedores, colorindo de amarelo as bancadas do Jorjão, o gol não saiu…
O placar insistia no 0x0…
A Garra do Tigre (principal organizada do Novorizontino) estava gigante!
E mesmo transformando a bancada em um verdadeiro show dos Ramons, o gol não saiu…
E quando parecia que não tinha como piorar para a torcida local, vem a bomba… Conforme disse um torcedor do nosso lado: “O futebol pune!” Veja no canal do GE o gol do time visitante:
Foi uma decepção para todos…
Confesso que achei um pouco exagerada a reclamação da torcida por um time que está bem próximo da série A…
Refletores acesos como um sinal amarelo… Será que o tão sonhado acesso só virá no próximo jogo, também em casa, contra o Payssandu?
O fim do jogo foi chegando, a pressão do Novorizontino aumentando, mas sabe aqueles dias em que nada dá nada certo?
Os raios de sol começavam a baixar, mostrando que a tarde caia e que o jogo chegava ao fim…
E sem sentimento algum, o árbitro trilou seu apito e encerrou o jogo deixando parte da torcida em silêncio como que não acreditando que a festa programada para o jogo não fosse ser realizada…
Novamente, agradeço a oportunidade de participar desse momento histórico ainda que sentindo um pouco do amargo da derrota do dia… Mas, confesso estar na torcida pelo acesso do Tigre do Vale em homenagem a essa pequena cidade que desafia os gigantes do futebol!
Abraços ao Rico, que nos acompanhou pela primeira vez em um rolê como este.
A hora de ir embora misturou emoções… Por um lado, felicidade em ter vivenciado momentos tão incríveis ao lado da torcida do Novorizontino, por outro, triste pelo resultado que no mínimo adia o sonho do acesso.
Hoje, registramos o rolê feito para uma cidade próxima de Santo André, que quase sempre é apenas passagem para quem está indo para o litoral: Cubatão!
A região da atual Cubatão foi ocupada há pelo menos 7.000 anos, pelo chamado Homem do Sambaqui, seminômades, que tinham sua vida cotidiana ligada ao mangue, tendo sua subsistência nos siris, conchas, crustáceos e peixes. Atualmente pode-se encontrar um sambaqui – aqueles grandes montes de conchas que seriam o que sobrou da alimentação destes homens- na ilha do casqueirinho).
Os melhores caminhos para vencer a serra do mar passam por Cubatão, seja na caminhada como faziam os tupiniquins e demais povos indígenas, seja usando a Anchieta pra curtir a praia nos dias atuais. Lá pelos século XV e XVI, o mais conhecido desses caminhos subia a serra pela Trilha dos Goianases, no Vale do Ururaí, atual Mogi das Cruzes.
Segundo o artista Benedito Calixto, os indígenas desciam a serra para fugir dos meses frios do inverno e aproveitavam para pescar já que essa é a época da tainha. Você conhece o trabalho de pesquisa e artístico do itanhaense Benedito Calixto?
Este é seu famoso quadro Cubatão em 1826 que retrata o cenário da época:
A atual cidade é fruto desses caminhos indígenas, que acabaram adotados por João Ramalho (retratado no quadro abaixo por Benedito Calixto) e que se tornou comum aos portugueses que chegaram ao Brasil e que se dirigiam a São Paulo. Mas naquela época não foi encontrado nenhum povo instalado na região.
Segundo o site Peabiru Calunga, a sequência da história se dá com a concessão de terras da região por Martim Afonso. Uma das sesmarias acabou adquirida, em 1643, pela Companhia de Jesus. Em 1803, a Fazenda dos Jesuítas acaba extinta e surge um povoado no local, que sobrevivia da agricultura, principalmente as plantações de banana. Em 1841, o povoado acaba incorporado à cidade de Santos e somente em 1949 se emancipou, graças ao desenvolvimento da região, impulsionado pela construção da Via Anchieta e pelo crescimento das indústrias na cidade.
A industrialização trouxe 2 graves problemas: o primeiro, em 1965, quando o Regime Militar tornou Cubatão Área de Segurança Nacional por seu interesse estratégico e o segundo, o alto preço ambiental, que gerou uma série de problemas ligados à poluição e à ocupação irregular do espaço. Em 1984, um incêndio na Vila Socó ganhou enorme repercussão com a explosão dos dutos da Petrobrás onde havia uma favela que acabou pulverizada. Até hoje não se sabe o número de mortos.
Na sequência, o desastre da Vila Parisi: as indústrias geraram tamanho nível de resíduo que começaram a ocorrer mortes em neonatais por anencefalia. Por conta disso, desde 1985, a Prefeitura e o Governo do Estado trabalham em torno da preservação ambiental, com o apoio da ONU, tornando Cubatão um exemplo mundial de recuperação ambiental, com a volta de um símbolo de sua fauna, o guará-vermelho, que recebe quem chega à cidade.
Uma curiosidade importante: Cubatão é cortada logo em sua entrada pela linha férrea, por onde enormes filas de vagões passam conectando o agronegócio do interior brasileiro ao porto de Santos. E a estação de Cubatão é uma das mais antigas do Estado, inaugurada em 1867.
Sendo uma cidade com tantos problemas sociais, ambientais e até mesmo políticos, Cubatão encontrou no futebol um dos territórios para se desenvolver culturalmente e teve 3 times que fazem parte da sua história nas competições profissionais:
A Associação Atlética Guimarães é a equipe mais antiga que levou a cidade ao futebol profissional, sendo fundada em 9 de Novembro de 1964 junto à comunidade portuguesa de Cubatão.
Aqui, matéria do jornal “A Tribuna” ressaltando o time, um ano depois de sua fundação:
A sua sede social fica na Rua Santos, 176, no Bairro Jardim Francisco, em Cubatão, e aqui a vista na rua lateral (Av. Joaquim Miguel Couto, 200):
Além de disputar campeonatos regionais e partidas amistosas, a A.A. Guimarães entrou para a história do futebol ao disputar a edição de 1966 do Campeonato Paulista da Quarta Divisão (que se chamava “Terceira Divisão, já que a primeira era chamada de “Divisão especial”).
Neste ano, a Federação Paulista de Futebol resolveu incentivar a profissionalização dos clubes, principalmente em cidades que não tinham equipes disputando o campeonato. Por isso, a Terceira Divisão daquele ano teve 78 times tendo como campeão, o CA Ferroviário, de Araçatuba.
A Associação Atlética dos Guimarães fundada apenas dois anos antes, não era sequer o maior time da cidade, já que o Comercial Santista FC , fundado em 23 de abril de 1932, era mais qualificado nas competições amadoras.
O Comercial Santista FC foi vice-campeão amador do Interior Paulista e campeão da Liga de Futebol Amador do Litoral em 1965.
Outro time amador da cidade que merecia destaque naquele ano era o alviverde EC Cubatão, fundado em 1930.
Desafiando as estatísticas, o EC Cubatão segue na luta, com sede na rua Belarminio do Amaral, 812, no Jardim Sao Francisco, em Cubatão.
Porém, como o futebol não tem tanta lógica, a AA Guimarães não apenas disputou o campeonato como em um grupo formado por times do ABC e do litoral, conseguiu classificar-se para a segunda fase, na 3ª colocação do grupo.
A AA Guimarães (alguns chamam de “o” Guimarães) acabou desclassificada na fase seguinte, mas ainda assim, entrando pra história!
Esse foi o time que disputou aquele campeonato (foto do site O Curioso do futebol):
Após o Campeonato Paulista, o time tentou manter-se em disputas, com campeonatos locais e até promovendo uma peneira para disputar os anos seguintes, mas acabou se licenciando e nunca mais voltou…
Em 1968, a AA Guimarães foi declarada de utilidade público pela Prefeitura, mas nem isso ajudou o time a se manter nas disputas oficiais.
Atualmente a AA Guimarães encontra-se extinta… Então falemos do segundo time a disputar o futebol profissional defendendo a cidade: a AA Cubatense, fundada em 9 de abril de 2004.
Após eleições de 2004, a nova gestão eleita decidiu criar um novo time para a cidade, fundando a Associação Atlética Cubatense, e filiando-se à Federação Paulista de Futebol, para a disputa da edição de 2005 da Segunda Divisão Estadual (4º nível do futebol do estado), como noticia o jornal Tribuna de 2005:
A Cubatense teve uma primeira fase até que interessante ganhando 3 das quatro partidas que jogou como mandante, já na segunda fase, perdeu todas em casa. Destaque para as duas vitórias contra o líder do grupo, o São Bernardo FC.
Dessa forma, o time terminou na 7ª e penúltima colocação. Tivesse ganho os 3 jogos em casa da segunda fase, teria se classificado.
Vi que o amigo Frederico Carvalho Capacitortem uma camisa do time em sua página do facebook, então pra quem tem dúvida de como era o uniforme, aí está!
A AA Cubatense se licenciou já em 2006, mas depois de alguns anos, mudou de nome para Associação Atlética Montana Itapevi e passou a jogar competições das categorias de base em Itapevi. Em 2012, passa a se denominar Itapevi FC, e disputa a Série B do Campeonato Paulista.
Mais uma parada e nova mudança: em 2022, passa a jogar em Alumínio e adota o nome de Sharjah FC, tradicional clube dos Emirados Árabes com quem tem parceria.
O Sharjah disputa os campeonatos da base e ainda faz de Alumínio sede da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2023 e 24 (imagina se fosse em Cubatão…).
Por fim, Cubatão teve um terceiro (e até 2024, o último) time na cidade, o Clube Atlético Real Cubatense, fundado em 10 de julho de 2016. O clube buscou construir uma nova cara para o futebol cubatense e trouxe em seu escudo o Guará Vermelho, que materializou a recuperação ambiental de Cubatão.
O time fez sua estreia no profissionalismo no Campeonato Paulista da Segunda Divisão de 2017, terminando a primeira fase em 5º luar, ficando fora da sequência da competição.
Aqui o time daquele ano:
Embora o Atlético Real Cubatense tenha mandado seus jogo no Estádio Espanha, campo do Jabaquara, em Santos, a casa do futebol em Cubatão era (e deveria voltar a ser) o Estádio Poliesportivo Roberto Dick!
Por isso, fomos até Cubatão para registrar o Estádio Poliesportivo Roberto Dick!
Mais uma bilheteria para a nossa conta!
Atualmente o Estádio anda meio caidão para a prática do futebol, mas parece estar vivo e em movimento para o atletismo.
Lá ao fundo a famosa muralha da serra do mar faz a imagem de fundo do campo!
Se em campo não temos jogo, temos o Tapicuru, uma espécie que tem se espalhado pelo litoral paulista.
Aqui, o meio campo:
O gol da esquerda:
O gol da direita:
A estrutura da iluminação ainda esta presente:
Existe uma antiga estrutura lá ao fundo, parece uma fábrica, mas que é o Posto de atendimento ao trabalhador e a Junta do Serviço Militar de Cubatão.
Uma pena o dia estar encoberto e não conseguirmos ver a serra do mar como ela merece…
De qualquer modo, ficamos muito contentes em registrar mais um estádio que faz parte da história do futebol paulista.
24 de outubro de 2024. Dia de decisão na Neo Química Arena, jogo de ida da semifinal da Copa Sulamericana, com brasileiros e argentinos se enfrentando em campo e nas arquibancadas. Uma noite de linda festa das duas torcidas.
Graças ao amigo Adrian (Fulbito Records e Unión y Difusión Distro), tivemos acesso a alguns momentos dessa linda festa do ponto de vista menos mostrado pela mídia: a torcida visitante!
Em meio a uma intensa chuva, os torcedores do Racing levaram para o estádio a atmosfera que já havíamos acompanhado momentos antes no Banderazo realizado na Praça Charles Miller, no Pacaembu. (veja aqui como foi)
É difícil explicar pros hermanos como não podemos ter bandeiras de mastro nos estádios paulistas, mas eles deram um jeito de pintar de azul e branco seu espaço na arquibancada, que esteve com capacidade total dos ingressos vendida.
Também pode se ver (e ouvir) que a torcida do Corinthians também fez uma festa incrível!
Cada grito e canção transformou o espaço dos visitantes em energia contagiante, apoiando o time em um resultado que pode ser considerado positivo: 2×2.
A torcida do Racing demonstrou mais uma vez seu amor incondicional, como uma avalanche azul e branca inundando o estádio.
O Corinthians lutou para fazer a vantagem em casa, mas o Racing não se intimidou e buscou o empate com 2 golaços. Ou seja, a decisão está aberta em Avellaneda, mas a equipe argentina efz questão de agradecer sua torcida!
Em uma semana tão marcada pela violência entre torcidas, vale ressaltar que com exceção de alguns atos da polícia militar, os torcedores do Racing não tiveram nenhum tipo de problema com a torcida corinthiana, o que provavelmente trará uma recepção também amistosa no jogo de volta. Como o futebol sempre deve ser!
A 220ª camisa do site vem de Dubai, cidade mais populosa dos Emirados Árabes Unidos, onde a UAEFA (a Federação local) coordena ao futebol.
Agradeço ao meu amigão Caio Tambara porque essa foi mais um presente dele, mas será que o Caio e você se lembram onde ficam os Emirados Árabes Unidos
Primeiro lembre-se que a península árabe está a leste da África, separada pelo Mar Vermelho:
Os Emirados Árabes são uma Confederação de 7 emirados que se tornaram independentes da dominação inglesa em 1971, destes, o Emirado de Dubai é o maior.
E só pra lembrar que estamos falando de um país encravado no deserto e que tem desafiado a natureza na construção de uma sociedade nos moldes dos países ocidentais.
A camisa pertence ao Al Nasr Sports Club, um dos primeiros times dos Emirados Árabes, fundado em 1945, por um grupo de jovens visionários de Dubai.
Não confundir com o Al Nassr da vizinha Arábia Saudita onde joga atualmente Cristiano Ronaldo, que tem as cores amarelo e azul em sua identidade e o distintivo abaixo:
Em 2022, o Al NAsr mudou de distintivo, veja o novo segundo o blog Um Grande Escudeiro:
Com uma bola de futebol e muita vontade, o time foi fundado como: Al Ahli e apenas em 1960, após uma derrota no Catar, o clube decidiu mudar seu nome para Al Nasr, que significa “vitória”.
As primeiras reuniões eram em uma sede provisória num café ao lado do mercado de peixes – um cenário tão tradicional quanto curioso
Quando falamos sobre Dubai, devemos pensar em uma cidade com paisagens que vão do deserto ao luxo extremo, uma história de prosperidade bancada pelo petróleo. Mas, nos dias atuais, acho que todos os lugares acabam repetindo modelos e além do futebol, já existe até banda de rock por lá:
Aqui, uma foto do time em 1976:
O Al Nasr SC é tricampe˜ão nacional da chamada UAE Pro League, tendo seu primeiro título na temporada 1977-78, o segundo logo na sequência em 1978-79 e o terceiro em 1985-86.
Um grande momento ocorreu em 1973, quando o Santos foi até lá para um amistoso com o Al Nasr:
O Al Nasr também conquistou 4 Copa dos Emirados Árabes: 1984-85, 1985-86, 1988-89 e 2014-15. Manda seus jogos no Estádio Al-Maktoum que tem capacidade para 15.058 torcedores, inaugurado em 1981 e modernizado em 2018.
A beleza da arquibancada é que este é um dos espaços que vinham se mantendo minimamente democráticos até a chegada das arenas e a elitização do futebol com seus novos preços salgados…
Sente o clima de um jogo, graças aos vídeos do incrível Raw Football Feed:
Júnior Dutra (que passou pelo nosso Ramalhão) jogou por lá também!
Aqui, o time que disputa atualmente a Copa do Golfo:
A Pista de Skate de São Bernardo fez e faz a cabeça de muita gente de São Bernardo. Fica ali pertinho da ETE, do Senai, do Shopping Metrópole e do Paço Municipal.
A pista ficou um tempo fechada para reformar e foi reinaugurada em 2019 com um baita show do Suicidal Tendencies (foto do site Bastidor Político):
O skate já faz parte da cultura da cidade há mais de 5 décadas, mas existe outra coisa que faz parte da vida do pessoal de São Bernardo: as montadoras de veículos.
E eu diria que o futebol n˜ão só é parte da cultura local, como também o é há ainda mais tempo que o skate e as montadoras. Tudo isso pra dizer que hoje falaremos de um time que seguiu uma tendência da época e nasceu dentro de uma das tais montadoras: o Volkswagen Clube!
O Volkswagen Clube foi fundado em 7 de maio de 1958 e seu apelido era o “Lobo da Anchieta”, sendo registrado em uma série de canecas da época:
Depois de 2 anos disputando competições amadoras e amistosos, o Volkswagen Clube estreou no profissionalismo em 1960 na quarta divisão e faz um belo campeonato, terminando a primeira fase atrás dos 2 times classificados: ADC Rigesa e o Cerâmica.
Com a boa performance foi convidado a disputar a 3ª divisão de 1961, que naquele ano tinha o nome de “Segunda Divisão”. Mais um bom campeonato, terminando em 3º lugar da sua série:
Os bons resultados levam a uma ação ousada: no final de 1961, o Volkswagen Clube compra o estádio do Irmãos Romano! O local era, inicialmente, um sítio que pertencia a Corsino Suster. Em 1950 o sítio foi vendido para Domingos João Balottin e posteriormente aos Irmãos Romano até chegar ao Volkswagen Clube.
Em 1962, mais uma vez joga o “terceiro nível”do Campeonato Paulista, e pela primeira vez se classifica para a segunda fase:
E chega empatado ao final da segunda fase, obrigando um primeiro jogo desempate com o Cerâmica de São Caetano. Após um 0x0 no primeiro jogo, um segundo jogo é marcado e dessa vez o time da Volkswagen perde por 2×0.
Olha aí o time de 1962:
Ainda em 1962, Pelé participou de uma partida contra o Volkswagen Clube:
Em 1963, uma campanha um pouco mais discreta elimina o time ainda na primeira fase.
Em 1964, o Volkswagen Clube lidera seu grupo (a 1ª série) e por isso muitos acabam se confundindo e dizendo que o time fora campeão paulista deste ano, o que não é verdade. Embora o título da região fosse muito celebrado, o Campeão Paulista da Terceira Divisão de 1964 foi o Taquaritinga.
Parte da confusão é por cota das fotos das faixas sendo entregues pela equipe do São Paulo FC em amistoso que a equipe da capital venceu por 4×3.
Mas, importante dizer que o título só não veio porque a equipe do CAT estava endiabrada e acabou terminando 8 pontos a frente do Volkswagen…
Chegamos em 1965 e mais um honroso 3º lugar em sua série regional…
O time de 1965:
No Campeonato de 1966, novamente o Lobo da Anchieta se classifica para a fase final.
A fase final foi bem esquisita, visto que duas equipes acabaram desistindo e mesmo assim, o time da Volkswagen só obteve uma vitória…
Em 1967, mais uma vez o Lobo da Anchieta sagra-se campeão do seu grupo!
A fase final é um quadrangular, onde o time do ABC conquista apenas uma vitória e após esta campanha bem interessante, abandona o futebol profissional para sempre…
Mas em 20 de agosto de 1968, no aniversário de São Bernardo, ao menos o seu estádi teve um momento de glória: foi palco do jogo entre o SC Corinthians Paulista 3×0 Seleção da cidade.
As arquibancadas se tornaram insuficientes e os torcedores ocuparam os morros ao redor do estádio.
Na década de 70, o Volkswagen Clube chega a ter 16 mil associados! E encontrei uma nota no Jornal Cidade de Santos, que cita uma derrota em amistoso para o Jabaquara em 1975:
Mas na década de 2000, começam a surgir problemas. A dívida com a prefeitura bate os 3 milhões de reais. e por meio do Decreto nº 15.170, a Prefeitura declara a propriedade de utilidade pública, a fim de ser desapropriada. E assim terminam as aventuras da Volkswagen nos esportes, da mesma maneira como suas cooperativas de consumo também somem de nossa regi˜ao…
O futebol do ABC tem muita história e diversos times, mas hoje vamos falar de um dos poucos times da nossa região que podem se apresentar como Campeão Paulista. Falamos da Sociedade Esportiva Irmãos Romano e seu mascote esquisito…
A SE Irmãos Romano foi fundada em primeiro de fevereiro de 1958 e materializou no futebol a força de uma família bastante ligada ao transporte coletivo do ABC. Eles possuíam transportadora, encarroçadora (a Carrocerias Irmãos Romano) e participaram de diversas empresas de transporte, como a EAV São Bernardo Ltda.
Até hoje não encontrei informações oficiais que esclareça um pouco mais sobre a motivação da sua origem, se foi iniciativa dos trabalhadores ou dos próprios diretores, já que a família Romano gostava de participar de diferentes atividades. Mas vale lembrar que entre os anos 50 e 80 era comum as empresas profissionalizarem suas equipes internas como fizeram a Pirelli, Mercedez e a Volkswagen, entre tantas outras. O time mandava seus jogos no campo da Vila do Tanque:
O campo seria vendido anos depois à Volkswagen para construção de seu clube. Aqui, o estádio já em 1967 sob cuidados da Volkswagen:
O Estádio segue vivo, e em 1982, a Portuguesa Santista foi enfrentar o Aliança de São Bernardo, no Campo da Vila Tanque.
Encontrei uma matéria na Gazeta Esportiva de 1958 que cita um time comandado pela família sob o nome “Sociedade Esportiva EAVSBL” (Empresa Auto Viação São Bernardo Ltda). Será que este seria o embrião da SE Irmãos Romano??
A primeira citaç`ão com a denominação SE Irmão Romano que encontrei foi essa, também em 1958:
No ano seguinte à sua fundação, a SE Irmãos Romano estreia na Terceira Divisão do Campeonato Paulista:
E para a surpresa dos demais, o time se classifica para a fase final:
E sagra-se campeão, bem em sua estreia!
Aqui, o time campeão invicto, formado com Tirica, Cajuru, Zito e Osvaldo, Azeitona e Geta. Agachados: Belmiro, Carvalho, Rosinha, Retti e Canhotinho, além do “mascote” do clube. Foto colorizada por F.J.Marotti. Fonte: Revista ABC Ilustrado – Serviço de Memória e Acervo de S.B.Campo.
Segundo a Gazeta Esportiva, em 1960 a SE Irmãos Romano passou a mandar seus jogos em Santo André (possivelmente no Estádio do Corinthians):
Aqui, a tabela deste primeiro ano na “Primeira Divisão” (que equivalia ao segundo nível do estadual).
Em 1961, como dissemos, vendeu seu estádio para o Volkswagen Clube, provavelmente porque este já não atendia as exigências da FPF, mas disputa mais um campeonato, terminando em 8º lugar!
Encontrei algumas poucas menções ao time nessa disputa, e que reforçam que o time manteve seus jogos em Santo André:
Desafiando todas as probabilidades, em 1962 mais um campeonato, mesmo que nas últimas colocações, segue fazendo história!:
Em 1963, mais uma vez disputa o Campeonato Paulista, encontrei um registro de um jogo cheio de animosidades com a Portuguesa Santista (que foi a líder do grupo):
Esse era o time de 1963:
Em 1964 quase é rebaixado, mas escapa no mata mata do rebolo, rebaixando o São Bento de Marília, que era o último colocado do outro grupo.
Aqui, os registros das partidas contra o Jabaquara, pelo 1º e 2º turno:
Este é o time de 1964:
Em 1965, termina na última colocação de sua série:
Em 1966, despede-se da história do futebol profissional com um honroso 8º lugar.
Com o tempo, espero poder complementar este post com novas informações, porque a Sociedade Irmãos Romano é um time ainda cheio de mistérios e envolto em uma trama familiar que acabou sumindo na neblina do ABC paulista…
Sábado, 24 de agosto de 2024. A Série B do Campeonato Paulista (atualmente equivalente à 5ª divisão estadual) chega em sua fase decisiva, onde conheceremos os dois times que sobem para a Série A4 de 2025. Um deles sairá deste encontro!
Então, bem vindos ao Estádio Dr. Jayme Cintra, em Jundiaí para este incrível embate!
O inverno de 2024 está sendo marcado por grandes temperaturas, que somadas a um longo período de seca, originaram uma assustadora onda de incêndios pelo interior paulista, como mostra a foto do Portal A hora da notícia:
Sendo assim, nem deu pra reclamar da milagrosa chuva que caiu no fim da tarde, que ajudou a diminuir a tragédia, mas que acabou nos obrigando a assistir à partida nas cadeiras cobertas e não na arquibancada…
O jogo aconteceu no incrível Estádio Dr. Jayme Cintra, caso queira saber mais sobre ele, leia este post onde falamos também sobre os demais times profissionais de Jundiaí (Hydecroft Foot-Ball Club, Jundiaí FC, Clube São João, Corinthians Jundiaiense, Paulistano, AA Ipiranga, AE Promeca e o próprio Paulista).
Em campo duas equipes centenárias, com grande tradição, sendo que o Paulista tem como grande momento em sua história a conquista da Copa do Brasil de 2005 e a consequente disputa da Libertadores de 2006.
Relembre o jogo com o River Plate:
Já a Inter de Bebedouro, se orgulha de ser o segundo time paulista mais antigo ainda em atividade, mas vive uma realidade um pouco abaixo daquela do time jundiaiense, se fazendo presente nos níveis intermediários do Campeonato Paulista. Além disso, possui o incrível Estádio Sócrates Stamato. Veja aqui nosso post sobre ele, quando estivemos por lá em 2021 e fizemos fotos como essa:
Voltando ao Estádio Dr Jayme Cintra, a casa do galo, importante citar que mesmo estando na 5ª divisão estadual, o Estádio segue muito bem cuidado, cheio de detalhes que reforçam a identidade do time!
A companhia para esta partida não podia ser melhor: o amigo Daniel lá mesmo de Jundiaí, que eu não encontrava há mais de 10 anos!
Do lado visitante, o pessoal de Bebedouro se fez presente com a Torcida Sangue do Lobo!
Em campo, os segundos que antecedem o início da partida são dedicados à concentração e união dos dois times!
Sente o clima do começo do jogo no Estádio… Insanidade total… Enquanto rolava a queima de fogos e a torcida em loucura, o time visitante desencanou da festa e meteu 1×0 a menos de um minuto… Por sorte (para os torcedores locais), o gol acabou anulado.
Sim, a torcida do Paulista comprou a ideia de participar da decisão e com certeza só não foi maior por conta da chuva que caiu bem na hora do jogo.
Foram 2.555 torcedores, e a grande maioria apoiando o Paulista!
Teve fumaça colorida para homenagear o tricolor de Jundiaí!
Com a chuva, as cadeiras cobertas receberam também um bom público!
Será que mesmo nessa atual fase, disputando a 5ª divisão, vêm aí uma nova geração de torcedores do Paulista? Esses 4 aí mostram que sim!
Até porque sabemos da importância de manter esse amor entre torcida e time sempre presente…
Em campo, um jogo diferente de muito atrevimento de ambos os times!
Tanto que depois do gol da Inter anulado logo no começo do jogo, aos 13 minutos foi a vez do bandeira anular um gol do Paulista, de Vinícius Souza.
A Inter ainda perderia duas grandes chances que esquentaram ainda mais o jogo… Teve até momentos de empurra empurra entre os atletas…
Mas o Paulista sabia da importância da vitória nesta partida… E após um cruzamento, a bola lançada bateu na mão da defesa da Inter. É penalty!
Vinicius Souza cobrou bem e fez o gol que decretaria o resultado final da partida!
Olha aí o artilheiro da partida, em foto da Rebeca Reis/Agência Paulistão:
Veio o intervalo e era a vez de conhecermos a culinária local do Estádio Dr Jayme Cintra…
Destaque para os churros que fariam dona Florinda morrer de inveja e te ajudam a engordar como o Nhonho kkkk
A volta ao segundo tempo trouxe um jogo mais parelho e brigado e com menos finalizações reais…
Da arquibancada, a GAMOR seguia fazendo barulho para apoiar…
A Raça Tricolor também fez sua parte…
Até o povo das cobertas mandava seu apoio!
Mas em campo, ambos os times lutavam com grandeza!
A partida foi encaminhando-se para o seu final e a torcida do Paulista ainda teve tempo para fazer iluminar a arquibancada com seus celulares:
Mais do que o escanteio, o vídeo abaixo é pra ilustrar como são sinalizadas as substituições do Paulista, literalmente com o galo cantando após a narração informar os atletas que entram e saem:
A turma mais próxima do campo começa a aumentar… Isso significa que a partida chega em seus momentos finais…
Vale ressaltar que o time da Internacional bem que tentou chegar ao empate… Aliás, o tempo todo a equipe visitante não deixou de se lançar ao ataque, mas não conseguiu chegar ao seu gol…
Eu sempre pondero sobre a relação do futebol com a vida social de uma cidade. E sem dúvidas, os resultados em campo sempre afetam essa relação… Espero que o Paulista esteja reconstruindo essa relação entre time e torcida!
Mesmo com um placar mínimo, a torcida do Paulista manteve a festa na arquibancada, entendendo que o time se dedicou e entregou o que podia, pra levar essa vantagem para o jogo decisivo em Bebedouro.
O jogo terminou e o 1×0 manteve o ânimo para as duas torcidas. E agora, é hora do bravo povo de Bebedouro mostrar sua força no jogo de volta, e aí? O que você acha?
Mais uma vez, saio de campo agradecido pela experiência. Mais que futebol, amigos, o que mais eu ia querer?